22 dezembro 2015

Transações no setor de bens de consumo atingem recorde em 2015

Dos cachorros-quentes e cigarros às cervejas que você bebe junto com eles, as empresas de bens de consumo registraram uma quantidade recorde de transações neste ano. E essa tendência deve continuar, pois as empresas estão buscando as marcas preferidas dos consumidores fora dos EUA e da Europa.

Fusões e aquisições entre fabricantes de bens de consumo e empresas varejistas totalizaram US$ 457,5 bilhões em 2015, o número mais alto em pelo menos 12 anos porque alguns dos maiores nomes do setor se combinaram, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A lista de aquisições deste ano soa como um banquete em um piquenique. As duas maiores cervejarias, Anheuser-Busch InBev NV e SABMiller Plc, decidiram se fusionar, uma transação de aproximadamente US$ 110 bilhões. O rei dos ketchups H.J. Heinz vai comprar a fabricante das salsichas Oscar Mayer da Kraft Foods Group Inc. E, em sua maior transação desde 2007, a Japan Tobacco Inc. comprou os direitos internacionais da divisão Natural American Spirit, da Reynolds American Inc., por cerca de US$ 5 bilhões.

A desaceleração do crescimento das vendas e as mudanças no modo em que os consumidores compram os produtos estão desafiando as empresas varejistas a encontrarem novas formas de funcionamento. Por outro lado, o histórico do setor em manter os custos baixos faz com que esse segmento seja particularmente atraente para os licitantes, de acordo com Alexander Hecker, um dos diretores de consumo e varejo da Lazard Ltd.

"O panorama do consumo está mudando", disse Hecker. "Os perfis de preferências, os padrões de consumo e as expectativas de opções da geração Y são diferentes. Além disso, uma quantidade maior de compras está sendo feita pela internet, o que pressiona alguns pontos de vendas tradicionais".

Ano recorde

Este ano foi bom para transações em quase todos os setores. As baixas taxas de juros e a recuperação de economias mundiais ajudaram a levar o volume de aquisições a um recorde. As empresas gastaram US$ 3,7 trilhões em fusões e aquisições até o momento neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

E parece que os tempos de bonança vão continuar. Cerca de 66 por cento dos executivos de bens de consumo e varejo esperam buscar aquisições nos próximos 12 meses, um incremento de 13 por cento em relação há seis meses, de acordo com o Capital Confidence Barometer, da EY, publicado neste mês.

Como os preços das ações estão gerando avaliações sólidas das participações e um ambiente saudável de financiamento, este também foi um bom momento para liquidar ativos de baixo desempenho, disse Jens Welter, diretor internacional de varejo e bens de consumo da divisão de investment banking e mercados de capitais do Credit Suisse Group AG.

Novos alvos

Talvez o próximo objetivo dos caçadores de transações no setor de consumo esteja fora dos EUA e da Europa, onde marcas locais e setores fragmentados, junto com as altas taxas de crescimento, constituem um alvo atraente.

Até o momento, as empresas de bens de consumo em economias emergentes não receberam a mesma injeção de financiamento que seus pares dos mercados desenvolvidos. Os gastos em transações do setor de bens de consumo fora da América do Norte e da Europa recuaram 4,7 por cento na comparação com 2014, embora os gastos mundiais nessas companhias tenham quase dobrado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Isso não significa que as marcas desses mercados sejam pequenas. Como parte da fusão entre SABMiller e AB InBev, uma participação na cerveja mais vendida do mundo, a chinesa Snow Beer, talvez esteja à venda, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

A Imperial Tobacco Group Plc - a companhia avaliada em 33,3 bilhões de libras (US$ 49,6 bilhões) com presença na África e no Oriente Médio - talvez seja um alvo atraente para concorrentes como a British American Tobacco Plc e a Japan Tobacco, disseram analistas, como o Exane BNP Paribas.

"A consolidação agressiva e contínua justificada pelas sinergias dos custos, provavelmente continuará a acontecer entre as grandes empresas de bens de consumo que estão se empenhando em buscar um crescimento orgânico suficiente em mercados desenvolvidos ou em desenvolvimento através das grandes marcas tradicionais", disse Akeel Sachak, diretor mundial de consumo e varejo da Rothschild Co. Título em inglês: 'Suds, Sausages and Smokes: Retail Shopping Spree Hits a Record'  | Ruth David (Bloomberg) - Leia mais em Bol. Uol 22/12/2015

22 dezembro 2015



0 comentários: