06 agosto 2015

Startups com faturamento milionário também atraem investidores

Fundos de investimento têm empresas inovadoras como alvo e, em geral, ajudam a preparar IPO como saída

Diferentemente de incubadoras e aceleradoras, que apostam nas ideias e startups que ainda estão no início, os fundos de investimento visam empresas inovadoras que já estejam em plena atividade, com faturamento na casa de milhões. Esses fundos realizam aportes milhonários e têm como objetivo dar escala ao negócio para depois vender sua participação em grandes operações.

Para receber aporte desse tipo de investidor, é essencial que as empresas tenham mercado nacional e até mesmo global. "O maior problema é a cultura do empreendedor brasileiro que não pensa em se expandir globalmente", afirma Rodrigo Borges, um dos fundadores do Buscapé e sócio da Koolen Partners, grupo que investe em empresas no chamado early stage - ao pé da letra, em estágio inicial, mas, na prática, que já estão em operação e mostram potencial, mas precisam de ajuda para crescer mais.

Os fundos decidem o valor do aporte e a porcentagem que será adquirida da empresa a partir do valuation do negócio. O valuation é, basicamente, o processo de estimar o valor da empresa. O valor do aporte geralmente varia na faixa de R$ 1 milhão a R$ 20 milhões.

Outra característica dos fundos é o fato de comprarem participações minoritárias nas companhias, em troca do aporte. Muitas vezes, o investimento pressupõe também uma orientação a respeito do modelo de negócio e da gestão da empresa, mas isso não é uma regra - depende do perfil de atuação do fundo.

"Nunca impomos nada e não substituímos a gestão da empresa", explica o sócio da Performa Investimentos, Humberto Matsuda. A filosofia é diferente da adotada pela Confrapar, que em geral fica com uma participação minoritária, de até 40% do capital da empresa investida, e influencia na administração. "Temos posições no conselho das empresas e podemos indicar diretores", esclarece o diretor de investimentos, Thiago Domecini.

O envolvimento dos fundos não se restringe à parte financeira. A gestão das companhias é acompanhada de perto pelos investidores, como acontece na CVentures. Segundo o diretor de investimentos do fundo catarinense, Leopoldo Lima, eles ajudam a rever o plano de negócios e fazem reuniões periódicas de acompanhamento.

Os fundos geralmente participam do desenvolvimento das empresas por um período de cinco a dez anos. E, como têm interesse em expandir a atuação delas, auxiliam em tudo o que pode fazer diferença nisso. "Uma empresa de internet, por exemplo, orientamos a ir para os Estados Unidos, pois é lá que estão os grandes players do setor", justifica Matsuda, da Performa.

A saída dos investidores pode se dar por várias maneiras, mas todas elas envolvem quantias elevadas, como no caso da CVentures. "Eventualmente vendemos para outros fundos grandes ou para empresas maiores", explica Lima.

Nos casos de maior sucesso, uma saída possível é o momento em que a empresa investida faz sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), ou seja, abre capital e faz uma emissão de ações na bolsa de valores. "Quatro das doze empresas em que investimos já foram para fora e uma saída possível nas que mais se destacarem é o IPO no exterior", diz Borges, da Koolen, que só investe em startups com base tecnológica. Leia mais em DCI 06/08/2015

06 agosto 2015



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