03 agosto 2015

Planos de saúde verticalizados crescem entre 15% e 20%

Consideradas o patinho feio do setor há cerca de cinco anos, as operadoras de planos de saúde com hospitais, clínicas e laboratórios próprios hoje são vistas com outro olhar. As operadoras verticalizadas têm conseguido controlar melhor seus custos pois têm rede própria.

É o caso de Hapvida, Intermédica, São Francisco Saúde e Unimed-BH, que têm em comum uma rede verticalizada. Elas tiveram crescimento entre 15% e 20% da receita no primeiro semestre e estimam fechar o ano com esse patamar de expansão. Trata-se de um desempenho relevante porque a previsão do setor é de queda ou no máximo empatar com 2014.

Nos três primeiros meses do ano, o mercado de planos de saúde perdeu 10,6 mil usuários. O volume não é tão expressivo considerando que o setor tem 50,8 milhões de pessoas, mas chama atenção porque reverte uma tendência de alta dos últimos anos. No período de 2000 a 2014, o setor de convênios médicos cresceu 53%, impulsionado pela entrada da classe C no mercado formal de trabalho.

Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), entre janeiro e março, o volume de pessoas com convênio médico encolheu 0,02%. Já no trimestre imediatamente anterior, houve crescimento de 0,7%.

Apesar de muitas operadoras estarem optando pela verticalização para driblar o aumento nos custos, esse é um modelo que não é elegível a todo o setor. A legislação não permite, por exemplo, que seguradoras de saúde tenham uma rede própria. Não à toa, a Intermédica cancelou o registro de seguradora da Notre Dame e transferiu os beneficiários para a Intermédica a fim de oferecer novos planos com rede própria.

A Bradesco Saúde, a segunda maior empresa do setor de planos de saúde com cerca de 4,4 milhões de usuários, não pode ter sua rede própria, mas tem buscado alternativas em que detém o controle dos gastos. Um exemplo é que passou a comprar diretamente órteses, próteses e outros materiais médicos de alto custo e com isso conseguiu economizar 18,5% no custo de cirurgias. Antes, esses materiais eram adquiridos pelos médicos ou hospitais.

No segundo trimestre, a Bradesco Saúde registrou aumento de 24,7% da receita líquida, para R$ 4,4 bilhões, em relação a igual período de 2014. No acumulado do primeiro semestre, a receita aumentou 24% para R$ 8,5 bilhões.

O lucro caiu pelo segundo trimestre seguido. Entre abril e junho deste ano, o lucro líquido da Bradesco Saúde caiu 37% para R$ 116 milhões. No primeiro semestre do ano, o lucro somou R$ 298 milhões, o que representa uma queda 26% em relação ao igual semestre de 2014. Segundo a Bradesco Saúde, a queda é reflexo na taxa de sinistralidade, que aumentou 3,6 pontos percentuais para 89,7% no segundo trimestre, e queda no resultado financeiro. Fonte: Valor Econômico Autor: Beth Koike Leia mais em tudofarma 03/08/2015

03 agosto 2015



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