02 junho 2015

Valor de companhias abertas é o menor desde crise de 2008

Leonardo Pereira, presidente da CVM: ano também foi fraco em ofertas O valor de mercado das companhias brasileiras com ações negociadas em bolsa caiu 7% em 2014, em relação ao ano anterior, somando R$ 2,2 trilhões. Trata-se do menor nível desde 2008, quando a capitalização somou R$ 1,4 trilhão, em meio à crise financeira global daquele ano.

"A ocorrência de apenas duas ofertas públicas de ações no ano, aliada à forte queda do preço das ações de companhias com relevante valor de mercado, como o ocorrido com as ações da Vale e da Petrobras, explicam essa perda de valor", segundo o relatório anual de 2014 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), publicado na última sexta-feira.

No ano passado, as ações preferenciais da Petrobras acumularam perdas, ajustadas por proventos, de 37,6%, enquanto os papéis sem direito a voto da Vale caíram 36,8%. Em consequência, as duas empresas recuaram da posição de segunda e terceira maiores empresas da bolsa, em termos de valor de mercado, para, respectivamente, a quarta e quinta posições.

Os papéis da Petrobras foram fortemente atingidos pelas investigações de corrupção da companhia no segundo semestre. A Vale enfrenta uma retração inédita nos preços do minério de ferro.

O índice Ibovespa fechou 2014 com desvalorização de 2,91% em reais, correspondente a queda de 14,4% em dólares. Diante deste contexto, o cenário para distribuição pública de ações "foi muito adverso", na avaliação da CVM.

No ano, houve apenas duas distribuições de ações: a oferta pública inicial de ações da fabricante de produtos veterinários Ouro Verde e a oferta subsequente da operadora de telefonia Oi. Juntas, as duas distribuições somaram cerca de R$ 15 bilhões, queda de 36% em relação a 2013, sendo que apenas 2,7% desse volume foi referente à oferta pública inicial.

Além da reduzida oferta pública de ações, o ano de 2014 foi marcado por uma queda de 36% no número de registros de companhia aberta concedidos, que somaram 21 registros. Ao mesmo tempo, o número de cancelamentos de registros aumentou 58% no ano, com 30 registros cancelados.

Assim, a bolsa de valores brasileira perdeu no ano passado nove empresas, uma queda de 1,4%, para 638 companhias abertas com registro ativo no fim do ano. Dessas, 72% estavam registradas na categoria A, que permite ter ações negociadas, enquanto o restante pertencia a categoria B, na qual companhias podem emitir valores mobiliários, à exceção de ações.

A redução do número de companhias abertas "refletiu a piora das expectativas em relação ao desempenho da economia brasileira por parte do empresariado, fator que desestimulou a busca do mercado de capitais por novas empresas", observou a CVM.

Apesar do contexto macroeconômico brasileiro desfavorável, o fluxo dos investimentos estrangeiros bateu recorde no ano, atingindo US$ 46 bilhões, valor 35% superior ao do ano anterior, dos quais 40% alocados em renda fixa e 45% em ações. O número de investidores não residentes registrados na CVM teve aumento de 9%, passando de 19,1 mil para 20,9 mil.  Fonte:  Valor Online Leia mais em gsnoticias 01/06/2015

02 junho 2015



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