24 junho 2015

Kroton analisa propostas de Carlyle e Cruzeiro do Sul para vender Uniasselvi

Kroton analisa propostas de Carlyle e Cruzeiro do Sul para vender Uniasselvi

A Kroton tem na mesa duas propostas bem distintas para a venda da Uniasselvi, ativo de ensino a distância que precisa ser alienado. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão de Kroton e Anhanguera no ano passado, mas exigiu a venda de ativos.

Uma das propostas é do Grupo Cruzeiro do Sul e do fundo inglês Actis, que montaram uma operação sofisticada que pode resultar na criação de mais uma companhia de educação na Bolsa. A ideia é fazer uma cisão entre Kroton e Uniasselvi, mas manter essa segunda empresa listada e absorver as ações da Cruzeiro do Sul, segundo o Valor apurou.

Mas como a Cruzeiro do Sul é maior, seus acionistas teriam uma participação acionária relevante na nova companhia combinada. Apenas para efeito de comparação, uma vez que não há dados disponíveis atualizados, o Grupo Cruzeiro do Sul teve faturamento de cerca de R$ 600 milhões em 2013 e a Uniasselvi apurou receita líquida de R$ 196 milhões em 2011.

Segundo fontes, o Morgan Stanley trabalha em conjunto com a Cruzeiro do Sul e a Actis nessa operação. Outra fonte do setor de educação diz que essa seria uma transação interessante para os acionistas de Kroton. Estes passariam a ter o papel de mais uma companhia de ensino que já chegaria ao mercado como um grande grupo, com ativos de ensino a distância e colégios - o segmento de colégios é visto como o próximo boom do setor de educação. Além disso, esse novo grupo educacional seria criado com tamanho suficiente para fazer uma oferta de ações.

A outra proposta é do fundo americano Carlyle, que pode pagar até R$ 1 bilhão pela Uniasselvi e com isso engordar o caixa da Kroton. No entanto, neste ano, com as restrições do Fies (financiamento estudantil do governo), o valor de mercado das companhias de ensino sofreram forte queda e há dúvidas se o Carlyle estaria disposto a assinar um cheque tão alto.

O Carlyle é conhecido por preferir adquirir o controle de negócios e tocar a operação "a sua maneira". Mas no caso de Uniasselvi o desafio pode ser mais difícil. Seria o primeira empresa do Carlyle no Brasil na área de educação e a Uniasselvi vem perdendo profissionais responsáveis por administrar o grupo. A Uniasselvi começou a ser negociada há nove meses, após o Cade ter aprovado a fusão entre Anhanguera e Kroton, mas com restrições.A Cruzeiro do Sul e o fundo Actis conhecem o setor.

Trata-se de uma decisão difícil. A Kroton precisa optar entre criar um forte concorrente - no caso o Carlyle, que pode se tornar o "novo Pátria " (fundo que alavancou o crescimento da Anhanguera) e engordar seu caixa - ou fortalecer um grupo educacional que já existe, o Cruzeiro do Sul, onde a gestora de fundo Actis tem 37%. Se Cruzeiro do Sul e Actis vencerem a disputa, o grupo ganha musculatura e entra no mercado de ensino a distância, hoje dominado pela Kroton. Fonte: Valor Econômico Leia mais em scoop 24/06/2015
 

24 junho 2015



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