07 abril 2015

Investimentos de fundos de private equity e venture capital caíram 18% em 2014

Diante de um cenário de grandes incertezas políticas no Brasil, os fundos de private equity e venture capital investiram R$ 13,6 bilhões em 2014, queda de 18,56% na comparação com o ano anterior, quando o número foi de R$ 16,7 bilhões, de acordo com dados da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP). A variação foi feita considerando o mesmo número de gestores nos dois anos.

Segundo o presidente da entidade, Fernando Borges, que também é diretor-presidente do Carlyle Group no Brasil, a expectativa é de que em 2015 os investimentos voltem a crescer, apesar de terem sido "feitos poucos negócios até agora". O presidente da associação não informou, no entanto, qual é o número esperado para este ano.

"O ano passado tinha componente muito grande de incerteza, os investidores foram mais cautelosos. O cenário eleitoral impacta e é muito difícil fazer negócios nesse cenário. Muita gente preferiu esperar, agora acabou essa incerteza", afirmou em coletiva de imprensa na abertura do Congresso ABVCAP 2015, no Rio. De acordo com ele, em 2014 houve um número menor de transações, mas foram "operações grandes".

Ele ponderou que, do ponto de vista macroeconômico, houve piora. Mas a bolsa de valores, que compete com os fundos, está "muito fraca". "Se você tem uma empresa e quer liquidez, a bolsa vai estar fraca. É hora de falar com quem tem capital. Tem muito dinheiro disponível", afirmou. Segundo Borges, as empresas já estão falando com os fundos. Os setores mais atrativos continuam os mesmos de anos anteriores. Entre eles, varejo, consumo, educação e infraestrutura.
Investimentos

Os recursos disponíveis para investimentos totalizaram R$ 36,8 bilhões no ano passado, enquanto em 2013 somaram R$ 27,2 bilhões, de acordo com a associação. Em relação à captação, a expectativa é que fique mais difícil neste ano, diante da situação macroeconômica. A ABVCAP não fornece números de captações.

"A visão dos investidores de private equity é de longo prazo e eles acreditam que o Brasil é um lugar para se estar daqui dez anos. Mas com o cenário atual obviamente estão mais seletivos." Borges frisou que, no entanto, isto não significa que o investidor de private equity desistiu do Brasil, "muito distante disso".

Em relação aos impactos da Operação Lava Jato, o vice-presidente da associação, Clovis Meurer, acredita que há uma "margem para que fundos de private equity possam fazer negócios" com as pequenas construtoras. Isso porque as grandes construtoras vão perder fôlego para investir nesses projetos.Por Mariana Sallowicz | Estadão Leia mais em Yahoo 07/04/2015

07 abril 2015



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