16 março 2015

Fundador do eBay se une a INVESTIDORES no Nordeste

Responsável exclusivamente por gerir recursos do bilionário Pierre Omidyar, fundador do eBay, a Omidyar Network se uniu ao J.P. Morgan para INVESTIR em um fundo de capital de risco focado em empresas do Nordeste. Idealizado e gerido pela cearense Maria Cavalcanti, o fundo First captou US$ 66 milhões até agora e deve chegar a US$ 125 milhões até o fim do ano.
"A entrada da Omidyar como investidor-âncora foi crucial para dar credibilidade ao projeto e atrair os outros INVESTIDORES. Logo em seguida, veio o J.P. Morgan", afirma Maria.

Criada em 2004, seis anos após a OFERTA pública inicial (IPO) do eBay, a Omidyar Network nasceu como uma entidade filantrópica. No entanto, não demorou muito e a entidade partiu para INVESTIMENTOS com fins lucrativos. "Com o IPO, Pierre ficou muito rico, mais do que poderia imaginar. No entanto, ele percebeu que a filantropia pura e simples não lhe daria a oportunidade de usar o poder do mercado para gerar mudança na vida das pessoas", explica Eliza Erikson, executiva que dirige os INVESTIMENTOS da Omidyar Network de um escritório em Washington.

Hoje, a Omidyar Network é um veículo híbrido. Dos US$ 800 milhões já investidos em países de África, Ásia e América Latina (México, Colômbia e Peru), cerca de metade foram destinados a empresas comerciais - o restante foi para fundações.

Por intermédio do First, a Omidyar Network investirá no Brasil principalmente em empresas das áreas de internet e telefonia móvel, educação e inclusão financeira. "São setores que são capazes de promover inclusão social e com grande potencial no Nordeste", afirma Eliza.

Presidente do First, Maria é ex-presidente da WTT, uma administradora de investimentos em fundos de impacto. Trata-se de uma denominação do mercado para veículos que promovem investimentos visando retorno socioambiental mensurável, além dos ganhos financeiros.

Maria teve a ideia de montar o First em 2008. No âmbito internacional, eclodia uma grave crise financeira, mas o Brasil ainda estava sob efeito da efervescência econômica provocada pela migração das classes D e E para a classe C. "A demanda explodiu, mas a oferta de serviços não acompanhou o mesmo ritmo, especialmente no Nordeste", explica Maria. "Em paralelo, temos na região uma tímida atuação dos fundos de venture capital e private equity. Vi que ali havia uma oportunidade", afirma.

Dois anos mais tarde, Maria se juntou ao pernambucano Marcus Regueira, sócio da mineira FIR Capital, que atua na área de venture capital, private equity e assessoria financeira.

No Brasil, o espectro de companhias que poderão receber aporte do fundo é bastante amplo. Em geral, são empresas com faturamento médio de US$ 3 milhões e os aportes devem girar em torno US$ 1,5 milhão.

A estrutura de suporte do First foi montada em Belo Horizonte, mas um segundo escritório do fundo já foi instalado no Recife, no mesmo prédio do Centro de Estudos e Sistemas Avançados (C.E.S.A.R), um centro privado de inovação que utiliza engenharia avançada em tecnologias da informação e comunicação. A escolha da capital pernambucana como sede considerou ainda o fato de ela abrigar o maior polo de tecnologia da informação e economia criativa do país, o Porto Digital, onde estão instaladas mais de 200 empresas em um território contemplado por benefícios fiscais.

Para Maria, o fato dos dois gestores do fundo terem profundo conhecimento da região dá uma vantagem competitiva ao First para reconhecer as empresas capazes de unir impacto social e retorno financeiro. "Tivemos sorte no tempo. As novas condições macroeconômicas podem nos trazer oportunidades para comprar ativos menos inflacionados", diz Maria.

Segundo a executiva, a permanência do First nas empresas dura, em média, cinco ou seis anos. No momento, o fundo está em negociações avançadas com uma empresa do ramo de saúde odontológica no Recife.

Além da Omidyar Network e do J.P. Morgan, o First já recebeu dinheiro do International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, dos bancos de desenvolvimento DEG (Alemanha) e Proparco (França) e de famílias.

A segunda etapa de captação, que deve ser concluída até dezembro, será com fundos de INVESTIMENTO em participações, fundos de pensão e bancos de desenvolvimento nacionais. Por Marina Falcão Valor Econômico - Leia mais em resenhaeletronica 16/03/2015

16 março 2015



0 comentários: