04 dezembro 2014

Captação de private equity dá sinais de melhora, diz estudo

A captação dos fundos de private equity no Brasil está dando sinais de melhora depois de dois anos de baixa atividade, segundo um novo estudo do INSEAD, instituto francês de pós-graduação em administração de empresas, e a consultoria PricewaterhouseCoopers LLP.

O desaquecimento do mercado brasileiro e o real mais fraco devem criar oportunidades para investidores estrangeiros querendo aumentar sua exposição ao Brasil, diz o estudo, que consultou cerca de 20 firmas de investimento em participações.

“Os valores dos negócios estão ficando mais realistas, começam a fazer mais sentido para os fundos que querem investir no Brasil,” diz Christian Gamboa, sócio da PwC Brasil e líder da empresa na área de private equity.

Uma indicação da melhora no setor é o fundo Patria Brazilian Private Equity Fund V, da Pátria Investimentos, que em julho fechou a captação de US$ 1,75 bilhão apenas cerca de seis meses depois de lançado, dizem a INSEAD e a PwC no estudo. A Pátria é sócia da Blackstone, uma das gigantes americanas do private equity.

O desempenho deve ajudar pelo menos dois outros fundos de grande porte que ainda estão buscando capital, diz o estudo. A Gávea Investimentos, em que o banco americano JP Morgan tem uma participação majoritária, está tentando arrecadar US$ 1,5 bilhão no seu fundo Gavea Investment Fund V, enquanto a Pátria busca captar US$ 1,6 bilhão no P2 Brasil Private Infrastructure Fund III.

Depois de ter atingido um pico de US$ 7,1 bilhões em 2011, o setor de private equity no Brasil experimentou uma queda acentuada na captação tanto em 2012 quanto em 2013, para US$ 2,8 bilhões e US$ 1 bilhão, respectivamente, segundo a Associação de Private Equity em Mercados Emergentes (EMPEA, na sigla em inglês).

O declínio acelerado foi causado pelo excesso de capital levantado no ano anterior pelos grandes fundos, somado à deterioração do ambiente político e econômico.

Embora a captação, em geral, venha sendo positiva neste ano, ainda há muita incerteza entre os participantes menores e os fundos iniciantes, diz o estudo. Se por um lado 70% dos sócios administradores das firmas de private equity que participaram do estudo esperam captar dinheiro nos próximos 18 meses, por outro eles dizem que a situação macroeconômica continua sendo o maior desafio para a arrecadação dos fundos. Eles também ressaltaram a volatilidade do câmbio.

A economia brasileira se expandiu apenas 0,1% no terceiro trimestre, pondo fim à recessão técnica da primeira metade do ano. Um crescimento de 0,8% é projetado para 2015, bem abaixo da média de 4% que o Brasil alcançou entre 2001 e 2010, quando era visto como uma economia dinâmica e emergente.Por LUCIANA GUIMARÃES Leia mais em Thewallstreetjournal 03/12/2014

04 dezembro 2014



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