08 setembro 2014

Remasa compra empresa de fundo canadense no Sul

Madeira Donnet, do fundo OTPP, tem ativos em Santa Catarina e Paraná

A Remasa, produtora independente de toras de pinus com plantios no Paraná e em Santa Catarina, fechou a compra da Donnet, empresa que pertencia ao fundo canadense Ontario Teachers Pension Plan Board (OTPP) e possui ativos florestais no sul do Brasil. A operação permite à Remasa dobrar sua área plantada e a coloca como a terceira maior produtora de toras de pinus do país, sem levar em conta os volumes de madeira que estão integrados à fabricação de produtos de madeira. O valor do negócio, porém, não foi divulgado.

A Remasa tem como acionistas a Tree Florestal, 100% controlada pelo Fundo de Investimento em Participações (FIP) Ático Florestal, e o grupo Gugelmin, com participação de 50% cada. A partir da aquisição dos ativos da Donnet, a empresa vai elevar sua capacidade produtiva a até 800 mil metros cúbicos por ano de toras de pinus, o que permitirá que seu faturamento anual estimado alcance R$ 60 milhões de 2015 em diante. No ano passado, a Remasa faturou R$ 29 milhões.

Em entrevista ao Valor, o diretor da Tree Florestal, Marco Tuoto, contou que o acordo inicial de compra foi firmado em fevereiro deste ano, depois de um processo de venda que foi aberto à participação de outras empresas.

"O ativo foi colocado à venda pela OTPP e, como havia uma sinergia muito grande com as operações da Remasa, fizemos uma avaliação bastante detalhada e chegamos a uma proposta que se mostrou competitiva", contou o executivo, destacando o fato de as duas empresas possuírem Florestas de pinus nos mesmos Estados.

Diante da aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e do cumprimento de determinadas condições, o contrato de compra e venda definitivo foi selado em 1º de setembro, quando ocorreu o pagamento pelos ativos.

Com a Donnet, a Remasa sai de 9 mil hectares de pinus para 18 mil hectares plantados e atinge a meta relativa à área de plantio que foi traçada à época da entrada da Tree Florestal no capital da companhia. "Ampliamos a capacidade de atendimento a serrarias, fábricas de celulose e fabricantes de painéis, entre outros, diante da perspectiva de aumento da demanda nos próximos anos", afirmou Tuoto.

De um lado, a aposta do mercado madeireiro é a de que haverá recuperação das exportações de produtos de madeira no curto ou médio prazos. De outro, os produtores independentes de toras estão atentos à possibilidade de a Klabin, que é uma das grandes empresas do setor, reduzir a oferta de toras no mercado a partir do início de operação de sua nova fábrica de celulose, o que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2016.

O FIP Ático Florestal, da gestora de recursos Ático, quer captar mais R$ 150 milhões para dar sequência ao plano de negócios da Tree Florestal, após a consolidação dos negócios em pinus. A captação inicial foi de R$ 160 milhões e viabilizou a compra de 50% da Remasa pela Tree Florestal, fundada em 2012.

A Tree Florestal controla a Tree Trading e Serviços, empresa independente constituída no ano passado voltada à comercialização de produtos florestais e gestão florestal. No ano passado, as exportações da Tree Trading ficaram em US$ 15 milhões e podem chegar a US$ 65 milhões em 2014.

A Tree Trading também deve encerrar em abril o primeiro plantio de Florestas que abastecerão a usina termelétrica (UTE) Campo Grande BioEletricidade, da Bolt Energias, na Bahia. O investimento nessa fase, que compreende uma área de 7.895 hectares, é de R$ 50 milhões, desembolsados pela Bolt. Por Stella Fontes | De São Paulo  VALOR ECONÔMICO | Leia mais em cliptvnews 08/09/2014

08 setembro 2014



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