23 agosto 2014

Tinder dos banqueiros ajuda na busca de negócios

Aplicativos estilo Tinder estão atraindo banqueiros de investimentos e empresas de private-equity em busca de novas aquisições

Existem aplicativos de encontros, de compras e para chamar táxis. E agora há aplicativos para busca de empresas para aquisições.

Os aplicativos grátis criados pela MergersClub e pela DealNexus, da Intralinks Holdings, estão atraindo banqueiros de investimentos e empresas de private-equity em busca de negócios.

Eles são especialmente úteis para incursões em áreas remotas nas quais os assessores têm poucos contatos, disse Alfredo Arahuetes, reitor da Faculdade de Negócios da Universidade Pontifícia Comillas, em Madri, onde fica a sede da MergersClub.

“É como um site de encontros on-line”, disse ele, conforme informará a Bloomberg Businessweek em sua edição de 25 de agosto. “Isso pode ajudar os banqueiros a encontrarem a combinação perfeita”.

Os assessores de fusões e aquisições listam potenciais vendedores e compradores nos sites e oferecem descrições de seus clientes e os atributos que eles estão buscando, sem identificar as companhias.

Os acordos são geralmente de tamanhos pequeno e médio. A DealNexus lista transações de até US$ 500 milhões em valor, disse Philip Whitchelo, vice-presidente de estratégia e marketing de produto da empresa.

Os membros do site que quiserem mais informações precisam pagar um serviço premium.

Difícil de deixar

Enrique Quemada, CEO da OnetoOne Corporate Finance, empresa de assessoria de Madri, disse que os aplicativos de fusão e aquisição como o da MergersClub são parte indispensável de seu trabalho.

“Uma vez que você começa a usá-los você fica maluco e é difícil de deixar”, disse ele.

Quemada disse que desde que se tornou membro do site, menos de dois anos atrás, sua empresa foi contratada cerca de 20 vezes para trabalhar em transações e que ele fechou duas delas. Ele preferiu não dar os nomes das empresas envolvidas.

A MergersClub, criada em 2012, diz que possui mais de 4.750 membros em todo o mundo, incluindo banqueiros de investimento de pequenas firmas de assessoria, grandes bancos como o UBS AG e o Bank of America, fundos de private-equity e departamentos de fusões e aquisições corporativas.


A DealNexus, que tem sede em Nova York e é uma das maiores plataformas, tem cerca de 10.000 membros representando 6.000 instituições, de bancos a empresas de private-equity e empresas financeiras.

Entre seus concorrentes estão a Axial Networks, a Mergerdeals.com e a Dealgate.

Os sites são especialmente úteis por causa de seu alcance global, disse Jonathan Rubin, sócio da Westbury Group LLC, banco de investimento para empreendedores com sede em Westport, Connecticut.

“Se eu for ao meu cliente com uma lista de compradores internacionais, isso melhora a credibilidade do meu trabalho”, disse ele.

Opções premium

Alguns assessores relutam em admitir que um acordo surgiu por causa de uma conexão on-line.

“Eles não querem que seus clientes saibam que em vez de procurar ativamente um comprador em todo o mundo eles simplesmente confiaram em uma plataforma on-line, tiveram êxito e cobraram altas taxas”, disse Manuel Letard, gerente da MergersClub.

Contudo, menos de 10 por cento dos membros da MergersClub realmente fecharam um acordo com a ajuda do site, disse Letard.

E o site enfrenta outros obstáculos importantes, de normas de ética e de formas de obter de crédito dos usuários pelo serviço prestado até ganhar dinheiro realmente.

Embora o serviço do MergersClub seja grátis, o site está estudando adicionar opções premium como as oferecidas pela DealNexus. “Nós precisamos começar a gerar receita. Esse é o nosso maior desafio agora”, disse Letard.

A longo prazo, disse Quemada, os sites ajudam as empresas como a dele a aumentarem sua reputação e o relacionamento com os clientes.

“Um cliente me pediu uma vez parceiros na África do Sul e eu consegui encontrar seis”, disse ele. “Ele ficou muito impressionado com a minha rede global. É claro, ele não sabia que o MergersClub era o truque”. Manuel Baigorri, da Bloomberg | Leia mais em Exame 22/08/2014

23 agosto 2014



0 comentários: