04 abril 2014

Tide do Brasil compra a Prentiss Química

A empresa agroquímica chinesa Tide Group anunciou que a Tide do Brasil, sua filial brasileira, adquiriu a empresa local de produção e comercialização de protetores de cultivos Prentiss Química. 

Prentiss Química está localizada em Curitiba, Paraná, no sul do Brasil, e conta com uma capacidade de processamento de 60.000 toneladas por ano. Ela chegou a ser classificada entre as dez empresas com mais vendas do setor. Atualmente, possui 24 registros e 35 registros estão aguardando aprovação.

 O presidente do Tide Group, Yang Zhengyu, explicou: “nossa empresa não só adquiriu as instalações de fabricação e os canais de venda, mas também uma grande quantidade de registros de praguicidas. O mercado brasileiro é um dos maiores em potencial mundial, além disso, tem um papel vital no desenho estratégico do Tide. Acreditamos que essa compra ajudará a filial brasileira a dar um passo firme para crescer ainda mais no país”. Leia mais em overseasagro 21/03/2014

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Chinesa Tide acerta aquisição e acelera seu avanço no país 

Já consolidado em seu país de origem, a China, e nos Estados Unidos, o Tide Group, voltou suas atenções para o Brasil e começou a implementar uma estratégia para tentar crescer no mais promissor mercado de defensivos agrícolas do mundo.

 Há cerca de um mês, a companhia adquiriu o controle da paranaense Prentiss Química, e com isso encontrou um atalho para fincar raízes no país. A Tide chegou ao Brasil em 2010, mas desde então estava em fase pré-operacional.

 "O plano inicial era comercializar nossos agroquímicos trazendo-os diretamente da China. Mas, para isso, precisávamos do registro dos produtos, e essa área regulatória é bem complexa e morosa por aqui", disse Alberto Massanori, CEO da Tide do Brasil.

 Segundo o executivo, a empresa encaminhou para a aprovação dos órgãos competentes uma dezena de produtos, entre inseticidas, herbicidas e fungicidas destinados a culturas como soja, milho e café. Mas como o trâmite costuma levar cerca de cinco anos, a Tide viu na compra da Prentiss uma forma de contar com um portfólio de produtos já registrados e, assim, agilizar o acesso ao mercado brasileiro. 

Massanori não revelou o tamanho da participação que a Tide adquiriu para se tornar majoritária na empresa paranaense, e disse que não comprar 100%, nesse primeiro momento, foi uma decisão "estratégica". "Mas existe a opção de compra", adiantou.

 Conforme o CEO, o faturamento global da Tide é de "mais de US$ 150 milhões", valor que soa tímido diante das vendas totais de defensivos no mercado brasileiro, que somam cerca de US$ 10 bilhões. A operação, entretanto, ilustra o crescente interesse de empresas asiáticas do segmento – em especial indianas e chinesas – pelo Brasil, onde a tendência é de expansão dos volumes comercializados.

 Boa parte dessas empresas trabalha com defensivos genéricos, também chamados de "pós-patente", como é o caso da Tide. A companhia também atua com formulações especiais e defensivos granulados, que são dissolvidos em água. "Nosso foco também é investir em bioinseticidas. Já temos patentes de produtos desse tipo solicitadas nos EUA".

 Apesar das apostas no mercado americano, onde já conta com 55 produtos registrados, é no Brasil que a Tide tende a aprofundar suas atividades. A unidade da Prentiss no município de Campo Largo passou a ser a única fábrica da companhia fora da China. Naquele país, o grupo tem três unidades de produção de defensivos.

 A fábrica da Prentiss tem capacidade para ofertar 35 milhões de litros de herbicida, 15 milhões de litros de inseticidas e 15 milhões de litros de fungicidas por ano. A empresa, de base familiar e fundada há quase 40 anos, enfrentava dificuldades desde 2008 em função do aumento de preço do produto técnico concentrado do glifosato (matéria-prima básica para a produção de produtos à base de glifosato) na China.

 Houve um "descasamento" entre o valor de importação do produto e de venda no mercado interno brasileiro, o que gerou à empresa um elevado endividamento, segundo fontes a par do assunto. Com pouco capital de giro, a operação da Prentiss foi reduzida, de forma que seu faturamento, que chegou a alcançar US$ 21 milhões em 2010, diminuiu para US$ 5 milhões dois anos mais tarde – números não confirmados pela Tide.

 De acordo com Massanori, a meta mais imediata da companhia é fazer a Prentiss retomar o vigor na linha de produção. "No último ano, apenas 20% da capacidade da indústria estava sendo utilizada", disse. Em um segundo momento, deverão ser realizados investimentos em novas tecnologias e em pesquisas no Brasil. "Queremos incentivar a produção aqui. Vamos minimizar ao máximo a importação dos nossos defensivos da China".  Por Mariana Caetano | Valor Econômico Leia mais em alfonsin 04/04/2014


04 abril 2014



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