18 julho 2013

H.I.G. Capital investe na Creme Mel Sorvetes

A H.I.G. Capital, gestora americana de private equity, investe na Creme Mel Sorvetes, que tem sede em Goiás. Fernando Marques Oliveira, presidente da H.I.G no Brasil, não informa valor nem o tamanho da participação adquirida. Os dois sócios principais da Creme Mel, Antonio Benedito dos Santos e o Grupo Odilon Santos, permanecem, ao lado do fundo de participações, no comando dos negócios.

 A produtora de sorvetes tem uma história curiosa. Foi criada em 1987 depois que Benedito dos Santos deixou o emprego de motorista de ônibus e utilizou os recursos do fundo de garantia para abrir uma fábrica de sorvetes. O antigo patrão, Odilon Santos, vendo o negócio crescer, tornou-se sócio do ex-funcionário.

 "Estamos entusiasmados em ter a H.I.G. como sócia. A habilidade e experiência em ajudar empresas a crescer em todo o mundo serão de grande utilidade para acelerar nossa expansão", disse Benedito dos Santos, em nota.

 A H.I.G. abriu um escritório no Brasil no ano passado e conta, globalmente, com US$ 13 bilhões sob gestão. O foco é investir em pequenas e médias empresas - com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões. O primeiro negócio no país, em setembro, foi a compra de 100% da rede de ensino de idiomas Cel Lep.

 Em março deste ano, o setor de sorvetes já havia atraído um investidor de peso. O empresário Jorge Paulo Lemann, sócio da cervejaria AB Inbev e da rede de lanchonetes Burger King, comprou fatia minoritária na sorveteria Diletto. O negócio foi estimado em R$ 100 milhões e envolve aproximadamente 20% das ações da empresa. No ano passado, a Jundiá informou que buscava um sócio.

 Oliveira ressalta a qualidade da administração da Creme Mel, que conseguiu presença em 9 Estados e no Distrito Federal nos últimos anos. "Nosso investimento inicial será na expansão da fábrica da empresa, para ampliar a sua capacidade produtiva e levar os sorvetes para todo o país", diz o executivo do fundo. A Creme Mel tem perto de mil funcionário e está em Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão. A empresa faturou R$ 96 milhões em 2011 e esperava crescer entre 25% e 30% em 2012 - o número fechado não foi divulgado. A expectativa era estar em todo território nacional até 2014. A fábrica atual tem capacidade para 50 milhões de litros de sorvete ao ano. Por hora, pode produzir 33 mil picolés e 15 mil litros de sorvete de massa.

 Oliveira, da H.I.G., diz que os sorvetes têm se destacado em crescimento como um subsetor da área de alimentos, com expansão acima de dois dígitos em média, nos últimos anos. "A renda da classe média aumentou e o sorvete, de acordo com pesquisas, tem deixado de ser associado a momentos de lazer para tornar-se um hábito, como um alimento", diz.

 Segundo a Euromonitor, no período de 2007 a 2012, a venda em de sorvetes no Brasil cresceu 175 %, de 120 milhões para 331 milhões de litros. Em valor, o aumento foi de 89%, de US$ 1,6 bilhão para US$ 3,1 bilhões. A Euromonitor estima que em 2017 as vendas alcancem 566 milhões de litros e movimentem US$ 5,5 bilhões. A Associação Brasileira das Indústrias e do Seto de Sorvetes informa que de 2003 a 2012 o consumo per capita cresceu 62,56%, para 6,21 litros ao ano.

 Segundo ele, a Creme Mel tem posição de liderança na região Centro-Oeste e posição de destaque no mercado nacional, liderado por Unilever, com a marca Kibon, e a Nestlé.

 A companhia goiana conseguiu equacionar uma questão relevante para o setor que é a distribuição dos produtos, mais cara por ser feita em caminhões refrigerados. A empresa tem frota própria com 100 caminhões, o que elimina gastos com distribuidores. Em alguns Estados, também conta com centros de distribuição. Segundo Oliveira, o produto da Creme Mel é dirigido ao consumidor da classe média. Os sorvetes são vendidos em supermercados, padarias e restaurantes. Valor Econômico
Fonte: abvcap 18/07/2013

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18 julho 2013



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