20 dezembro 2012

Ibema mira compra de concorrentes

Clécio Chiamulera, diretor administrativo-financeiro do grupo, afirmou que a empresa definiu três alvos potenciais de associação ou aquisição no Brasil . Recursos que financiarão os planos de consolidação da Ibema serão provenientes de uma oferta inicial de ações e venda de uma fatia do capital a investidores financeiros ou tecnológicos

A paranaense Ibema, terceira maior produtora de papel-cartão do país, definiu três alvos potenciais de associação ou aquisição no Brasil, na esteira da estratégia de consolidar a indústria nacional. Além da paulista Papirus, com a qual já manteve tratativas em torno de uma possível fusão, Miguel Forte Industrial Papéis e Madeira e Bonet Madeiras e Papéis, ambas produtoras de cartões e instaladas no Sul, estão nos planos do grupo.

 "Para brigar com as duas grandes, é preciso consolidar a base", disse Clécio Luiz Chiamulera, diretor administrativo-financeiro da Ibema, referindo-se às líderes Klabin (30% de participação) e Suzano Papel e Celulose (23%). "Assim que tivermos os recursos, vamos começar a fechar acordos.

" A eleição das três potenciais parceiras não fecha as portas da Ibema, que produz 90 mil toneladas por ano de cartão e responde por 13% das vendas do papel no país, a outros interessados. Um grupo estrangeiro seria bem-vindo. "Nada impede que uma multinacional compre uma participação e, mais adiante, amplie sua fatia. Os controladores poderão, inclusive, abrir mão dessa posição, no longo prazo, para crescer."

 Os recursos que financiarão os planos de consolidação da Ibema serão provenientes de uma oferta inicial de ações e venda de uma fatia do capital a investidores financeiros ou tecnológicos. No primeiro trimestre de 2013, a empresa oficializará sua adesão ao Bovespa Mais, segmento de acesso da BM&FBovespa, e terá até sete anos para levar adiante a emissão de ações, que poderá movimentar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões. Mas a expectativa é a de que a oferta ocorra antes desse prazo.

"Neste momento, nosso foco está no Bovespa Mais, o que dará visibilidade à empresa e permitirá a obtenção de recursos", afirmou. Em 2010, a Ibema chegou a avaliar oferta inicial de ações de R$ 300 milhões, dos quais R$ 100 milhões seriam direcionados ao negócio de papel e R$ 200 milhões à área de energia - a empresa tem duas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Os planos não foram adiante, mas resultaram em importantes avanços de governança corporativa. Na área de energia, por sua vez, o projeto de expansão está suspenso, ao menos por enquanto, em razão da mudança de regras imposta pela MP 579.

 Se associada à Papirus, a Ibema alcançaria fatia de 25% no mercado de cartão, usado sobretudo em embalagens de alimentos e higiene e beleza, encostada nas líderes. Embora as conversas tenham sido suspensas no ano passado, a Papirus segue no páreo. Juntas, as empresas poderiam produzir 180 mil toneladas por ano. Já no caso de Miguel Forte e Bonet, que respondem por até 5% do mercado nacional de cartão cada uma, poderia haver um arranjo envolvendo as três empresas. "Há vários cenários possíveis", disse o executivo. "Podemos fazer isso via troca de ações, compra de produção, aquisição de empresa. Tudo vai depender das negociações." Segundo ele, já existem conversas com alguns fabricantes e é sabido que "muitos deles têm interesse" na consolidação.

 A chegada da Ibema ao mercado de capitais já era esperada, em razão de um acordo firmado em 2007 com a BNDESPar, que comprou 22% do seu capital e estabeleceu prazo de cinco anos para uma operação dessa natureza. Em 2011, os controladores da empresa recompraram 7% da participação e a BNDESPar ficou com fatia de 15%. A tendência é a de que em algum momento o braço de participações do BNDES saia do quadro acionário.

 A paranaense Ibema deve encerrar este ano com faturamento de R$ 240 milhões e registrar receitas de cerca de R$ 300 milhões no ano que vem. Autor: Vinculado ao interjornal.noticias

Fonte: passeiaki 20/12/2012

20 dezembro 2012



0 comentários: