05 setembro 2012

Abril Educação tem apetite para até R$ 1 bi em aquisições

Companhia quer aproveitar a maior procura por cursos de inglês e elevar as margens de lucro

 As aquisições devem ajudar a Abril Educação a aumentar a receita com ensino de inglês e sistemas de ensino, que têm margens de lucro de até 60%

A Abril Educação SA quer acelerar o ritmo de aquisições. A empresa quer aproveitar a maior procura por cursos de inglês e elevar as margens de lucro.

 O presidente da companhia, Manoel Amorim, disse que aumentou o apetite para aquisições depois que as compras no último ano registraram crescimentos acima de 10 por cento. A empresa teria capacidade de gastar até R$ 1 bilhão se aumentasse a dívida para até 3,5 vezes o resultado operacional e fizesse emissão de novas ações no valor de R$ 100 milhões, segundo o executivo.

 “Estamos procurando todas as oportunidades de aquisição que existem no Brasil”, disse Amorim em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo ontem. O segmento de ensino de inglês “vai se consolidar, pois a maior parte das empresas são familiares, e muitas delas querem se associar a players mais fortes, ou vender para eles.”

 A Abril Educação, que começou como editora de livros didáticos e é dona das editoras Ática e Scipione, está focando em cursos de inglês à medida que apenas 3 por cento da população brasileira fala a língua. No México e em países asiáticos, esse percentual é de pelo menos 10 por cento, segundo Amorim.

 Em julho, a empresa anunciou a compra de 51 por cento dos cursos de inglês Red Balloon, uma rede com 34 unidades de ensino, por R$ 29,9 milhões. O executivo não quis comentar especificamente sobre um eventual interesse na rede Wise Up, noticiada pelo jornal O Estado de S. Paulo em agosto. 

Margens maiores

 As aquisições devem ajudar a Abril Educação a aumentar a receita com ensino de inglês e sistemas de ensino, que têm margens de lucro de até 60 por cento. A meta é elevar o peso somado dos dois segmentos dos atuais 20 por cento da receita para 50 por cento, em até cinco anos, segundo Amorim. 

“Eles viram que o sistema de ensino estava crescendo e começaram a migrar para isso, que canibalizaria o produto inicial deles, que são os livros didáticos, fizeram aquisições que fizeram sentido”, disse Érico Argolo, sócio da Bogari Capital, que administra R$ 300 milhões no Rio de Janeiro e possui ações da Abril Educação desde a queda registrada pelas ações no mês seguinte à abertura de capital. Felipe Frisch, da Bloomberg
Fonte: Exame 05/09/2012

05 setembro 2012



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