06 agosto 2012

Petrobras quer vender ativos até dezembro

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou nesta segunda-feira que a estatal mantém a intenção de concluir a venda de ativos até o final deste ano. O Plano de Negócios 2012-2016 da companhia prevê desinvestimentos de US$ 14,8 bilhões até 2016, mas a direção da companhia já afirmou mais de uma vez que uma parte dessas operações deve ocorrer ainda em 2012.

 O executivo também destacou que nenhuma premissa da companhia foi alterada, a despeito do prejuízo de R$ 1,346 bilhão registrado no segundo trimestre. "Vamos manter os indicadores de alavancagem em nível com o anunciado", afirmou o executivo. A companhia, por exemplo, quer manter a alavancagem líquida, relação entre o endividamento líquido e o patrimônio líquido, abaixo de 35%.

 No segundo trimestre, o índice alcançou 28%, alta de quatro pontos porcentuais em relação ao patamar de março. A elevação, segundo Barbassa, tem origem principalmente no impacto do câmbio nas dívidas em dólar. O endividamento líquido somou US$ 65,9 bilhões, contra US$ 58,3 bilhões no primeiro trimestre.

 Apesar do prejuízo no segundo trimestre, o resultado operacional no período foi classificado como "excelente" pelo diretor financeiro. Entretanto, Barbassa admitiu que esse bom desempenho não conseguiu neutralizar o impacto negativo do resultado financeiro no período.

 Barbassa lembrou que houve um aumento na produção de derivados em função da maior carga processada. Além disso, o parque de refino registrou maiores taxas de utilização, com um recorde mensal de processamento em junho (de 98,7%).

 Dólar x Custo - 
Barbassa também afirmou que a valorização do dólar em relação ao real no segundo trimestre do ano influenciou o aumento do custo do produto vendido (CPV) da Petrobrás. "O produto adquirido no exterior para suprir a demanda adicional no Brasil teve um custo maior", disse o executivo.

 Outro impacto no intervalo, de acordo com ele, foi o maior efeito dos poços secos, que "cresceram significativamente no período", afirmou.

 Em seu balanço divulgado na sexta-feira, a companhia informou que o custo de extração de petróleo (lifting cost) no Brasil foi de US$ 13,40 por barril no segundo trimestre de 2012, uma alta de 2,1% em relação aos US$ 13,12 por barril apurados pela estatal em igual trimestre do ano anterior. O indicador desconsidera as participações governamentais. Incluindo as taxas pagas ao governo, como royalties e participações especiais, o custo de extração caiu 8,1% em relação ao segundo trimestre de 2011, para US$ 32,16 por barril.

 Já a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, disse que tem "confiança e convicção" de que a petroleira conquistará resultados "mais prósperos ao longo dos próximos trimestres e no próximo ano". "Não acredito que fatores que influenciaram o nosso resultado (no segundo trimestre) irão acontecer na mesma dimensão que ocorreram neste", afirmou.

 A principal executiva da estatal explicou que resolveu participar da teleconferência realizada nesta segunda-feira com investidores e analistas exatamente por conta do prejuízo apresentado pela companhia. "Tradicionalmente o CEO não viria apresentar, mas não poderia deixar de explicar juntamente com os diretores o resultado negativo", afirmou ela. "Acredito na empresa que estou presidindo, temos pessoal qualificado, sabemos operar e estamos investindo bilhões ao longo dos anos em pesquisa e desenvolvimento." AE - Agencia Estado
Fonte: estadao 06/08/2012

06 agosto 2012



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