08 maio 2012

Dow AgroSciences prioriza safrinha e planeja aquisição

Multinacional acaba de lançar nova marca, para lavouras de médio e alto investimento: Morgan; prepara 6 lançamentos e quer fatia de 20% do mercado brasileiro

 O mercado pode esperar aquisições da Dow AgroSciences “para hoje, ou hoy”, segundo o presidente da companhia no Brasil, Ramiro de La Cruz. Compras desse tipo, nas áreas de defensivos agrícolas e biotecnologia, estão em estudo, disse ele ao DCI, sem especificar quais empresas estariam na mira da Dow. Este é um indicativo de que a multinacional está se expandindo no País, “que representa mais da metade do peso da América Latina [de 27%] no faturamento global da empresa [de US$ 5,7 bilhões, em 2011]” .

 A Dow reorganizou sua estratégia no Brasil e apresentou, ontem, uma nova marca, a Morgan, destinada às lavouras consideradas de médio e alto investimento. Motivado pelos resultados da “safrinha”, o foco dessa nova frente de atuação, a princípio, são as variedades híbridas da semente de milho. As outras duas marcas da companhia, a Dow Sementes e a Agromen Tecnologia, ficarão reservadas às plantações de alto padrão e às soluções que envolvem sistemas produtivos completos.

 A prioridade que a Dow está dando à cultura do milho se explica em números: o grão pode superar o cultivo da soja neste ano, com a segunda safra batendo o recorde de 6,9 milhões de hectares plantados e 30,6 milhões de toneladas colhidas, nas contas da consultoria Safras & Mercado.

 “O mercado de milho brasileiro é grande, extremamente grande, na área de plantio e no volume comercializado”, observou o gerente de Marketing para Milho da Morgan, Diógenes Panchoni, reforçando a importância de se oferecer um amplo portfólio de sementes para a cultura: “O mesmo híbrido não apresenta a mesma eficiência no Rio Grande do Sul e no Tocantins”.

 O diretor de Sementes e Biotecnologia, Rolando Alegria, mostrou em gráficos que, ano a ano, as lavouras de milho se tornam mais caras, por assim dizer. Em 2009, 82% das plantações de safrinha eram consideradas de alto e médio custo; no ano passado, essa relação mudou para 89% e 11%, na avaliação da Associação Nacional dos Produtores de Sementes (Abrasem).

 “O milho é a cultura mais importante para a Dow no mundo [com vendas de US$ 1 bilhão]”, afirmou de La Cruz. A participação de mercado da companhia nesse campo é menor do que 5% nos Estados Unidos e fica em 16% no Brasil. O executivo espera que, com a entrada da Morgan em operação, o market share chegue a 27% no País. A Argentina é o terceiro mercado protagonista. “Este ano, a safrinha, com sete milhões de hectares, deve ser maior do que a de verão”, disse Alegria. “Quem quer ser uma grande empresa no mercado de sementes não pode fugir [da segunda safra]”, concluiu.

 Êxito, aquisições 

 O presidente da Dow AgroSciences considera o Brasil o país “mais exitoso”, em termos de desenvolvimento tecnológico, avanço da qualidade e expansão do mercado de sementes e agrotóxicos. “Nossa estratégia no Brasil é semelhante à mundial: ser uma das maiores na cadeia do agronegócio, com duas plataformas: a de proteção a cultivos e a de sementes e biotecnologia”, declarou.

 Os negócios da companhia estão concentrados na América do Norte (37%), e a América Latina (27%) ultrapassou a Europa (23%) em demanda. O foco da Dow no mundo, hoje, são as sementes híbridas (19%), que perdem para os herbicidas (51%) em valores brutos, mas supera as vendas de inseticidas (18%).

 No Brasil, as plataformas de atuação da multinacional se dividem assim: peso de 27% para as sementes biotecnológicas e 73% para os defensivos agrícolas. Há nove unidades de fabricação de sementes, duas de agrotóxicos, uma de pesquisa e uma estação experimental da companhia no País. As aquisições — em vias de se realizarem —, para de La Cruz, “são muito importantes, não só para o crescimento orgânico, mas pelo acesso a mercados”.

 Lançamentos 
 O novo braço da Dow, a Morgan, “é uma forma de levar nossa tecnologia para todo Brasil”, de acordo com o executivo. De La Cruz revelou que há seis lançamentos, “que com certeza irão revolucionar o mercado”, previstos para este ano. A companhia trabalha com uma dinâmica de constante renovação do portfólio.


 “Quando há oferta de um híbrido melhor do que o da Dow no mercado, nós substituímos o nosso”, afirmou Panchoni. “Na área de sementes, a Dow está trabalhando no controle de pragas e na resistência a herbicidas”, contou Alegria. O primeiro lançamento do ano sairá na semana que vem e se chama Powercore. Por: Bruno Cirillo
Fonte: DCI 08/05/2012

08 maio 2012



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