21 maio 2012

Depois da Dafiti, fundo alemão investe na FiveBlu

O sucesso da varejista de calçados on-line Dafiti, que prevê atingir faturamento de R$ 1 bilhão neste ano, levou o fundo de investimento alemão Rocket Internet a lançar o seu segundo empreendimento no Brasil: a FiveBlu, site de comércio eletrônico de vestuário, calçados e acessórios de marca própria.

O aporte inicial do fundo, segundo apurou o Valor, foi de €10 milhões. A FiveBlu não comenta a informação. 

Sócio-diretor da companhia, o italiano Luca Marini está no Brasil há cinco meses para tocar o novo negócio. O site está em operação desde o final de abril. Segundo o executivo, a FiveBlu deve compartilhar a estrutura de armazenagem e logística da Dafiti, empresa que já recebeu duas rodadas de investimento do Rocket Internet, de € 20 milhões cada, desde que começou a funcionar no início do ano passado.

 Para Marini, o principal desafio da FiveBlu para se consolidar como "fast fashion" on-line será criar uma marca aspiracional para seu público-alvo: homens e mulheres entre 19 e 29 anos.

 A primeira coleção da FiveBlu, diz Marini, conta com 750 modelos, dos quais 400 são de calçados, e o restante se divide entre roupas e acessórios. "Pela experiência que temos com a Dafiti, a performance de calçados em vendas na internet ainda é melhor do que a de roupas no Brasil", comenta o executivo.

 Marini conta que a FiveBlu, por enquanto, está trabalhando com 20 fornecedores brasileiros. Para o consumidor, o preço médio será de R$ 100 na categoria de roupas e de R$ 110 na de calçados. Cerca de 70% dos produtos são dedicados ao público feminino.

 Marini não revela qual a meta de faturamento da companhia no seu primeiro ano de funcionamento. Mas diz que além da loja virtual própria, a FiveBlu contará com a ajuda do canal de vendas da Dafiti, que comercializa marcas de terceiros. Isso porque já é possível comprar produtos da FiveBlu na página da Dafiti. "Não há uma competição direta entre elas", afirma.

 Ainda este ano, a FiveBlu deve começar a se expandir por outros países da América Latina. A ideia é seguir, de certa forma, a mesma estratégia de expansão orgânica da Dafiti, que começou a operação no Brasil e em seguida partiu para Argentina, Colômbia e Chile. Na semana passada, a companhia estreou no México. 

Segundo dados da consultoria e-bit, o comércio virtual atingiu faturamento de R$ 18 bilhões no ano passado no país, alta de 26% em relação a 2010. Apesar de ainda encontrar percalços, como a falta de padronização dos tamanhos no Brasil, os sites de venda de roupas pela internet crescem de forma mais acelerada que o varejo on-line como um todo, aponta Marini.

 Se em 2009, o setor de moda e acessórios ocupava a 26ª posição no ranking de vendas do e-bit, a categoria se firmou na quinta colocação em 2011, empatada com saúde, beleza e medicamentos em volume de pedidos (7% do total). Eletrodomésticos, na primeira posição, respondeu por 15% do volume comercializado. Por Marina Falcão
Fonte: Valor 21/05/2012

21 maio 2012



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