04 maio 2012

Conselheiros demoraram a ver problemas da Gafisa, diz Polo

A gestora de recursos Polo Capital divulgou ontem a justificativa para seu pedido de voto múltiplo na eleição do conselho de administração da Gafisa. A Polo fez um pedido público de procuração em busca de apoio de outras acionistas para eleger um novo conselho. Na visão da gestora, o conselho atual não tem motivação de dono e quase nenhum interesse econômico na empresa.


 A Polo questiona o processo decisório da Gafisa. Ressalta que o conselho recebeu proposta para aquisição de ativos e a rejeitou sem ouvir a opinião dos acionistas. "Considerando todos os desacertos experimentados ao longo dos últimos anos, quando a sucessiva má-performance financeira foi coroada com uma baixa contábil de 35% do patrimônio da companhia, pareceria sensato que o conselho considerasse que os acionistas devem ter o poder de decidir o seu futuro."

 A Polo destaca o desempenho operacional e financeiro sofrível da empresa ano passado, que teve também de renegociar coventans de dívidas. E aponta "baixa capacidade de gestão de gente, resultando em alta rotatividade e descontinuidade no corpo operacional".

 Na avaliação da Polo, o conselho levou tempo excessivo em identificar e reconhecer a gravidade dos problemas. A gestora cita a baixa contábil realizada, que teve origem em "eventos que ocorreram em exercícios anteriores, assim como no atual", e durante esse período, a empresa apresentou "seguidos resultados positivos que levaram seus acionistas a conclusões errôneas.

 "A Gafisa precisa de decisões urgentes", diz a Polo E pergunta se o conselho não está "caminhando a reboque da administração em lugar de liderá-la".

 Reforçou ainda que a Gafisa, por mais de um ano, manteve-se em pendência junto a SEC, a CVM americana, por não conseguir apurar seus números. Os mecanismos de controle, diz a gestora, precisam ser urgentemente aprimorados. Os candidatos indicados pela Polo entendem a "premência das questões e sua gravidade, acompanham de perto a empresa pelo fato de serem acionistas desde muito tempo". Acreditam que a Gafisa tem muito a ganhar com maior transparência na condução dos seus processos e na comunicação sobre sua real situação. A Gafisa informou que duas consultorias de voto, a ISS e a Glass Lewis, recomendaram voto favorável à chapa indicada pela administração ao conselho. Ambas argumentaram que outros acionistas não haviam apresentado justificativa para voto contrário ao da gestão.  Por APR
Fonte: Valor Econômico 04/05/2012

04 maio 2012



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