19 abril 2012

TI demanda 7% da receita empresarial

A Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP) reuniu a imprensa nesta manhã (18) em São Paulo para divulgar o balanço da 23ª pesquisa sobre o mercado brasileiro de TI e uso nas empresas. Em 2011, as companhias nacionais destinaram 7% da sua receita em gastos e investimentos em Tecnologia da Informação, valor que cresce 7% ao ano. Telecomunicações também estão inseridas nesta conta, porém não se sabe ao certo o valor representativo, pois nem todas as empresas destinam esses números para a TI.

“O total de investimentos e gastos com TI significa uma grande curva de aceleração da informatização do Brasil e esse valor dobrou em 12 anos”, conta o professor titular da instituição e coordenador da pesquisa, Fernando Meirelles e acrescenta que um computador custa, em média, US$ 11.400, em reais R$ 19.100, por ano nas empresas.

Segundo a pesquisa, hoje existem 99 milhões de computadores em uso doméstico e empresarial no Brasil, o que significa um equipamento para cada dois habitantes. Esse número, que também contempla os tablets, dobrou em quatro anos e a projeção para 2014 é de 140 milhões chegando a 200 milhões em 2017, um para cada habitante. A estimativa de venda para este ano é de 17,9 milhões de unidades, uma venda por segundo.

Modelo de comercialização

Para Meirelles, esse mercado reflete diretamente nos ambientes de TI das empresas, pois a base ativa de computadores no Brasil apresenta uma evolução linear e podemos ver num futuro muito próximo uma mudança nas estruturas de comercialização. “Vamos inverter o começo da história da tecnologia e o modelo do mercado. Eu vejo uma tendência das empresas comprarem os serviços de implementação, que serão muito mais caros, e de brinde ganham as licenças de software e os equipamentos dos fornecedores”, diz

De acordo com o professor, os orçamentos de TI das empresas destinam cerca de 10% para hardware e 70% para serviços. “Dependendo de como será a consolidação das transformações no modelo de negociação, as companhias poderão comprar diretamente os equipamentos e instalar as tecnologias necessárias. Não sei quando isso pode acontecer, mas tudo indica que teremos essa mudança na comercialização da TI”, acrescenta.

Questionado em relação ao modelo de computação em nuvem, o professor aponta que esse tipo de contratação eventualmente terá uma redução de custo em curto prazo para as empresas, mas em longo prazo esse valor sempre aumenta. “É o mesmo fenômeno do software livre. O que determina o gasto não é o ambiente, mas a postura na era de informática. Pode ser que no ano que vem adicionemos essa estatística da nuvem, mas será em outra metodologia”, informa.

Soluções corporativas

Em relação ao mercado brasileiro dos Sistemas Integrados de Gestão (ERPs), a

  • TOTVS lidera com 38% de market share seguida pela
  • SAP (28%) e
  • Oracle (16%).
  • Porém, a TOTVS tem participação em 53% nas menores empresas enquanto a SAP lidera com 51% nas maiores companhias do País.

Em termos de soluções de inteligência analítica, primeira vez que essa categoria entra no estudo da FGV, a SAP lidera o mercado com 20%, seguida pela Oracle (18%) e TOTVS (16%). “Juntamos todos os softwares de análises de informações neste item e constatamos que boa parte do lucro dessas fornecedoras de tecnologia vem desse setor, superando o mercado de ERP”, acrescenta Meirelles.

A Microsoft continua dominando as estações de trabalho das empresas brasileiras com o Windows, Office e Explorer com 91% de market share. O sistema operacional da gigante de Bill Gates obteve crescimento constante nos últimos 12 anos. Nos servidores corporativos o Windows tem 68% de presença e o Linux caiu de 20% para 18% do uso no ambiente operacional. “Muitas empresas deixaram de usar o Linux que estava estacionado em 20% por três anos”, completa Meirelles. Por Léia Machado
Fonte: Decision Report 18/04/2012

19 abril 2012



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