08 abril 2012

Pequenas empresas investem e inovam no setor de beleza

Mercado de cosméticos no Brasil cresce mais de 10% ao ano.
País é o 3º maior mercado consumidor de cosméticos do mundo.

O setor de cosméticos no Brasil cresce mais de 10% ao ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Hoje, existem mais de 1,6 mil indústrias de cosméticos no país. A maioria delas se concentra na região Sudeste. E as pequenas empresas investem no setor da beleza, com novas tecnologias e produtos diferenciados.

O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de cosméticos do mundo. E o segundo quando se trata de produtos para cabelos. Basta dizer que 79% das mulheres usam artigos de beleza todos os dias. E gastam em média R$ 80 por mês com esses produtos.

A indústria de cosméticos fatura quase R$ 30 bilhões por ano no Brasil. Para levar uma fatia desse bolo, o segredo é descobrir um nicho de mercado, um segmento onde os grandes não atuam, e cliente para isso não falta. Os brasileiros, em especial as mulheres, estão entre os povos que mais gostam de novidades em matéria de beleza.
É um mercado cheio de oportunidades para os pequenos. “Nós temos cadastrados perto 1,7 mil indústrias no país, e 1,4 mil indústrias são microempresas (...). São elas que buscam nichos de mercado, pequenas tendências que estão nascendo, mas que são ainda muito pequenas para que médias e grandes empresas explorem esse segmento. As pequenas fazem esse papel meio de formiga e com que esse mercado vá se desenvolvendo, vá crescendo”, diz João Carlos Basilio, presidente da Abihpec.

O empresário Flávio de Oliveira é um desses desbravadores do mercado da beleza. Ele começou em 2009, como a maioria das pequenas empresas de cosméticos: terceirizando a produção. Flávio lançou uma linha de shampoos, hidratantes, sabonetes e cremes para os pés.
“Quando você começa com volume pequeno, a terceirização é melhor opção. E tem outra coisa, você fica concentrado no seu negócio, que é desenvolvimento de produto, mercado, distribuição, promoção, marketing e comunicação”, diz.

Ele escolheu o nicho da terceira idade e acertou em cheio. Os cosméticos têm embalagens que não escorregam, letras grandes no rótulo e produtos com muito hidratante, porque a pele do idoso é mais seca. A empresa vende 1000 unidades por mês, e dobra de tamanho a cada dois anos.
“Depois de muita pesquisa, aqui e fora, nós identificamos o crescimento da terceira idade no Brasil, e a necessidade de produtos e serviços para esse público. Não existe nada, nada foi desenvolvido ainda do que você imaginar, entre produtos e serviços, e entre produtos, cosméticos”, afirma Oliveira.

É na fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, que os cosméticos do empresário são produzidos. Segundo o dono da fábrica, Rodolfo de Barros, dá para começar neste segmento com R$ 50 mil - desde que a produção seja terceirizada. “Nós fazemos a parte de lay out, desenvolvimento da marca, do logo, fazemos a formulação, a regulamentação da Anvisa, e o cliente só tem que cuidar da venda”, afirma Barros.

A primeira etapa é criar uma marca. Cosmético tem que ter charme, glamour. Aí vai uma dica: usar um nome de mulher, ou uma palavra que lembre saúde e nutrição. “Uma qualidade visual, uma consistência visual é fundamental”, diz Felipe Garcia, diretor de marketing.

Na empresa de Barros, quem cria as fórmulas é a química Solange Falco. Ela desenvolve cosméticos para empresas que estão começando. “Aí é que está o segredo. Você tem que saber misturar esses produtos certos, na concentração certa de cada um, para que você tenha um bom shampoo. O restante são aditivos, polímeros, que você coloca na formulação para enriquecê-la”, explica.

A fábrica atende pedidos de 30 clientes por mês - a maioria de pequenos empresários. E cada um tem uma necessidade. “Nós temos equipamentos diferentes para volumes diferentes”, disse. Um deles é um equipamento para 50 quilos. Outro, para 100 quilos. Há ainda um de 1,1 mil quilos. “Conforme a necessidade do cliente, a gente aplica o equipamento necessário”, diz.

As fórmulas são misturadas por uma hora. É uma etapa essencial para o produto se tornar atraente.

Inovação
Além de produzir para outras empresas, Barros também é um inovador no mercado de cosméticos. Em 2011, ele desenvolveu um creme natural para alisar cabelos. O produto é uma escova progressiva sem formol, substância que pode causar câncer. “A gente criou um produto sem formol, e que alisa tal qual o formol e deixando as mesmas características do formol”, revela.

A nova fórmula da escova progressiva usa um ácido orgânico, levou oito meses para ser desenvolvida. O investimento foi de R$ 25 mil em testes e matéria-prima.
O novo cosmético é vendido para salões de beleza.O creme é passado mecha por mecha. “Ele entra no cabelo com as escamas abertas, penetrando profundamente dentro da estrutura dele, responsável pela fórmula lisa ou cacheada desse cabelo”, explica Heloísa Montanhini, coordenadora técnica.

O alisador natural revigorou o salão. Hoje são feitas 40 progressivas por mês no local, a R$ 300 cada uma. “É o carro chefe, sim o que tem impulsionado o mercado de salões é a progressiva, e no nosso caso não é diferente”, diz Andrea Bastos, dona do salão de beleza.

Menos de um ano depois de lançada, a nova escova progressiva já representa 40% do faturamento da empresa de Barros. Ela é vendida para mais de mil salões de beleza. “As nossas vendas estão numa crescente de 35% ao mês”, diz, acrescentando que as expectativas são de mais aumento de vendas e lançamento de novos produtos para a linha de salão.Fonte: G1
Fonte:expressomt08/04/2012

08 abril 2012



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