13 abril 2012

Gestora vai investir em fornecedor da Petrobras

A Diamond Mountain Capital Group, empresa de assessoria e investimentos com foco em infraestrutura, pretende montar uma plataforma financeira para atender a indústria brasileira de óleo e gás. Com escritórios em São Paulo e Miami, a gestora tem planos de levantar até R$ 3 bilhões no país e no exterior para investir na compra de participações (private equity) e financiar o capital de giro de fornecedores da Petrobras.

Criada em 2008 como um fundo de private equity formado apenas com recursos dos sócios, a Diamond Mountain - nome dado em referência à origem judaica dos fundadores - decidiu expandir a atuação de olho nas oportunidades criadas a partir do ousado plano de investimentos de quase US$ 230 bilhões até 2015 previsto pela Petrobras.

Parte importante desse projeto dependerá da capacitação dos fornecedores da estatal, em razão das metas de conteúdo nacional que fazem parte da regulação do setor, de acordo com o presidente da Diamond Mountain, Marcos Henrique Costa.

Por restrições legais, o executivo não fala sobre a captação de recursos no mercado, mas diz que o porte dos novos investimentos não poderia ser suprido apenas com recursos próprios. Em um universo de mais de 2 mil potenciais fornecedores aptos a receber encomendas da Petrobras, a gestora mapeou oito alvos de aquisições.

"São empresas com faturamento da ordem de R$ 500 milhões, mas que ainda não estão no radar da maior parte dos investidores", afirma. Costa diz que o objetivo é deter preferencialmente participações minoritárias, mas com uma estrutura clara de governança. A gestora pretende investir apenas em companhias que possuam certificado de registro e classificação cadastral (CRCC) e nota mínima de 9 nos critérios da Petrobras. No FIDC, a exigência será um pouco menor e contemplará companhias com classificação a partir de 7. A estatal dá notas a seus fornecedores, de acordo com o grau de relacionamento com eles.

A iniciativa conta com apoio institucional da estatal, segundo o diretor institucional da Diamond Mountain, Mark Abrams.

A Diamond Mountain se aproximou da Petrobras a partir do contato com as empresas que receberam investimentos do primeiro fundo de private equity. A gestora realizou dez investimentos até o momento, a maioria por meio de associações com empresas estrangeiras que não tinham operações no Brasil. Foi assim com a Minerações Sustentáveis do Brasil (MSB), que extrai e comercializa areia de origem oceânica, fruto de uma parceria com a belga Deme, e com a fabricante de compressores de gás natural veicular (GNV) argentina Galileo, da qual a gestora é sócia com 50% do capital.

Além dos fundos de private equity e de recebíveis, a Diamond Mountain terá uma empresa de securitização imobiliária, que emitirá títulos com lastro em imóveis construídos para os fornecedores da Petrobras. A gestora constituiu ainda uma corretora de seguros para atender as companhias do setor. Em paralelo, a Diamond manterá a atuação como uma empresa independente de assessoria em fusões e aquisições, sempre com foco em infraestrutura, afirma Costa. Por Vinícius Pinheiro
Fonte:Valor Econômico 13/04/2012

13 abril 2012



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