23 abril 2012

Fundos de private equity vendem US$ 20,4 bi de investimentos

Início de 2012 está mais favorável para desinvestimento, mas estima-se um contingente de 100 empresas no mundo e 15 no Brasil aguardando dias melhores para fazerem a oferta pública ou serem vendidas

O ano de 2011 não foi dos mais fáceis para o processo de desinvestimento dos fundos de private equity, por conta do cenário econômico mundial e à fragilidade do mercado de capitais interno. No entanto, 2012 já está mais favorável.

Levantamento da Ernst & Young, concedido com exclusividade pelo BRASIL ECONÔMICO, revela que as saídas de fundos de private equity das empresas investidas somaram US$ 20,4 bilhões no primeiro bimestre deste ano em todo o mundo, um aumento de 15% frente à apuração de setembro e outubro do ano passado. “No Brasil, o ambiente para investimento está muito bom.Opaís respeita as regras do jogo, o que dá segurança aos investidores, os fundos de private equity locais e estrangeiros estão capitalizados e o mercado de capitais já dá sinais de melhora”, diz Patrick Ledoux, sócio da Actis América Latina.

O aumento, no entanto, não foi capaz de superar o volume do primeiro bimestre de 2011, quando ficou em US$ 32,7 bilhões. À época, os negócios ainda não haviam sido afetados pela deterioração do mercado europeu e as perspectivas eram positivas. Desta forma, estima-se que um contingente de 100 empresas no mundo e 15 no Brasil ainda estejam aguardando dias melhores para poderem fazer a oferta pública ou serem vendidas, na etapa de saída dos fundos de private equity. “Os fundos estão esperando um momento mais atrativo de sair e estudando a melhor maneira”, pondera o líder da área de mercados globais de private equity da Ernst & Young, Philip Bass.

Além disso, Luiz Borges de Medeiros, sócio e gestor de private equity da Rio Bravo também acredita que a falta de perspectiva quanto ao momento de saída dos investimentos atrapalha e o processo de escolha da empresa a ser investida fica mais seletivo. “Os gestores não conseguem mais abrir o capital de uma empresa quando querem e sim quando o mercado permite”, explica.

Somente os desinvestimentos por meio de IPOs somaram US$ 1,5 bilhão no primeiro bimestre deste ano, enquanto em setembro e outubro de 2011 o volume havia sido de apenas US$ 600 milhões. Apesar do aumento, o montante ainda é inferior ao registrado no primeiro bimestre de 2011, de US$ 7,3 bilhões.

Isso porque o mercado de capitais ainda não se mostrou uma janela de boas oportunidades neste ano, inclusive no Brasil — basta analisar o cancelamento de IPO feito pela norueguesa Seadrill de sua unidade brasileira Seabras Serviços de Petróleo.

“A saída dos fundos por ofertas de ações não está em um bom momento agora, ao contrário do período antes da crise de 2008”, afirma Carlos Asciutti, sócio de transações da Ernst & Young Terco. De acordo com ele, cerca de um terço dos IPOs realizados entre 2006 e 2007 no Brasil vieram de empresas que tinham por trás fundos de private equity.

De acordo com Bass, o que tem acontecido hoje é de os fundos inclusive prolongarem para além de dez anos sua permanência nas empresas. “Mas não acho que isso seja uma tendência, mesmo porque em 2012 o cenário deve melhorar”, destaca o executivo. O otimismo também é apresentado pelo representante da Ernst & Young no Brasil: “Os últimos dois anos, os fundos estavam preocupados em levantar capital e agora em 2012 e 2013 vamos ter mais atividade e ouvir falar mais em private equity”, diz Asciutti, da Ernst & Young. Por Flávia Furlan e Vanessa Correia
DFonte: Brasil Econômico 23/04/2012

Mercados emergentes são alvo de investidores estrangeiros

Brasil, Rússia, Índia e China receberam US$ 17 bilhões no terceiro trimestre

Os fundos de private equity enxergam nos mercados emergentes uma forma de diversificação do portfólio enquanto o cenário econômico não está favorável nos países desenvolvidos. Para se ter uma ideia, estudo realizado pela Ernst & Young revela que no terceiro trimestre de 2011 foram direcionados US$ 22,5 bilhões para a região, sendo 80% deste volume para os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

De acordo com o líder da área de mercados globais de private equity da Ernst & Young, Philip Bass, fundos que estão emmercados desenvolvidos estão diversificando estratégias, “por isso está crescendo a participação em mercados emergentes”.

A Actis, por exemplo, investe exclusivamente nesses mercados, com um portfólio crescente na Ásia, África e América Latina. O último investimento da Actis no Brasil foi a aquisição de uma participação minoritária na Cruzeiro do Sul Educacional, por R$ 180 milhões.“O Brasil está atraindo recursos de estrangeiros nos últimos meses de maneira consistente”, diz Patrick Ledoux, sócio da Actis América Latina.

Além do setor de educação, Carlos Asciutti, sócio de transações da Ernst & Young Terco aponta outros setores que estão atraindo a atenção dos estrangeiros. “O foco no Brasil vai ser em serviços de saúde, não emhospitais em si, mas em laboratórios e tecnologia para este setor, incluindo planos e seguro de saúde. Além disso, educação e produtos para consumo, tirando vantagem do crescimento da classe média”, diz Carlos Asciutti, sócio de transações da Ernst & Young Terco. F.F e V.C.

23 abril 2012



0 comentários: