08 abril 2012

'Fábrica de clones' alemã abre 30 startups no Brasil

Aberta há um ano, subsidiária brasileira já é a segunda maior operação de grupo de internet

Estratégia é replicar modelos de negócios de sucesso em novos mercados e fazê-los crescer rapidamente

Um dos grupos de internet mais badalados da atualidade, o alemão Rocket, está transformando o Brasil na sua principal base de negócios fora da Europa.

Desde que instalou seu escritório em São Paulo, em janeiro de 2011, a incubadora de empresas já lançou 12 startups de tecnologia no país. Até o fim deste ano, serão 30.

O primeiro investimento do grupo foi a loja on-line de calçados e roupas Dafiti, antes da abertura da subsidiária.

O sucesso do negócio, criado há pouco mais de um ano e que vende 4.000 pares de sapato por dia, acelerou os planos para o país.

Hoje, outros três negócios -os e-commerces Kanui, Tricae e Mobly- lançados nos últimos seis meses estão em estágio avançado de expansão, atingindo 5 milhões de acessos em março, segundo dados do site de informações Wolfram Alpha.

O ambiente do varejo eletrônico no Brasil favorece os planos da Rocket: em 2011, o segmento cresceu 26%, faturando R$ 18,7 bilhões.

"O mercado vive um momento sem paralelos no país", diz Marcelo Marzola, da consultoria Predicta.

"O Brasil já é a segunda maior operação da empresa no mundo, só perde para a matriz alemã", diz Victor Noda, presidente do site de vendas de móveis Mobly e um dos primeiros executivos contratados no Brasil.

Hoje, os 400 funcionários se espalham por três andares de um conjunto comercial na zona oeste de São Paulo. Há um ano, eram 20 pessoas.

A Rocket foi fundada em Berlim em 2007 pelos irmãos Oliver, Marc e Alexander Samwer, que fizeram fortuna ao copiar negócios de internet bem-sucedidos nos Estados Unidos, lançá-los no mercado alemão e depois vendê-los a grandes grupos.

Em 2010, eles venderam ao Groupon o site de compras coletivas CityDeal. Em troca, ficaram com uma fatia, hoje avaliada em US$ 1 bilhão, na empresa americana.

Nos últimos anos, porém, o grupo passou a se dedicar a levar seu modelo a mercados emergentes. Hoje, a empresa opera em 17 países.

ACELERADOS

A palavra de ordem na Rocket é velocidade. Com a ajuda de uma estrutura de serviços compartilhada, que inclui as áreas de marketing e TI, os sites entram no ar em até dois meses.

Para gerar acessos rapidamente, investem em anúncios na web e até em televisão - uma estratégia cara, e por isso incomum em empresas nascentes de internet.

A Rocket não revela números, mas estima-se que cada startup receba investimentos de até US$ 10 milhões.

Caso atinjam as metas definidas pelo grupo, são "desincubadas" e passam ter uma estrutura própria.

Do contrário, podem ser desativadas -foi o que ocorreu com o Wimdu, aberto no Brasil no ano passado.

Cópia do americano Airbnb, o negócio teve sucesso na Europa, mas não agradou aos brasileiros. Por MARIANNA ARAGÃO
Fonte:folhadesp08/04/2012

08 abril 2012



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