30 abril 2012

FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA DE 23 a 29/abr/12.

Foram divulgadas 13 operações de Fusões e Aquisições com destaque pela imprensa, na semana de 23 a 29/abr/12.

 ANÁLISE DA SEMANA 
 Principais constatações


Os setores de EDUCAÇÃO, LOJAS DE VAREJO, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI), e OUTROS destacaram-se na semana, representando 62 % do total das operações.


 O acumulado do mês de abril, alcançou 67 transações.

 O NEGÓCIO DA SEMANA 

Negócio da semana - Brasil. 
 Espanhóis firmam acordo para venda da OHL Brasil - O grupo Abertis e a controladora OHL espanhola, que controla a OHL Brasil, anunciaram acordo de reestruturação societária que prevê que a parte brasileira do grupo passe a ser controlada pelo Abertis. O negócio torna a empresa líder mundial no setor de concessões rodoviárias, gerenciando mais de 7.500 quilômetros de rodovias e integrando 9 trechos de concessões rodoviárias no Brasil (com 3.227 km) e três concessões no (Chile 342 km).
O negócio ocorreria por meio de uma cisão da OHL espanhola, a OHL Concessiones, em que a parte da empresa que tem as operações no Brasil e no Chile seria controlada pelo grupo Abertis. O grupo OHL espanhol teria 10% do grupo Abertis. Fazem parte da operação passivos estimados no valor em 530 milhões de euros e 200 milhões em ativos de concessões da OHL no Chile.
 A empresa não informou a estimativa dos ativos no Brasil. Segundo o balanço do quarto trimestre de 2011 da OHL Brasil, os ativos totais da empresa são R$ 5,5 bilhões (2,9 bilhões de euros).
O acordo de intenções também prevê, como operação independente, a compra pela Abertis em troca de um preço em dinheiro dos ativos de concessão da OHL no Chile, que foram avaliados para os efeitos desta operação em 200 milhões de euros, aproximadamente. 24/04/2012

Negócio da semana - Exterior
Nestlé compra unidade de nutrição infantil da Pfizer - A Nestlé comprou a unidade de nutrição infantil da Pfizer por 11,85 bilhões de dólares.
 A Nestlé disse que o negócio vai adicionar valor ao seu lucro por ação a partir do primeiro ano, e permitirá sinergias de custos de 160 milhões de dólares. A aquisição deve ser concluída em meados de 2013 e irá ajudar a Nestlé a ampliar a liderança no mercado de leite em pó infantil.
O racional da aquisição ressalta os pontos estratégicos, culturais e financeiros da transação. 23/04/2012 


RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES 

A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Podem ser localizadas nos endereços abaixo. 

01 - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) - Finnet e Tasaméricas firmam joint-venture. A Finnet, empresa brasileira que viabiliza a transmissão de dados em transações financeiras (EDI – Electronic Data Interchanging) e a Tasaméricas, subsidiária brasileira do grupo italiano TAS – Tecnologia Avanzata dei Sistemi, especializado no desenvolvimento de softwares para o sistema financeiro, acabam de se unir e fundar a TasFinnet – bureau de serviços SWIFT (Society for Wordwide Interbank Financial Telecomunication) para a transmissão de mensagens financeiras.18/04/2012 
 02 – OUTROS - Espanhóis firmam acordo para venda da OHL Brasil. Em uma operação de troca de ativos, o grupo espanhol Obrascon Huarte Laín (OHL) fechou acordo com a também espanhola Abertis Infraestructura envolvendo a venda da subsidiária OHL Brasil, companhia aberta especializada em concessões rodoviárias. OHL Concesiones será cindida e essa parte separada passará à Abertis, que vai incorporá-la. Isso inclui a Partícipes en Brasil, proprietária de 60% da OHL Brasil. Os demais grandes acionistas da OHL Brasil são a Credit Suisse Hegding Griffo, com 12,5%, e a Kendall Develops S.A., com 5%. 24/04/2012
03 - COMPANHIAS ENERGÉTICAS - Eletrobrás assume controle da Celg, com 51% de participação. A Eletrobrás assumirá 51% das ações ordinárias, com direito a voto, da distribuidora Celg (CELG-D). A Celg passará pelo processo de reestruturação que envolve contratação de empréstimo, pelo governo de Goiás, no valor de R$ 3,5 bilhões. O crédito será oferecido pela CEF, com dinheiro do (BNDES. Estes recursos serão destinados ao aumento de capital e ao pagamento de dívidas do Estado com a distribuidora local. Ao todo, a Celg acumula R$ 6,6 bilhões em dívidas. 24/04/2012 
 04 – OUTROS - Japonesa Toyo compra 50% da Setal Óleo e Gás. A japonesa Toyo e a brasileira Setal Óleo e Gás (SOG) concretizaram acordo para atuar juntas no setor de petróleo, incluindo refino, petroquímica e atividades de construção marítima. A associação vai resultar na criação de uma nova empresa, a TS Participações S.A., com sede em São Paulo. A parceria foi possível a partir da compra de 50% da SOG pela Toyo. O projeto prevê investimentos de mais de R$ 1 bilhão para instalar um estaleiro no local com capacidade de processar 110 mil toneladas de aço por ano. O estaleiro está focado na construção de plataformas e de navios de apoio às atividades da indústria de petróleo e gás. 24/04/2012 
 05 - VESTUÁRIO E CALÇADOS - Alpargatas irá fundir suas oito subsidiárias na Argentina. A divisão argentina da companhia têxtil e de calçados Alpargatas, controlada pela brasileira Camargo Correa, irá oficializar a fusão de todas as suas oito subsidiárias em uma única, a Alpargatas Sociedade Anônima Indústria e Comércio. A empresa está em processo de fechamento de capital na Argentina, o país de origem da companhia, que foi constituída em 1885. No último dia 4, a Alpargatas fez uma oferta pública de ações no valor de 47,9 milhões de pesos (ou US$ 10,8 milhões) 25/04/2012 
 06 - LOJAS DE VAREJO - Máquina de Vendas compra a Salfer. A Máquina de Vendas fechou ontem acordo para aquisição da rede Salfer, varejista localizada no sul do país com cerca de R$ 700 milhões de receita bruta - o que tornará a Máquina de Vendas na maior cadeia de varejo eletroeletrônico no Brasil em número de pontos - 1.078, acima das 944 unidades da Viavarejo, formada da união de Ponto Frio e Casas Bahia. Em receita bruta anual, após a aquisição, a companhia deve se manter atrás de Viavarejo e Magazine Luiza, com base nos resultados estimados para o ano. O grupo espera atingir faturamento de R$ 9 bilhões neste ano (já incluindo o valor anualizado da Salfer), versus R$ 7,2 bilhões apurados em 2011. Para a compra da Salfer, o grupo usou recursos do próprio caixa. 26/04/2012 
 07 - PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS - Celesio compra restante da Panpharma por R$650 milhões. A maior distribuidora de medicamentos da Europa, Celesio, anunciou que vai exercer opção para comprar os 49,9 por cento que ainda não possui da maior empresa do setor do Brasil, Panpharma, por cerca de 650 milhões de reais. O acordo já era esperado, após fontes dizerem à Reuters mais cedo nesta semana que a Celesio elevaria sua participação na Panpharma. 26/04/2012 
 08 – SEGUROS - BR Insurance compra Coelho dos Santos por R$7,5 mi. A Brasil Insurance comprou a corretora de seguros Coelho dos Santos, com preço total estimado em 7,5 milhões de reais. O valor será pago 100 por cento em dinheiro, com parcela inicial de 2,9 milhões de reais somada a outras quatro de valores variáveis, baseadas em resultados futuros da corretora. Há também a obrigação contratual sob a qual os sócios gestores da Coelho dos Santos devem comprar 15 por cento do montante em ações da BR Insurance na BM&FBovespa. A Brasil Insurance realizou 11 aquisições de corretoras em 2011 e cinco em 2012, totalizando investimentos de 247 milhões de reais.27/04/2012 
 09 – EDUCAÇÃO - Kroton compra Unirondon por R$ 22 milhões. A Kroton Educacional fechou contrato para a compra da União Educacional Cândico Rondon (Unirondon), sediada no Mato Grosso. O valor do negócio é de R$ 22 milhões e será pago no prazo de 60 meses. A aquisição inclui também imóvel de propriedade da Unidoron na cidade de Cuiabá, onde são desenvolvidas atualmente operações do Centro Universitário Cândido Randon. A Compradora pagará aos Vendedores um preço de R$ 22,0 milhões (“Preço”). Este Preço resulta da soma do valor atribuído ao negócio de R$ 28,3 milhões (o Valor do Negócio) e do valor patrimonial do Imóvel de R$ 23,7 milhões (o Valor do Imóvel), deduzido da dívida líquida da Unirondon no valor de R$ 30,0 milhões (a Dívida Líquida). O Centro Universitário Cândido Rondon conta com 5.470 alunos. Com o negócio, a Kroton passará a contar com 46 campi, em 33 municípios brasileiros. 27/04/2012 
10 – EDUCAÇÃO - BTG Pactual fica com 30% da rede de academias Bodytech. O banco de investimentos BTG Pactual anunciou sua entrada na sociedade proprietária das redes de academias de ginástica Bodytech e Formula. Com a nova configuração, a Accioly Fitness terá participação de 64,2%. Os demais 5,8% ficam pulverizados entre pequenos sócios. O valor do aporte não foi divulgado, mas a estimativa de analistas é que tenha ficado em cerca de R$ 200 milhões. O grupo Bodytech tem 33 academias em funcionamento (três delas da rede Fórmula) e outras 22 em construção (dez Fórmula), com previsão de abertura em 2013. São 65 mil alunos matriculados. 28/04/2012 
11 - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) - Etek International e NovaRed assinam joint venture para ampliar presença no mercado brasileiro. A joint venture dará origem à companhia ETEK NovaRed Brasil Ltda, com a qual buscam fortalecer seu crescimento no país com uma oferta inovadora e consolidada de serviços integrados de segurança da informação. O faturamento das duas empresas em todos os mercados onde oferecem seus serviços alcança 50 milhões de dólares anuais. Com a joint venture, sua participação no mercado brasileiro deverá duplicar nos próximos três anos. A nova empresa com sede em São Paulo, e contará com mais de 30 profissionais especializados em segurança da informação. Contará também com o apoio de mais de 350 profissionais que ambas as empresas têm em outros mercados na América Latina.23/04/2012 
 12 - PRODUTOS DE ENGENHARIA - Brastec adquire a holandesa SAS e passa a disputar o mercado offshore. Mais uma empresa se posiciona para atender à demanda por insumos necessários à exploração de petróleo na camada pré-sal. A brasileira Brastec, produtora de equipamentos para fabricação e manuseio de tubos flexíveis, comprou a holandesa SAS. A aquisição será financiada com a colocação em esforço restrito de R$ 80 milhões em debêntures e põe a empresa, desde já, em condições de disputar o mercado offshore. O presidente da Brastec, Fábio Romano controla a empresa, com 65% do capital. O fundo de participações Óleo e Gás FIP, do Banco Modal, que detém 45%. Estão olhando para um mercado de R$ 1 bilhão, só no Brasil. De largada, com a aquisição da SAS, a Brastec eleva seu faturamento de R$ 75 milhões, no ano passado, para aproximadamente R$ 300 milhões, já neste ano. 30/04/2012 
13 - LOJAS DE VAREJO - Rede Vale Verde compra a rede Senador e se consolida como a maior rede de Farmácias do interior do Paraná. O anúncio foi feito em 27/04, pelo diretor presidente da Vale Verde, Rubens Augusto. Com a aquisição das quatro lojas da Senador e o laboratório de manipulação, localizados em Londrina (PR), a rede Vale Verde passa a ter 28 lojas e 02 laboratórios de manipulação, aumenta em 15% o seu faturamento anual e se consolida como a principal rede de farmácias do interior do Paraná. A meta de faturamento previsto para 2012 é de 90 milhões de reais. 27/04/2012 

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS 

FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA DE 26/mar a 01/abr/12 
FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA DE 02 a 08/abr/12 
FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA DE 09 a 15/abr/12 
FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA DE 16 a 22/abr/12 

 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar sua principais tendências. Trata-se da consolidação das informações semanais coletadas pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Os dados estão limitados às informações noticiadas pela imprensa e, sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc.

30 abril 2012



Coca-Cola negocia compra da Monster Beverage

Com essa possível compra, a empresa de refrigerantes pode aumentar sua presença no crescente mercado de bebidas energéticas

A Coca-Cola está negociando a aquisição da Monster Beverage, uma transação que, se concretizada, ajudará a maior fabricante mundial de refrigerantes a expandir sua presença no crescente mercado de bebidas energéticas, disseram fontes. A eventual aquisição da Monster Beverage, com capitalização de mercado de mais de US$ 11 bilhões, seria a maior compra de uma marca já efetuada pela Coca-Cola.

 A Monster vem registrando crescimento recorde. As vendas brutas da empresa no quarto trimestre de 2011 aumentaram 28% em relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 467,3 milhões. Para 2012, analistas projetam aumento de 17% na receita, que no acumulado do ano passado ficou em US$ 1,7 bilhão. 

Em contrapartida, a aquisição da Monster é vista como um investimento caro, já que o preço das ações da fabricante de energéticos quase dobrou no ano passado. Segundo fontes, o fato de a capitalização de mercado da empresa superar em quase 30 vezes os lucros obtidos em 2012 pode vir a ser considerado um empecilho pela Coca-Cola.

 Nem a Coca-Cola nem a Monster pronunciaram-se oficialmente sobre o assunto. Às 14h49, as ações da Coca-Cola eram cotadas a US$ 76,08 na bolsa de valores de Nova York, em queda de 0,72%. No Nasdaq, as ações da Monster subiam 14,07%, cotadas a US$ 74,75. As informações são da Dow Jones.Por Ricardo Gozzi
Fonte: Exame 30/04/2012



Microsoft investe US$ 300 milhões em Barnes & Noble

Aporte equivale a 17,6% de participação dos negócios digitais da livraria
Aplicativo Nook será incluído no novo Windows 8, com lançamento previsto para junho

A Microsoft está investindo 300 milhões de dólares na compra de 17,6% de participação dos negócios digitais de livros da Barnes & Noble. O plano é fazer com que o Nook, leitor de livros digitais da livraria americana, seja vendido em conjunto com produtos da fabricante. Para a Barnes & Noble, a principal vantagem será o acesso a outros países.

 Como parte da estratégia, haverá um aplicativo Nook incluído no novo Windows 8, com lançamento previsto para o início de junho. Ainda este ano, os computadores e tablets com o novo sistema operacional devem chegar ao mercado.

 A aliança vem depois da Microsoft ter ameaçado processar a Barnes & Noble e os fabricantes do Nook, no ano passado, por violação de patente. Com o acordo, a livraria terá uma licença de royalties sob patentes da Microsoft para o Nook.

 Para a livraria, o investimento vai significar o acesso a mais mercados internacionais, já que o Windows 8 será usado em todo o mundo. Atualmente, a livraria virtual Nook está disponível apenas nos dispositivos iPad e Android. Por Tatiana Vaz
Fonte: exame 30/04/2012



Eike pode começar a vender sapato pela Internet

De acordo com Lauro Jardim, empresário negocia compra da Dafiti, loja virtual de calçados que já fatura R$ 400 milhões
Eike: potencial de crescimento da Dafiti chamou a atenção do empresário

Eike Batista, bilionário mais rico do país e dono de negócios tão distintos quanto um hotel, uma marina e uma empresa de petróleo, pode agora estrear no ramo de vendas pela Internet. De acordo com o blog Radar, de Lauro Jardim, o empresário está negociando a compra de um portal de vendas de sapatos online, a Dafiti.

 O potencial de crescimento da empresa online é o que pode ter chamado a atenção de Eike. A Dafiti não divulga seus dados, mas, segundo informações do mercado, fechou 2011 com quase 700 funcionários e um faturamento de 400 milhões de reais. Com mais de 3,6 milhões de visitantes únicos em novembro e 25 000 produtos à venda, a Dafiti já é a maior varejista online de moda e acessórios do país.

 Além da Dafiti, outros vários investimentos têm sido analisados por Eike. Na semana passada, o empresário afirmou que planeja construir uma fábrica de baterias, painéis solares e postes eficientes, no complexo industrial na região do Porto de Açu (RJ). Ele entraria no projeto, avaliado em cerca de 1 bilhão de dólares, em parceria com a empresa Foxconn. Por Tatiana Vaz Fonte:
Exame 39/04/2012



IMC reserva R$ 268,6 milhões para aquisições em 2012

Os acionistas da International Meal Company, dona das redes de restaurantes Viena e Frango Assado, aprovaram hoje, em assembleia geral extraordinária, a retenção de R$ 268,6 milhões em 2012 para a aquisição de novos negócios.

 A esse montante, serão adicionados R$ 158,5 milhões para o ativo imobilizado da companhia, destinados a reformas e manutenção das lojas, bem como à instalação de novos pontos de venda durante o ano.

 O orçamento de R$ 427,1 milhões foi decidido por unanimidade durante o encontro. Do total, R$ 171,6 milhões foram captados com a oferta pública inicial de ações e R$ 255,5 milhões vêm de terceiros.

 A assembleia ainda aprovou a distribuição de proventos para os acionistas da empresa. Serão pagos R$ 468,7 mil em dividendos obrigatórios.Por Renato Rostás
 Fonte: Valor 30/04/2012



Concentração da saúde privada é previsível

Tanto na indústria de planos de saúde como na de serviços hospitalares, a tendência é a mesma, dizem especialistas

 O exercício de futurologia é ingrato, frequentemente presenciamos gafes monumentais cometidas por formadores de opinião bem intencionados, esquecidos de “combinar com os russos” os destinos do amanhã. Não obstante, a história econômica nos permite apontar possibilidades a partir da identificação de eventos em curso, comparando-as com experiências anteriores.

 A indústria da saúde, ou complexo industrial da saúde, é uma definição recente entre nós; ainda há torcer de narizes quando se compara a saúde a uma atividade industrial. Não há, porém, como vê-la de outra forma em tempos de produção em massa para atingir a totalidade da população, o que não significa abrir mão da qualidade, da ética, do respeito ao consumidor e da humanização; ao contrário, essa é uma tendência verificada em outras indústrias já maduras, a se acentuar no âmbito da saúde com mais transparência, mais conformidade (compliance) relativamente às regras, políticas e códigos de ética das empresas.

 E isso se dará mais por pressão dos consumidores e seus órgãos de defesa do que necessariamente por conscientização dos ofertantes, pois há que se superar a ideia de que, para atender em grandes volumes, há que se reduzir o custo e atender mal; significará também saltar do modelo fordista para a produção flexível. 

Sim, atender em grandes volumes, pois atenção à saúde será crescentemente desejo de consumo. A emergente classe C, resultado do aumento da massa salarial dos últimos oito anos, se em um primeiro momento de acesso ao consumo aceitou produtos/serviços de menor qualidade, rapidamente aprendeu a distinguir qualidade de quantidade. Resulta da ampliação da cidadania, a se acentuar nas próximas décadas, como consequência da consolidação da nossa jovem democracia.

No plano privado, é previsível a concentração, tanto na indústria de planos de saúde como na de serviços hospitalares; o número de partícipes seguirá diminuindo até atingir o limite máximo admissível pelos órgãos de defesa da concorrência; é a lógica do capital, visando diminuir riscos e adquirir peso político para enfrentar a regulamentação.

 Adicionalmente, pressões para admitir a participação do capital internacional na prestação direta de serviços de saúde devem aumentar; hoje ela já se faz presente de forma dissimulada ou indireta em várias redes de hospitais e em administradoras de planos de saúde, conhecida pelo mercado e tolerada pelo governo, apesar da lei.

O amadurecimento da indústria exigirá melhor educação da força de trabalho, em especial no plano da gestão; hoje há poucos mestres e doutores em cargos diretivos na saúde em comparação a outras indústrias consolidadas. Da mesma forma, a fé inabalável em gurus e práticas que não deram certo em outros países, com ruinosos efeitos em suas economias, mas ainda alardeados em congressos e feiras, deverá dar lugar a práticas econômicas e de gestão baseadas em evidências e conhecimentos locais.

 Enfim, um futuro de muito trabalho — falta muito chão a percorrer para a construção de uma Nação, mas vamos na direção certa, o “complexo de vira-lata” citado por Nelson Rodrigues: “..a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Dando lugar a um sentimento de orgulho, de que podemos fazer bem feito. Por Maria Cristina Amorim Economista, professora titular da PUC-SP  e Eduardo Perillo Médico, mestre em administração, doutor em história econômica.
Fonte:saudeweb 30/04/2012



ellucian concentra foco na área educacional

O mercado de software de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês) costuma ser muito disputado, principalmente em setores como o financeiro e o de telecomunicações, que estão entre os maiores consumidores de tecnologia.

A ellucian pretende explorar esse mercado no Brasil, mas sob uma perspectiva própria. O setor educacional, em expansão no país, é o foco da estratégia. A companhia americana encomendou uma pesquisa à consultoria em educação Hoper, segundo a qual os gastos de universidades com tecnologia no Brasil vão triplicar em cinco anos, para cerca de US$ 3 bilhões em 2017.

 O estudo mostra que parte desse impulso visa atender às expectativas dos universitários das classes C e D, que querem ter o mesmo tipo de acesso on-line à universidade conquistado por alunos de outras classes sociais, como a possibilidade de acessar suas notas via web. Para oferecer esse tipo de serviço a um número maior de alunos, as escolas terão de investir na modernização de seus sistemas.

A ellucian é resultado da fusão das americanas Sungard Higher Education (SGHE) e Datatel. As duas empresas já atuavam no setor de softwares de gestão voltados a instituições de ensino superior. Na área de educação, os programas têm aplicações amplas, que vão desde controlar a folha de pagamento dos funcionários até as matrículas e o desempenho dos alunos. O objetivo é melhorar as rotinas da instituição e ajudar a diminuir a evasão dos cursos. Um dos sistemas, por exemplo, emite um alerta quando um estudante está precisando de acompanhamento pedagógico, baseado nas suas atividades.

 A SGHE, que atuava no Brasil desde 2007, era o braço da Sungard Data Systems para o ensino superior. O fundo Hellman & Friedman, dono da Datatel, comprou a SGHE no fim de 2011, por US$ 1,77 bilhão. A Datatel não tinha negócios no país. Somada, a receita global da SGHE e da Datatel foi de R$ 1,2 bilhão no ano passado. Desse total, 88% vieram das operações nos Estados Unidos; a América Latina respondeu por 6%.

 Jorge Green, vice-presidente da ellucian para América Latina, disse ao Valor que o crescimento no Brasil pode alterar essa proporção nos próximos anos. Ele não revela o investimento no país, mas diz que chega "a milhões de dólares".

 A companhia abriu um centro de desenvolvimento no Rio Grande do Sul, no início do ano, para adaptar seus produtos ao mercado nacional. Além de traduzir os softwares, é preciso modificar estruturas que variam de um país para outro, como sistemas relacionados a impostos ou regras de governo. Para o caso brasileiro, cerca de 15% do conteúdo precisa de revisão.

 A estratégia da companhia não é, necessariamente, fornecer todos os programas de que o cliente necessita, mas acrescentar aos softwares uma oferta de serviços para administrar o ambiente tecnológico da escola. "Não é oferecer tudo, mas ser o gestor de tudo", diz Josiane Morais, diretora de marketing para a América do Sul. Em algumas universidades, a equipe da ellucian é responsável pelos sistemas de gestão, mesmo que os sofwares instalados sejam de um concorrente.

 A ellucian prevê uma expansão entre 30% e 40% do número de alunos que estudam nas universidades brasileiras que são suas clientes. Para o presidente da Hoper, Ryon Braga, o potencial é maior: a base pode passar dos atuais 50 mil para 500 mil estudantes em cinco anos. A ellucian responde por sistemas em escolas que atendem a 6 milhões de alunos no mundo, sendo 1,2 milhão na América Latina. Por Felipe Machado
Fonte: Valor Economico 30/04/2012



Estée Lauder dobra rede da MAC no Brasil

Há 21 anos no grupo americano de beleza Estée Lauder, os últimos seis como presidente, John Demsey não pisava no Brasil há uma década. Da última vez que esteve no país, foi para lançar uma das maiores marcas de maquiagem do mundo, a MAC, que chegou ao mercado brasileiro por meio de distribuidora. Em janeiro, a empresa com sede em Nova York assumiu toda a distribuição da marca no país e transferiu a sede da MAC na América Latina, da Cidade do México para São Paulo. Hoje a marca tem 27 lojas próprias no Brasil, e o plano é dobrar esse número em três anos.

 A MAC é a marca da Estée Lauder mais estabelecida no Brasil, onde as vendas avançaram 32% em 2011 em relação ao ano anterior - mais que o dobro da média global. Para este ano, Demsey espera novamente um crescimento de "dois dígitos fortes". Apesar de a Clinique, de cosméticos, estar no mercado nacional há mais tempo, a MAC é a primeira marca do grupo a ter operação própria no país. "A maior prioridade para a MAC mundialmente é o Brasil, e o país também é uma das prioridades da Estée Lauder", diz Demsey.

 A expansão orgânica da MAC vai priorizar uma presença mais forte nas capitais e a entrada em cidades secundárias. Hoje a empresa tem lojas em Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Porto Alegre, Rio, Salvador, São Paulo e Vitória. Mas a relação do brasileiro com a marca foi construída lá fora. "O sucesso da MAC antes de entrar no Brasil começou com as brasileiras que viajam a Nova York, Toronto, Miami, Londres e Paris", diz Demsey. Segundo ele, cinco das dez maiores lojas da MAC no mundo têm nas brasileiras suas maiores consumidoras.

 A Estée Lauder está avaliando a entrada no país de todo o portfólio da empresa, formado por 28 marcas. Além do crescimento expressivo do mercado brasileiro de beleza, o terceiro do mundo, um outro evento que anima a empresa é a chegada da rede de perfumaria francesa Sephora ao Brasil. Como não há no país lojas de departamento tradicionais, como Macy''s e Galeries Lafayette, a entrada de uma das maiores redes de perfumaria do mundo representa uma grande oportunidade para marcas internacionais que miram o Brasil.

 A varejista será a porta de entrada, em 2013, para a marca de maquiagem Smashbox, adquirida em 2010 pela Estée Lauder. "Estamos procurando trazer também a Tom Ford e, num horizonte muito curto, também teremos Estée Lauder, Crème de la Mer e Bobbi Brown entrando no mercado", diz Demsey. O mercado pode ser ainda muito restrito para algumas marcas. Um batom da Tom Ford, por exemplo, custa US$ 48 em Nova York.

 Aquisições no país também podem fazer parte da estratégia da Estée Lauder, empresa fundada em 1946 e que hoje fatura US$ 8,8 bilhões nos 150 países em que está presente. "Estamos olhando para tudo o que há aqui, desde marcas locais até fornecedores", diz Demsey. Segundo ele, não há conversas ativas agora, mas já existiram negociações e devem voltar a ocorrer.

 A Sephora, pertencente ao grupo de luxo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH), abrirá sua primeira loja no shopping JK Iguatemi, em São Paulo - a inauguração do centro comercial está atrasadaatualmente (ver nota sobre JK na página B1). A previsão é ter mais dois outros pontos na cidade e dois no Rio em 2012. A rede chegou ao Brasil com a compra da perfumaria on-line brasileira Sack''s, em julho de 2010.

 O Brasil registrou o maior crescimento percentual em dólar entre os dez maiores mercados de beleza do mundo em 2011. O setor movimentou US$ 43 bilhões, uma alta de 19%, após um aumento de 30% em 2010, segundo a Euromonitor. Tanto a produção nacional quanto as importações crescem. Por Adriana Meyge
Fonte: Valor Economico 30/04/2012



Deutsche Telekom conecta empresas de seguro-saúde a farmácias e lojas de suprimentos médicos

A Deutsche Telekom, grupo composto pelas empresas Telekom, T-Mobile e T-Systems, assume 49,9% do provedor de serviços de TI HMM Deutschland GmbH e expande sua área de negócios no setor de saúde. Desde 2008, o grupo detinha a participação de 18% na HMM, por meio da T-Venture, e agora passa a ter a opção de adquirir futuramente uma participação majoritária na empresa.

"Pretendemos tornar ainda mais digital o fluxo de dados dos serviços de saúde para que o setor economize tempo e dinheiro. Com a participação na HMM, ampliaremos a nossa rede de inteligência.” afirma Dr. Axel Wehmeier, chefe da área de negócios de saúde na Deutsche Telekom.

"Queremos expandir ainda mais nossa gama de serviços e, tendo a Deutsche Telekom como parceiro, seremos capazes de futuramente oferecer aos clientes novos serviços na área de assistência domiciliar, faturamento da medicação e assistência médica", acrescenta Istok Kespret, CEO da HMM Deutschland GmbH.

A HMM Deutschland é especializada na criação de redes de provedores de seguro-saúde com farmácias, fornecedores de produtos médicos especiais ou técnicos em ortopedia. Na Alemanha, provedores de seguro-saúde são obrigados a fornecer aos seus associados assistência médica, curativos, aparelhos auditivos ou andadores prescritos pelo médico. Mais de 40 provedores de seguro-saúde e mais de um terço de todos os prestadores de assistência médica na Alemanha usam o serviço, segundo da Deutch Telecom.
Fonte:tiinside 23/04/2012



ETP adquire ativos de refino da Sunoco por US$ 5,3 bi

A Energy Transfer Partners (ETP), operadora de gás natural, fechou hoje a aquisição da área de refinaria da Sunoco, em um negócio de US$ 5,3 bilhões, que criará uma das maiores e mais diversificadas parcerias no setor dos EUA.

 A estratégia da ETP é avançar nos negócios de petróleo, diante da queda nos preços do gás natural. Segundo comunicou a empresa, o pagamento deve ser feito com uma combinação de dinheiro e ações. O valor do acordo reflete um prêmio de 23%, ante o preço de fechamento da Sunoco na sexta-feira.

 A Sunoco já tentava vender algumas refinarias nos EUA desde 2011, já que o segmento de refino tem apresentado perdas por mais de dois anos. A elevação nos preços do barril de petróleo cru no Oriente Médio fez com que a commodity perdesse a competitividade diante do combustível importado da Europa e dos EUA.

A Sunoco – que pretende deixar a área de refino – afirmou que vai continuar as conversas com a empresa de private equity Carlyle Group para a formação de uma joint venture nas operações de Philadelphia.

 A ETP espera concluir a transação no quarto trimestre. Em 2010, a Braskem comprou os ativos da Sunoco Chemicals (que incluíam três fábricas de polipropileno), subsidiária da área química e petroquímica da petrolífera. Por Vanessa Dezem
Fonte:Valor 30/04/2012



Rede Vale Verde compra a rede Senador e se consolida como a maior rede de Farmácias do interior do Paraná

A partir do dia 01 de maio, a rede de farmácias Senador fará parte da Rede Vale Verde. O anúncio foi feito hoje (27-04), pelo diretor presidente da Vale Verde, Rubens Augusto. Com a aquisição das quatro lojas da Senador e o laboratório de manipulação, localizados em Londrina (PR), a rede Vale Verde passa a ter 28 lojas e 02 laboratórios de manipulação, aumenta em 15% o seu faturamento anual e se consolida como a principal rede de farmácias do interior do Paraná.

 O proprietário da Senador, Nilton Rodrigues, explicou que a decisão de venda se deu pela dificuldade com a sucessão da empresa. “Estamos no mercado desde 1972 e a questão sucessão em empresas familiares é sempre mais difícil. Como a oportunidade da Vale Verde apareceu, achamos melhor a venda. A família continuará ainda com mais três lojas, com bandeiras diferentes”, disse.

 O diretor-presidente da rede Vale Verde, Rubens Augusto, informou que a decisão de adquirir a Senador veio de um planejamento estratégico da empresa, que visa a expansão da Vale Verde no Norte do Paraná. “A rede Senador é a mais antiga de Londrina e muito tradicional na região, por isso decidimos adquiri-la”. Ele adiantou que, além da aquisição, está prevista a inauguração de mais uma loja na Av. São João, em Londrina e mais três lojas ainda em 2012. Também não descartou o interesse em adquirir novas redes, para atender ao projeto de expansão.

 Para suportar o processo de crescimento e expansão da rede, está sendo negociado um local para a ampliação do centro de distribuição da Vale Verde ainda esse ano. O local, com mais de 3.000 m² terá capacidade logística para atender a mais de 60 lojas. A meta de faturamento previsto para 2012 é de 90 milhões de reais.

Localização - As novas lojas da Vale Verde estão localizadas em pontos estratégicos da cidade de Londrina, como a Av. Souza Naves, Avenida Bandeirantes (em frente ao Hospital Evangélico) e Av. Maringá. Em relação aos funcionários, 25 serão contratados pela Vale Verde e serão abertas, ainda, mais 15 vagas de trabalho.

 O processo de transição demorará 60 dias, com a implantação de sistema de compras, vendas, gestão de estoque e controle financeiro; treinamento com a nova equipe de trabalho, readequação visual das lojas com a identidade Vale Verde. “Esperamos contar com a parceria dos clientes da Senador, pois estamos comprometidos em oferecer os menores preços, os maiores descontos e a oferta de produtos e serviços, além do atendimento diferencial que é marca registrada da Vale Verde”, adianta a diretora executiva da rede Vale Verde, Ana Carolina Augusto.

 A rede de Farmácias Vale Verde é a maior rede de Farmácias do Norte do Paraná e agora a maior do interior do Estado, com 28 lojas localizadas em sete municípios (Londrina, Cambé, Rolândia, Ibiporã, Arapongas, Apucarana e Maringá). Foi inaugurada em outubro de 1974 pelo atual proprietário Rubens Augusto. Gera 450 empregos diretos e mais de 1.300 indiretos. Possui, ainda, dois laboratórios de Manipulação e uma indústria de cosmético, que fabrica a marca própria do grupo, a Flora Cosmética.
Fonte:farmaciasvaleverde27/04/2012



Só 1% das empresas estão na Bovespa

O aumento do número de pequenas e médias empresas no País reflete os avanços de uma economia favorável, mas também deflagra falhas sistemáticas na profissionalização do país.

Prova disso é que, do total das 160 mil empresas brasileiras, que acumulam a receita líquida de US$ 1,3 trilhão, menos de 400 delas têm ações negociadas na Bolsa, segundo relatório divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Ocde).

 Constituindo a esmagadora maioria, as empresas de capital fechado geralmente são familiares, têm poucos sócios e apresentam diferentes perfis, atendendo equilibradamente aos setores industrial, de serviços e comercial.

 Segundo especialistas, a profissionalização e o crescimento dessas empresas poderia garantir a autossuficiência do País em diversas frentes e uma das soluções apontada para esse impasse é o investimento em governança corporativa.

 Trata-se de um sistema de práticas que garantem a confiabilidade de uma empresa frente a acionistas. Segundo pesquisa da Delloite de 2008, entre as 100 pequenas e médias empresas que mais cresceram no Brasil, 87% adotam ou pretendem adotar a governança corporativa. Essas empresas tiveram crescimento médio de 42% ao ano em um prazo de cinco anos. Especialistas afirmam que é preciso investir no desenvolvimento destas empresas. Fonte: DCI 30/04/2012



Brastec adquire a holandesa SAS e passa a disputar o mercado offshore

Mais uma empresa se posiciona para atender à demanda por insumos necessários à exploração de petróleo na camada pré-sal.

A brasileira Brastec, produtora de equipamentos para fabricação e manuseio de tubos flexíveis, comprou a holandesa SAS. A aquisição será financiada com a colocação em esforço restrito de R$ 80 milhões em debêntures e põe a empresa, desde já, em condições de disputar o mercado offshore.

 Segundo o presidente da Brastec, Fábio Romano, a empresa domina a tecnologia de produção dos itens que já fabrica também para embarcar, mas o portfólio conta muito, nesse ramo, e a SAS agrega essa experiência em alto mar.

 "O risco é tão grande que exige experiência", explica Romano, que controla a empresa, com 65% do capital. Para John Michael Streithorst, gestor do fundo de participações Óleo e Gás FIP, do Banco Modal, que detém 45% da Brastec, com a aquisição, a empresa brasileira ganha 4 anos. "A Brastec estava entrando no jogo devagarinho, e a aquisição a põe no jogo rapidamente", conta Streithorst.

 O tempo é crucial para a estratégia da empresa, pois, no prazo em que se prepararia para ter condições de competir por contratos offshore, estaria se desenhando o mapa de fornecedores de equipamentos para a extração de petróleo no pré-sal, o que fará a demanda de tubos flexíveis e materiais de manuseio embarcados crescer muito.

 "Estamos olhando para um mercado de R$ 1 bilhão, só no Brasil", diz Streithorst, se referindo ao volume de faturamento anual esperado para o segmento quando as operações em torno do pré-sal tiverem se aquecido, daqui a cerca de três anos. Nesse prazo, o gestor do FIP acredita que a Brastec já tenha adquirido porte para fazer uma oferta pública de ações.

 De largada, com a aquisição da SAS, a Brastec eleva seu faturamento de R$ 75 milhões, no ano passado, para aproximadamente R$ 300 milhões, já neste ano. Antes da união com a SAS, a Brastec já tinha R$ 275 milhões contratados até 2013, dos quais R$ 155 milhões para 2012.

 Com o crescimento do faturamento, a empresa passa a se situar entre os fornecedores de maior porte da Petrobras, que demanda, aproximadamente, metade dos tubos flexíveis produzidos no mundo. No Brasil, se torna a única produtora de alguns dos equipamentos necessários à fabricação e ao manuseio dos tubos flexíveis. Na Europa e na Ásia, passa a ter proximidade com clientes da SAS.

 Para produzir no Brasil os itens embarcados que a SAS já desenvolve na Holanda, a Brastec, sediada em Jundiaí (SP), busca unidade com acesso ao mar. Segundo Romano, está quase fechado que será no porto de Açu, no norte do Estado do Rio de Janeiro, área onde o grupo EBX, de Eike Batista, investe em projeto de criação de um complexo industrial, com diversas empresas. "Ficaríamos perto dos nossos clientes", explica o presidente da Brastec.

 O investimento na nova unidade está incluído nos R$ 80 milhões que serão captados pela empresa. A unidade de Jundiaí continuará servindo a demanda por produtos feitos em terra.

 Segundo Romano, há condições para produzir os itens offshore com 70% de conteúdo local e a Brastec conseguirá ser competitiva nessa nova área de atuação, mesmo com custos um pouco mais elevados no Brasil. Dependendo do câmbio, segundo ele, essa desvantagem pode até ser revertida.

 A direção da SAS, que tinha 45% do capital, continuará na nova empresa, agora com opções de ações. Os outros 55% pertenciam a um fundo de private equity europeu. Por Marcelo Mota Fonte: Valor Econômico 30/04/2012



Etek International e NovaRed assinam joint venture para ampliar presença no mercado brasileiro

Terry Moffat, presidente de ETEK International e Miguel Pérez, gerente geral da chilena NovaRed, celebraram acordo que permitirá a ambas as empresas, líderes no setor de segurança da informação da região, a criação de uma nova companhia para enfrentar os desafios do maior mercado latino-americano - o mercado brasileiro

 A ETEK International e a NovaRed firmaram joint venture que dará origem à companhia ETEK NovaRed Brasil Ltda, com a qual buscam fortalecer seu crescimento no país com uma oferta inovadora e consolidada de serviços integrados de segurança da informação. Essa joint venture está apoiada no reconhecimento mútuo da grande sinergia que o trabalho em conjunto representará para seus clientes e parceiros de negócios.

 “Essa união responde de uma forma apropriada ao tamanho e às exigências do mercado brasileiro, que representa o maior potencial na América Latina. Assim, contaremos com a infraestrutura adequada para prestar serviços de forma eficaz e oportuna, com a qualidade que somente nossa experiência permite oferecer. Nossos clientes atuais e os potenciais contarão com um completo portfólio de tecnologias e serviços de segurança da informação - os mesmos que têm permitido à ETEK e à NovaRed serem líderes de mercado onde operam”, disse Miguél Pérez, gerente geral da NovaRed.

 “Estamos satisfeitos de poder levar a nossos clientes os benefícios que essa união trará e sabemos que estamos dando os passos apropriados para tornar a ETEK NovaRed Brasil a mais importante empresa de serviços integrados de segurança da informação nesse mercado”, afirmou Terry Moffat, presidente da ETEK. 

O faturamento das duas empresas em todos os mercados onde oferecem seus serviços alcança 50 milhões de dólares anuais. Com a joint venture, sua participação no mercado brasileiro deverá duplicar nos próximos três anos.

 A nova empresa terá sua sede em São Paulo, e o Brasil contará com mais de 30 profissionais especializados em segurança da informação. Contará também com o apoio de mais de 350 profissionais que ambas as empresas têm em outros mercados na América Latina.

 Sobre a ETEK - A ETEK integra a ETEK International Corp. com escritórios na Argentina, Brasil, Colômbia, Peru e sede nos Estados Unidos. A ETEK é uma provedora líder em soluções integradas de segurança da informação na América Latina. Oferece uma completa gama de serviços de consultoria, outsourcing de segurança, capacitação, suporte e tecnologia para empresas dos mais diversos setores. As soluções da ETEK cobrem todas as necessidades em segurança da informação para mais de 500 clientes na América Latina e Caribe.

 Sobre a NovaRed - Empresa multinacional especializada em soluções personalizadas e de vanguarda de tecnologias da informação e internet para médias e grandes empresas. Conta com três áreas de negócios: Gestão de Segurança e Infraestrutura de Tecnologias da Informação; Serviços Globais de Administração e Monitoramento de Risco Corporativo e Universidade NovaRed. Foi fundada em Santiago em 1995 e hoje tem escritórios, além de no Chile, na Argentina, Peru, Estados Unidos e, mais recentemente, também na Colômbia. Parceira das principais marcas de segurança da informação de todo o mundo, sua carteira de clientes inclui mais de 300 empresas do Cone Sul. Por Silvia Helena
Fonte: Segs 23/04/2012



29 abril 2012

Nova área, outsourcing de TI representará 50% da UOLDiveo em 4 anos

Criação da área vem por conta da compra da Solvo. Em duas semanas será anunciada aquisição de uma empresa de segurança para complementar ofertas

 Gil Torquato, do UOLDiveo - “Recentemente, começamos a focar cada vez mais em serviços. Este com certeza é um mercado que esperamos ter muito crescimento”

 Depois da aquisição da empresa de missão crítica Solvo, ocorrida há cerca de dois meses, a UOLDiveo anunciou neste sábado (28/04) ao IT Web sua nova estratégia para atender o mercado de TI: a criação de uma área de Outsourcing e Operações de Soluções.

Segundo o CEO da empresa, Gil Torquato, a perspectiva é de que este segmento represente, em cerca de três a quatro anos, 50% do faturamento da companhia. A próxima aquisição da marca será divulgada em aproximadamente duas semanas. Desta vez, o negócio ocorrerá com uma empresa nacional de segurança da informação, que foi descrita pelo executivo como “muito forte” nesta área.

“Queremos completar a solução. O portal UOL é atingido por cerca de cem tentativas de invasão mensalmente. Posso lhe garantir, com toda certeza, que alguém está querendo derrubá-lo agora. Então vamos levar essa mesma experiência, aliada a essa nova aquisição, como oferta adicional ao mercado”, comentou.

 As declarações foram dadas durante o IT Forum 2012– encontro realizado pela IT Mídia na Praia do Forte (BA). Segundo Torquato, a ideia de criar uma área para atender à demanda de terceirização é antiga, com quase cinco anos. “Adquirimos conhecimentos com a própria operação do site UOL, que tem cinco bilhões de visualizações de páginas ao mês”, comentou executivo, adicionando que as 12 aquisições que a companhia fez nos últimos anos foram adicionando habilidades para levar esse atendimento ao mercado de forma mais madura.

 O responsável pela operação da área de outsourcing será Marcos Peigo, que veio da Solvo. Com esta nova atividade, a companhia fica dividida em quatro segmentos de negócios. Além dela própria, há os serviços integrados (gateway de pagamentos e serviços a negócios, como o de nota fiscal eletrônica); data center, e serviços de Telecom. O executivo não quis abrir a participação de cada uma dessas áreas no faturamento total atual da companhia.

 Com quatro data centers espalhados pelo Brasil, o UOLDiveo tem 26 mil metros quadrados de área construída para armazenamento de dados. “Recentemente, começamos a focar cada vez mais em serviços. Este com certeza é um mercado que esperamos ter muito crescimento”, ponderou.

 Torquato finalizou com um recado: esta próxima aquisição, a ser anunciada em breve, provavelmente não será a última do ano. “Continuamos com a estratégia de crescimento inorgânico. As áreas que vão ser foco e o tempo para serem anunciadas depende apenas do mercado”, completou.
Fonte: crn.itweb 29/04/2012

29 abril 2012



As marcas mais valiosas do Brasil em 2012

Pela terceira vez consecutiva, a Petrobras é a grife mais valorizada do País, segundo ranking DINHEIRO/BrandAnalytics. O Bradesco passa o Itaú e retoma a vice-liderança.

 As marcas, dizem os especialistas, são as fortalezas das empresas em períodos de crise. Sem grifes fortes, consolidadas e admiradas pelos consumidores, as turbulências econômicas seriam enfrentadas com muito mais dificuldades. No ano passado, por exemplo, não faltaram agruras no horizonte, principalmente vindas do continente europeu, com vários países à beira da insolvência. As dificuldades globais influenciaram o desempenho das empresas brasileiras e afetaram negativamente o valor de seus papéis negociados em bolsa de valores. É sob essa ótica que deve ser analisado o resultado da pesquisa “As Marcas Mais Valiosas do Brasil em 2012”, realizada em parceria pela DINHEIRO e pela BrandAnalytics/ Milward Brown. Primeiro a má notícia: o valor das 50 maiores marcas brasileiras caiu 23,2% em 2012, quando atingiu US$ 59 bilhões (R$ 111 bilhões).

 Ruim? À primeira vista, sim. Mas os dados devem ser avaliados numa perspectiva mais ampla. Desde 2009, as principais grifes locais valorizaram-se 35,2%, em dólar. Além disso, a apreciação do real e o bom desempenho das empresas nacionais em bolsa de valores inflou os valores das marcas brasileiras no estudo do ano passado. Esses dois fenômenos deixaram de influenciar o ranking de 2012, o que explica a queda. “É uma volta ao normal”, diz Eduardo Tomiya, diretor-geral da BrandAnalytics e coordenador da pesquisa. “Em uma crise, as marcas fortes funcionam como um escudo.”Não é, portanto, de surpreender que a Petrobras, maior empresa brasileira, tenha conquistado este ano pela terceira vez consecutiva o título de A Marca Mais Valiosa do Brasil.

 Graça Foster, da Petrobras: "Queremos ser reconhecidos comouma empresade tolerância zero com acidentes".

Com um valor de US$ 10,5 bilhões (R$ 19,7 bilhões), a petrolífera brasileira é uma referência em exploração de óleo em águas profundas, tem um plano de investimento de US$ 225 bilhões até 2015, o maior do planeta, e sua imagem não foi afetada por recentes episódios de derramamentos de petróleo no mar, como o que aconteceu com a americana Chevron no ano passado. “O vazamento zero é meta da Petrobras”, disse à DINHEIRO Graça Foster, que assumiu o comando da estatal em fevereiro deste ano. “Queremos ser reconhecidos como uma empresa responsável, de tolerância zero com acidentes.” E conclui a presidenta: “Estamos trabalhando para alcançar essa meta.” A Petrobras é também uma companhia global, mas a maior parte de seus ativos está no Brasil.


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Apesar de contar com presença em 28 países, a estatal tem chamado a atenção mundial – e construindo dessa forma sua reputação internacional – por causa das encomendas que está realizando para a exploração da camada do pré-sal. Para se ter uma ideia da magnitude dos gastos, a Petrobras tem uma carteira de pedidos de US$ 82 bilhões só de sondas, o que tem atraído o interesse de fornecedores no Brasil e no Exterior. A resiliência da marca Petrobras foi acompanhada por outras empresas de diversos segmentos, que conseguiram se sair bem em um ambiente de crise internacional.

O Bradesco, por exemplo, retomou a vice-liderança, posto que havia perdido para o Itaú no ano passado. Com isso, a instituição financeira fundada por Amador Aguiar volta a ser a marca mais valiosa de sua área. O plano de saúde odontológico OdontoPrev foi a grife que mais se valorizou em 2012: 29%.

Estrearam no levantamento de 2012 Bohemia, Magazine Luiza, União, Durafloor, Arezzo e Deca. Deixaram a lista Cyrela, Fleury, Embraer, Ultragaz, Droga Raia e CSN. Pela primeira vez foi feita uma análise dos portfólios de marcas das empresas. Com quatro produtos – Skol, Brahma, Antarctica e Bohemia, sendo que as três primeiras entre as dez mais bem classificadas –, a fabricante de bebidas Ambev tem a coleção mais valiosa do Brasil. Juntas, as quatro valem US$ 8,9 bilhões (R$ 16,7 bilhões). Ela é seguida pela Brasil Foods e pelo Grupo Pão de Açúcar. A pesquisa deste ano avaliou 220 marcas de 162 companhias brasileiras de capital aberto. No estudo, são consideradas apenas as marcas nacionais. Assim, gigantes globais como Apple, Google, Ford e Coca-Cola não participam do universo pesquisado.

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Da mesma forma, ficam de fora as grifes nacionais de companhias de capital fechado, como O Boticário, Bombril e Tigre. Além de mensurar o valor, a BrandAnalytics realizou uma pesquisa com mais de 12 mil consumidores para identificar as marcas mais queridas dos brasileiros, incluindo nesta sondagem as internacionais.

No levantamento de 2012, a consultoria mudou a metodologia (leia o gráfico "Entenda como é feita a pesquisa"). Com isso, não é possível comparar o resultado com o ano anterior. “Medimos, desta vez, a contribuição da marca para o desempenho das vendas”, afirma Tomiya. Em outras palavras, imagine quanto uma empresa perderia em vendas, se não tivesse uma grife reconhecida e admirada pelos consumidores. E nenhuma marca é mais poderosa no Brasil do que o sabão em pó Omo, da anglo-holandesa Unilever, escolhida A Marca Mais Forte, à frente de Coca-Cola e Trident.

 Omo é um dos raros produtos que ganharam status de sinônimo de uma categoria, como Bombril, Danone e Xerox. Tanto que, apesar de ter um preço maior do que seus concorrentes, ele é consumido por todas as classes sociais. “O Omo é uma das marcas mais democráticas do Brasil”, diz o holandês Robert-Hein Schermers, diretor de marketing da Unilever, responsável pela estratégia do sabão em pó. O Omo mantém uma posição quase hegemônica na cabeça dos consumidores brasileiros. Seus números são, de fato, de impressionar. Ele detém mais de 50% de participação de mercado em sua categoria. A cada segundo são vendidas 12 unidades de Omo, em sua embalagem de um quilo, no País. O Brasil é o mercado que mais vende caixas do produto entre os mais de 50 países em que é comercializado. Apesar de estar há 55 anos no País, a companhia não se acomodou com a liderança. A Pesquisa avaliou 220 marcas de 162 empresas brasileiras de capital aberto.Mais de 12 mil consumidores espalhados pelo país foram ouvidos.
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Tanto que inovação é parte constante da agenda da Unilever. Há um exemplo recente dessa filosofia da empresa: o lançamento da versão líquida do Omo. “Ele é mais fácil de dosar e permite aplicação direta nos tecidos”, afirma Schermers. “Tomamos essa decisão depois de ouvir os consumidores.” A companhia não para também de pesquisar novas enzimas, substâncias que quebram as sujeiras em partículas e as jogam na água. “As manchas mudam com o tempo.” A mais recente elimina manchas difíceis, como óleo lubrificante, pó de grafite, carvão e óleo de motor. U

ma análise dos números do estudo ajuda a entender os efeitos da crise global sobre as empresas brasileiras. O setor de varejo e de serviços, por exemplo, sentiram menos os problemas da Europa.

 Afinal, seus desempenhos dependem mais do consumo interno, ainda potencializado pelos gastos da classe C, do que dos humores dos países do Velho Continente. O valor das marcas das companhias desses ramos caíram 15,5,% e 6,9%, respectivamente. Na área de construção, a queda foi de 42%. O setor bancário e de seguradoras foi um dos que mais sentiram os abalos dos problemas europeus. O valor das marcas das principais instituições financeiras teve queda de 33%. A Porto Seguro, por exemplo, viu o valor de sua grife erodir 63%, a maior queda entre as 50 empresas do ranking. Em 2011, sua marca valia US$ 1,35 bilhão. Neste ano, US$ 500 milhões, fruto de um ritmo mais lento de integração com o Itaú, o que fez suas ações perderem 20% do valor no ano passado. É nessa hora que a força da marca conta a favor. O exemplo do Bradesco é ilustrativo disso. Assim como seus pares, o valor de sua marca caiu.

Mas menos do que os seus principais rivais. No ano passado, o banco da Cidade de Deus perdeu o Banco Postal para o Banco do Brasil. Mas, em uma ousada operação, investiu R$ 1,2 bilhão e abriu 1.009 agências em apenas seis meses, ultrapassando a rede do Itaú Unibanco. “Antes, havia muita migração para o Sudeste”, afirma Cândido Leonelli, diretor executivo do Bradesco. “Os brasileiros estão, agora, começando a gerar riqueza em seus locais de origem. Por isso, a nossa política de presença é fundamental.” Presença não apenas física. Digital também. “Somos um banco popular, mas pioneiro em tecnologia”, diz Leonelli. Esse é um atributo que se incorporou com força à marca Bradesco. Ele foi o primeiro a ligar clientes ao antigo telex, o desbravador em internet banking e o precursor do banco pelo celular.
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 Agora, quer usar seu DNA inovador para lançar, em breve, um serviço para atrair os “sem-banco” por meio do telefone móvel. “Vamos transformar o celular pré-pago numa carteira”, afirma Leonelli. Quem está se beneficiando do crescimento da rede do Bradesco é a OdontoPrev, que uniu sua operação ao Bradesco Dental em 2009. A companhia iniciou um projeto para começar a vender planos odontológicos para pessoas físicas. Dos cinco milhões de clientes da empresa, apenas 300 mil são desse novo universo que a companhia pretende explorar. “Preciso tornar a marca mais conhecida desse público”, afirma Randal Zanetti, presidente da OdontoPrev. Qual a melhor forma? Usar, é claro, as agências do Bradesco. “A cada mês, estamos avançando em termos de ofertas de produtos via esse canal”, diz o fundador da OdontoPrev, uma das poucas marcas que se valorizaram em 2012.

Além dela, somente outras cinco grifes observaram seu valor crescer: a rede de varejo Lojas Americanas, o banco Banrisul, o shopping Iguatemi e as cervejas Skol e Antarctica, ambas da Ambev. A maior cervejaria do País, parte do grupo belgo-brasileiro AB InBev, emplacou quatro marcas, a maior entre todas as empresas, no ranking de 2012: Skol, Brahma, Antarctica e Bohemia. A Skol, por exemplo, passou a integrar o seleto grupo das cinco grifes mais valiosas do Brasil, alcançando o quarto lugar, duas posições a mais do que no ano passado. Esse resultado foi conseguido em razão de uma forte comunicação com o seu público. “Nosso alvo são as pessoas de 18 a 24 anos, mas também as mais velhas que são jovem de espírito”, afirma Pedro Earp, diretor de marketing da Skol e de produtos premium. Tanto que a linha de comunicação é pautada pela irreverência. Pedro Earp, da Ambev: quatro marcas no ranking e portfólio mais valioso do mercado brasileiro.

A estratégia, no entanto, não se restringe à propaganda da tevê. Cada vez mais, a Ambev aposta em experiências pessoais e digitais. No primeiro caso, ela patrocina o Skol Sensation, um dos principais festivais de música eletrônica do País. Na área de internet, a companhia investe 15% de sua verba publicitária na web. O site da Skol recebe mais de 20 milhões de pessoas por ano, que vão até o endereço virtual em busca de conteúdos interativos e jogos. Um dos grandes destaques da Ambev, no entanto, é a cerveja premium Bohemia, pela primeira vez no ranking. Logo em sua estreia, ela alcança a 14a posição. “A Bohemia tem credenciais espetaculares”, diz Earp. Não é, de fato, papo de marqueteiro. Ela faz parte da história da cerveja no Brasil.

 A marca foi produzida pela primeira vez em 1853, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, por um colono alemão chamado Henrique Kremer. A fábrica funcionou no mesmo local até 1998, quando foi fechada. Agora, ela será reaberta com investimentos de R$ 40 milhões e produzirá as variantes da família Bohemia (Pilsen, Escura, Weiss e Confraria), além de edições especiais da marca. Não bastasse isso, o prédio se transformará em um memorial com a história da cerveja do Brasil e do mundo. O museu terá painéis interativos que fará o visitante viajar pelo mundo da bebida feita com cevada e lúpulo. “A Bohemia, como marca premium, é a joia brasileira”, afirma Earp. Ela também é um indício de que marcas fortes resistem ao tempo e às crises de toda ordem.
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Por Ralphe MANZONI Jr. Fonte:
 Revista Isto É Dinheiro 28/04/2012



A ascensão da classe média

Entre 2001 e 2011, quase 40 milhões de brasileiros migraram para a classe C, turbinando os negócios das empresas que apostaram nessa faixa de consumidores.

 A bordo de seu avião particular, o empresário Rubens Menin, fundador da construtora MRV, viaja duas vezes por semana para visitar obras, terrenos e observar os concorrentes no Brasil inteiro. Nessas andanças, Menin acabou ganhando uma visão da periferia das cidades brasileiras que poucos empresários têm. Ele gosta de repetir para o pessoal do escritório que o canteiro de obras é o retrato fiel do novo Brasil. “Os pedreiros têm celular, vão trabalhar de moto ou até carro”, diz Menin. “E, pela primeira vez, eles podem comprar o apartamento que estão construindo.” Os pedreiros da MRV fazem parte de um novo contingente da população que está provocando transformações socioeconômicas profundas no País.

Nos últimos dez anos, quase 40 milhões de brasileiros emergiram para a classe C, constituindo a chamada nova classe média, cuja renda familiar média é de quase R$ 2.300 (veja quadro ao lado). Até 2014, são esperados outros dez milhões. “Os emergentes são mulheres, negros e jovens”, diz Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisas Data Popular. “Eles já são a maioria dos alunos das universidades e dos clientes de cartão de crédito.” Segundo Meirelles, esse brasileiro passou a ter poder de compra com o fim da inflação, a partir de 1994. “O Plano Real foi importante para dar acesso”, diz. “Mas não distribuiu renda, que foi um legado do governo Lula.”

Criada em 1979 já com foco na construção popular, a MRV foi uma das empresas que mais se beneficiaram desse fenômeno. Seu faturamento saiu de R$ 120 milhões, em 2005, para R$ 4 bilhões no ano passado. Hoje, a construtora figura entre as três maiores do setor, ao lado da PDG Realty, também voltada para a classe média, e a Cyrela. Assim como a MRV, redes varejistas como o Magazine Luiza e a Casas Bahia, a operadora de turismo CVC e a americana Procter & Gamble também souberam tirar proveito desse momento como poucas. “Nós já nascemos com esse público”, diz Guilherme Paulus, fundador e presidente do conselho da CVC. “Em 1972, quando começamos, fazíamos excursões rodoviárias para metalúrgicos do ABC.” Embora também venda para clientes das classes A e B, a maior parte do seu público é formada pela classe C. Consumo: tevês de telas finas entraram na lista de comprasda nova classe média emergente.

Foi por meio da operadora de Paulus que muitos brasileiros conheceram Porto Seguro e Buenos Aires ou viajaram de avião ou de navio pela primeira vez. “Ajudamos a desmistificar a ideia de que viajar é um item supérfluo ou de luxo.” Há 15 anos, quando a DINHEIRO nascia, a CVC tinha 17 lojas. Hoje são 700. E essa expansão vertiginosa deve ser 100% creditada ao fenômeno da nova classe média, segundo o empresário. Há empresas que apostaram na classe média antes mesmo de ela existir enquanto tal. É o caso da Casas Bahia. Quando o imigrante Samuel Klein desembarcou no Brasil, no começo dos anos 1950, o País era, basicamente, dividido entre ricos e pobres.

Klein, que fez uma opção preferencial pela baixa renda, acompanhou a evolução do seu público ao longo do tempo, especialmente nos últimos anos, especializando-se no comércio de eletroeletrônicos e móveis. “Antes, o que interessava era o preço e a pechincha”, diz Michael Klein, presidente do conselho da Viavarejo, holding que abriga as marcas Casas Bahia e Ponto Frio, e filho de Samuel. De acordo com ele, os consumidores das classes populares buscam qualidade e marca. “Com mais renda disponível, mais informação e mais poder de decisão, os clientes ficaram mais exigentes”, afirma Klein. Se a Casas Bahia sempre foi um nome reconhecido pela massa, o mesmo não se podia dizer da americana Procter & Gamble, até o passado recente.

Em 2001, suas fraldas Pampers, por exemplo, eram compradas apenas pelo topo da pirâmide e sua participação de mercado não passava de 5%. Foi, então, que a P&G resolveu mandar seus executivos bater às portas dos consumidores de classe C. “Essa imersão abriu muito a nossa cabeça”, diz Gabriela Onofre, diretora de assuntos corporativos da companhia. “Começamos a entender a verticalização do produto.” Para atingir esse estrato da população, que ganhava cada vez mais corpo, a P&G passou a criar versões básicas para todos os seus produtos – de sabão em pó a escova de dentes –, a anunciar em programas populares como o do Faustão, na TV Globo. Resultado: a Pampers detém, hoje, 30% de participação de mercado, e quase metade do que é vendido pela filial segue agora para as casas da classe média emergente.
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Por Patrícia CANÇADO
Fonte: Revista Isto É Dinheiro 28/04/2012



BTG Pactual fica com 30% da rede de academias Bodytech

O banco de investimentos BTG Pactual anuncia na segunda-feira sua entrada na sociedade proprietária das redes de academias de ginástica Bodytech e Formula.

 O banco fará um aporte de capital suficiente para ficar com 30% de participação.

 O sócio majoritário continua sendo a Accioly Fitness, empresa que tem entre seus sócios os empresários Alexandre Accioly, João Paulo Diniz, Luiz Urquiza e o técnico de vôlei da seleção masculina, Bernardinho. 

Com a nova configuração, a Accioly Fitness terá participação de 64,2%. Os demais 5,8% ficam pulverizados entre pequenos sócios.

 A operação foi fechada ontem à noite, um dia depois de o BTG Pactual fazer seu IPO (primeira oferta pública de ações na Bolsa de Valores) para levantar até R$ 3,66 bilhões -o maior desde a operação do banco Santander Brasil, que em 2009 movimentou cerca de R$ 8 bilhões.

 O valor do aporte na rede de academias não foi divulgado, mas a estimativa de analistas é que tenha ficado em cerca de R$ 200 milhões.

 É a primeira vez que o banco investe no setor de fitness, que teve faturamento em torno de R$ 2,2 bilhões em 2011. "Com a proximidade da Copa e da Olimpíada, a perspectiva é que esse mercado possa triplicar", diz Luiz Urquiza, um dos sócios e diretor-presidente da Bodytech.

 Atualmente, o BTG Pactual tem participação acionária em 25 empresas de setores variados -de redes de hospitais a montadoras de automóveis.

 O grupo Bodytech tem 33 academias em funcionamento (três delas da rede Fórmula) e outras 22 em construção (dez Fórmula), com previsão de abertura em 2013. São 65 mil alunos matriculados.

 A entrada do BTG é o primeiro passo para o IPO da rede de academias. Isso deve ocorrer até 2015. Por CRISTINA GRILLO
Fonte: Folha de São Paulo 28/04/2012



Indigestão

Os planos de saúde estão com indigestão. 

 Apenas a chamada classe C recebeu mais de 40 milhões de novos integrantes nos últimos sete anos. São agora 103 milhões (ou 54%) dos brasileiros, aponta o estudo O Observador Brasil 2012, da consultoria Cetelem BGN, do Grupo BNP Paribas (veja o Confira).

E essa massa de consumidores vai migrando para planos de saúde, porque não quer mais depender só da precariedade dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

 Desde 2005, o número de beneficiários de planos médicos hospitalares cresceu 29%. Já são 47 mil. E há ainda 16 milhões atendidos por planos odontológicos (veja o gráfico).

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Ao final de 2011, quase 1,6 mil operadoras atuavam no País – apontam estatísticas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Instituto de pesquisas Data Popular indica que, em dez anos, despesas com serviços de saúde feitas só pelas classes médias aumentaram 130%.

 A expansão provém tanto da estabilização econômica obtida no período Fernando Henrique como das políticas de crescimento de renda do período Lula-Dilma.

 O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, festeja o novo filão: “É a classe C no foco dos negócios das empresas de saúde”. As seguradoras têm 9,0% do mercado; cooperativas médicas, 28%; e empresas de medicina de grupo, 33%.

 O sonho do plano de saúde vem logo em seguida do sonho da casa própria, observa Bruno Sobral, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS. Mas os problemas se acumulam. Enquanto a busca pelo serviço de saúde desaba sobre o mercado como cachoeira, a oferta recolhe essa demanda com algumas bacias. Só no primeiro trimestre deste ano, primeiro de vigência dos novos prazos máximos de atendimento estipulados pela ANS, registraram-se 2.981 infrações – 19% das empresas do segmento foram objeto de queixas.

 O setor começou a se expandir nos anos 70 para atender às necessidades das classes médias. Mas avançou com mentalidade amadora, sem muita preocupação com qualidade gerencial, sem ganhos de escala e sem controle de custos. A grande demanda dos últimos dez anos parecia boa chance para avanços em racionalidade administrativa. Mas as fusões e incorporações se limitaram às grandes operadoras. Poucas mudanças aconteceram na maioria do setor, de pequenas e médias.

 A população quer qualidade e nem sempre tem noção da atual desproporção entre os custos crescentes dos serviços de saúde e as contribuições que faz. Dante Montagnana, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo, pergunta: “Como esperar que serviços pagos com R$ 50 por mês atendam a toda essa demanda? Só para comparar, grandes operadoras cobram mais de R$ 400 mensais de fatias pequenas da sociedade, as classes A e B (22% da população), e também já não dão conta”. Essa desproporção motivou, nesta semana, manifestações de médicos em 12 Estados do Brasil, inconformados com o pagamento mínimo de R$ 12 por consulta.

 Os planos de saúde não se prepararam para a demanda do mercado e, assim, frustram o sonho de toda essa gente. Essas coisas têm consequências.

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 O gráfico mostra como os brasileiros de baixa renda ascenderam às camadas de maior poder aquisitivo. São eles que mais pressionam por casa própria, atendimento de saúde, educação e segurança. É também a faixa da sociedade mais visada pelos setores da economia que procuram por novos mercados – especialmente instituições financeiras, empresas do setor de viagens (transportes aéreos) e de instrução. Por Celso Ming / Colaborou Gustavo  Santos Ferreira
Fonte:O Estado de SP 29/04/2012



Itaú recusou oferta dez vezes maior pelo BPI

Cinco anos depois, fatia de 18,87% no banco português foi vendida por 93 milhões

 O Itaú Unibanco acaba de vender por 93 milhões uma participação de 18,87% no banco português BPI (Banco Português de Investimento), pela qual o Itaú recusou uma oferta de 936 milhões em 2007 (antes da fusão com o Unibanco em 2008).

 A história, relatada pelo jornal português Diário Económico em matéria publicada na terça-feira da semana passada, mostra que o grupo bancário brasileiro deixou de ganhar 843 milhões (R$ 2,107 bilhões) pelo timing infeliz na venda da sua fatia no BPI.

 Na verdade, a participação do Itaú quando ocorreu a oferta, em 2007, era ligeiramente menor, de 17,6%.

No momento em que o Itaú Unibanco está no foco no Brasil pela campanha do governo para a redução do spread dos bancos privados e pelos fracos resultados que, junto com outras grandes instituições financeiras brasileiras, obteve no primeiro trimestre, o desfecho da história do BPI passou relativamente despercebido.

Foi em abril de 2007 que o banco português BCP (Banco Comercial Português) reviu de 5,7 para 7 o preço por ação de uma oferta pública de aquisição do BPI. O Itaú, que detinha 133,76 milhões (17,6% do capital) recusou a proposta, junto com outro acionista, o La Caixa, grupo bancário espanhol. Assim, a tentativa de aquisição do BCP não teve sucesso.

 Há cinco anos, quando a operação foi tentada, a grande crise global ainda não havia começado, e as perspectivas econômicas portuguesas pareciam muito mais brilhantes.

 Com o início da turbulência, porém, e especialmente nos dois últimos anos, quando a periferia europeia foi atingida em cheio, os bancos portugueses ficaram em situação crítica, e o preço de suas ações despencou. 

Assim, conforme anunciado num comunicado ao mercado em 20 de abril (sexta-feira da semana retrasada), o Itaú Unibanco, por meio da controlada Itaúsa Portugal Investimentos (IPI), vendeu toda a sua participação de 18,87% para o próprio grupo La Caixa.

 Segundo a reportagem do Económico, o preço pago equivale a 0,5 por ação, ou 14 vezes menos do que a oferta que o Itaú recusou há precisamente cinco anos.

 "O sistema bancário português está sofrendo com o problema das contas públicas do país, e esse episódio mostra o cuidado que as instituições brasileiras têm de ter com os investimentos fora do País", comenta Luís Miguel Santacreu, analista de bancos da consultoria Austin Asis.

 O comunicado ao mercado do Itaú Unibanco, assinado por Alfredo Egydio Setubal, diretor de Relações com Investidores, explica que "a venda ao Grupo La Caixa, atualmente o maior acionista do BPI e instituição com forte presença na Península Ibérica, nos permite ter confiança de que essa operação é a melhor alternativa para a continuidade dos negócios do BPI. Ao longo de 20 anos de associação, o Itaú Unibanco tem desfrutado de excelente relacionamento com a administração do Grupo La Caixa".

 Ainda segundo o comunicado, a operação tem impacto positivo de R$ 100 milhões no patrimônio líquido consolidado, e um efeito negativo, não recorrente, de cerca de R$ 200 milhões no lucro líquido contábil. O efeito vai aparecer no balanço do segundo trimestre deste ano.

 Sem mencionar o que deixou de ganhar pela oferta desperdiçada em 2007, o comunicado destaca ainda a relevância do BPI para o Itaú Unibanco como base em Portugal para a operação europeia de banco de investimento e voltado ao segmento empresarial. O texto cita o "apoio à atividade cross-border de empresas europeias e latino-americanas, que hoje está consolidada e conta com representantes em Lisboa, Londres, Madri, Frankfurt e Paris".

 Procurado pelo Estado, o Itaú Unibanco não se manifestou, indicando que tudo o que tinha a dizer sobre o episódio está no comunicado ao mercado. A operação está condicionada à autorização do Banco de Portugal (banco central). Por FERNANDO DANTAS, MONICA CIARELLI
Fonte: O Estado de São Paulo 29/04/2012



Watson vai adquirir Grupo Actavis por EUR 4,25 bilhões

Cria terceira maior empresa de genéricos do mundo. Receita combinada pro forma prevista de US$ 8,0 bilhões em 2012. Aumenta significativamente a escala dos ex-norte-americanos negócios de genéricos da Watson .Acelera o crescimento dos ganhos e receitas .Acréscimo imediato aos ganhos não GAAP, antes das sinergias .Sinergias anuais maiores que US$ 300 milhões previstas dentro de três anos .Forte fluxo de caixa combinado permite o rápido pagamento da dívida. Contingente earnout adicional sobre o desempenho da Actavis em 2012.

A Watson Pharmaceuticals, Inc. (NYSE: WPI) e o Actavis Group anunciaram no dia 27 de abril (sexta-feira), em conjunto que a Watson assinou um acordo definitivo para adquirir a Actavis de capital fechado por aproximadamente EUR 4,25 bilhões antecipados.  Como resultado dessa aquisição, a Watson vai se tornar a terceira maior empresa de genéricos mundial com receita combinada pro forma prevista de cerca de US$ 8 bilhões em 2012.

 A Actavis, que como uma empresa autônoma estava posicionada para um forte crescimento, tem presença comercial em mais de 40 países e possui mais de 1.000 produtos em todo o mundo. A Actavis tem cerca de 300 projetos em sua linha de desenvolvimento e fabricou mais de 22 bilhões de doses farmacêuticas em 2011. A Actavis tem mais de 10.000 funcionários em todo o mundo e teve receitas de aproximadamente US$ 2,5 bilhões em 2011.

 "A aquisição da Actavis vai criar a 3a maior empresa de genéricos mundial, substancialmente completando a expansão da Watson como uma empresa de genéricos de liderança global. A Actavis aumenta drasticamente a nossa posição comercial globalmente e traz produtos e capacidades complementares nos Estados Unidos", disse Paul M. Bisaro, presidente e CEO da Watson.

 "Em uma única transação comercialmente atraente, mais do que dobramos o acesso internacional da Watson e fortalecemos nossa posição comercial nos principais mercados europeus estabelecidos, bem como empolgantes mercados emergentes em crescimento, inclusive a Europa Central e Oriental e a Rússia", continuou Bisaro. "A operação alcança o objetivo estratégico declarado da Watson de expandir e diversificar nossos negócios em uma empresa verdadeiramente global. Uma vez que a transação seja concluída, cerca de 40% de nossas receitas genéricas virão de mercados de fora dos EUA"

 "Esta transação é financeiramente atraente, acelerando o perfil de crescimento superior e de base da Watson para o futuro previsível. Será imediatamente agregadora aos ganhos não GAAP antes das sinergias e estimamos que as sinergias anuais de mais de US$ 300 milhões possam ser alcançadas dentro de três anos. A partir de agora e até a assinatura, vamos trabalhar em estreita colaboração com a gestão da Actavis para nos prepararmos para uma integração rápida e sem interrupções para que a Watson possa maximizar os benefícios desta aquisição e capitalizar o potencial significativo, assegurando assim o crescimento em longo prazo para nossos participantes."

 "Hoje é um marco na história da Actavis. Por dois anos eu tive o prazer de trabalhar em conjunto com a equipe de gestão recém-formada da Actavis e nossos participantes que dirigiram a empresa a uma nova fase", disse Claudio Albrecht, presidente executivo e CEO da Actavis. "Colocamos com sucesso a Actavis em uma posição forte para atender às futuras oportunidades de crescimento na indústria de genéricos." 

"Com base neste forte fundamento, a combinação da Watson e da Actavis resultará em uma empresa do tamanho necessário para posicionar-se como uma forte atuante na indústria de medicamentos genéricos. As duas empresas são um ajuste complementar ideal que vai permitir à empresa combinada reforçar a sua posição entre os líderes da indústria. Além disso, juntas, a Watson e a Actavis estarão bem posicionadas no mercado acelerado e dinâmico de biossimilares", acrescentou Albrecht.

 Principais benefícios da operação: 


  • Transação comercialmente atrativa. Aumenta drasticamente a presença internacional da Watson -A aquisição combina duas empresas em crescimento, bem sucedidas e rentáveis em uma forte atuante global que irá beneficiar-se de receitas sustentáveis e do crescimento dos lucros, bem como do fluxo de caixa forte. Com esta operação, as receitas internacionais da Watson deverão ter um aumento dos aproximadamente 16% na receita líquida total de genéricos no final de 2011 para aproximadamente 40%. 
  • Presença no mercado global expandida -A empresa combinada terá uma posição entre as 3 principais em 11 mercados e uma posição entre as 5 em 15 mercados. A empresa combinada terá operações comerciais em mais de 40 países. A força excepcional global da Actavis, incluindo posições de liderança de mercado nos principais mercados comerciais estabelecidos e mercados emergentes da Europa Central e Oriental e na Rússia, complementa a posição da Watson em mercados estabelecidos, inclusive no Reino Unido, França e Austrália. 
  •  Portfólio e linha de produtos ampliados -A aquisição irá expandir a posição principal de liderança da Watson em produtos de lançamento modificado, de dosagem oral sólida e transdérmicos para semissólidos, líquidos e injetáveis. O resultado será um portfólio global de produtos mais amplo e diversificado e uma linha de desenvolvimento expandida. Quando combinada, a empresa terá 45 first-to-files e 30 first-to-files exclusivos nos EUA. 
  •  Transação financeiramente atraente: Significativamente e imediatamente agregadora - A transação deverá ser imediatamente agregadora de ganhos não GAAP, antes das sinergias. Incluindo as sinergias, a Watson prevê que a aquisição será mais de 30% agregadora de EPS não GAAP para a Watson em 2013, com o acréscimo acelerando em 2014 através de crescimento orgânico e de sinergias adicionais. 
  •  Sinergias fornecem benefícios adicionais-A Watson espera atingir sinergias anuais de US$ 300 milhões dentro de três anos após o fechamento da transação, predominantemente composto de VG&A, P&D e as sinergias de custos corporativos. A Watson espera sinergias adicionais de custos de mais longo prazo relacionadas com a otimização da cadeia de suprimentos e sinergias adicionais das receitas de mais longo prazo derivadas dos lançamentos de produtos em novos mercados. A Watson também espera se beneficiar de uma alíquota efetiva pro forma menor, de aproximadamente 28%. 
  •  Forte fluxo de caixa combinado permite o rápido repagamento da dívida -O fluxo de caixa do negócio combinado é antecipado para permitir à Watson pagar a dívida rapidamente para atingir um nível de alavancagem de dívida abaixo de 3,0x o EBITDA ajustado em 2013 e aproximadamente a dívida de 2,0x o EBITDA ajustado em 2014. A Watson espera manter sua classificação de grau de investimento das três agências de classificação após a conclusão da transação. 
  •  Capacidades adicionais, força global da administração/funcionários: fortalecimento dos negócios terceirizados-A combinação dos negócios terceirizados dos produtos farmacêuticos Specifar da Watson com os negócios terceirizados MEDIS da Actavis resultará na criação da maior empresa em fase de obtenção de licença com uma mais ampla gama de produtos. 
  •  Equipe de gestão experiente e internacional - A combinação da Watson e Actavis expande dramaticamente a experiência de gestão necessária para impulsionar o crescimento internacional em mercados emergentes e estabelecidos. A Actavis também traz a experiência de integração considerável para a combinação, tendo se concentrado bastante na integração de aquisições históricas desde que foi privatizada em 2007, incluindo a consolidação das funções corporativas, realizando a fusão da CEE e as operações da Europa Ocidental e implementando a gestão de projetos em toda a cadeia de valor. 
  •  Equipe global ampliada - Combinada, a Watson terá mais de 17.000 funcionários globalmente. A empresa, no fechamento da aquisição, terá cerca de 20 fábricas e mais de uma dúzia de centros de P&D. Com tamanho e escala maiores, a empresa combinada ficará bem posicionada para capitalizar sobre suas capacidades comerciais, de P&D, de produção e de atendimento ao cliente. 

Termos de transação-
Sob os termos do acordo, a Watson vai adquirir a Actavis por cerca de EUR 4,25 bilhões. O valor total inclui um pagamento em

  • dinheiro de aproximadamente EUR 4,15 bilhões, bem como a 
  • assunção de um máximo de EUR 100 milhões em dívida rotativa, a qual deverá ser saldada no fechamento. 
  •  Os participantes da Actavis também podem receber uma avaliação complementar, contingente aos níveis negociados obtidos da empresa dos resultados de 2012. O pagamento contingente, se totalmente recebido, resultaria na entrega de até 5,5 milhões de ações das ações ordinárias da Watson. Este pagamento contingente foi avaliado durante as negociações em EUR 250 milhões, com base em um preço por ação de US$ 60, usando um a taxa de câmbio de Euro para dólar dos EUA de US$ 1,32. As ações concedidas, se houver, serão emitidas em 2013. A Watson pretende financiar a parte em dinheiro da transação através de uma combinação de empréstimos de longo prazo e da emissão de notas seniores sem garantia. 
A Watson tem atualmente compromissos de empréstimo ponte do BofA Merrill Lynch e do Wells Fargo Bank, N.A. pendentes de execução de seus planos finais de financiamento. A Watson prevê que a companhia combinada irá gerar fluxo de caixa livre significativo, permitindo à Watson pagar rapidamente a dívida abaixo de 3,0x o EBITDA ajustado em 2013 e aproximadamente a dívida de 2,0x o Ebitda ajustado em 2014.

 Aprovações e cronograma-
A aquisição estará sujeita às condições habituais, incluindo a revisão pelo Conselho Federal de Comércio dos EUA (FTC), sob as disposições da Lei de Melhorias Antitrust Hart-Scott-Rodino de 1976, conforme alterada ("HSR Act"), bem como aprovações fora dos Estados Unidos. Com as aprovações pendentes, a Watson prevê fechar a transação no quarto trimestre de 2012.
 O BofA Merrill Lynch está atuando como assessor financeiro exclusivo e a Latham & Watkins LLP está atuando como assessora jurídica da Watson em conexão com esta transação.

 Watson Pharmaceuticals, Inc.-A Watson Pharmaceuticals, Inc. é uma das principais empresas farmacêuticas integradas do mundo. A Watson está envolvida no desenvolvimento, fabricação e distribuição de produtos farmacêuticos genéricos e de produtos farmacêuticos especializados de marca com foco em Urologia e Saúde da Mulher. A Companhia também está desenvolvendo produtos biológicos similares em Saúde Feminina e Oncologia. Além disso, distribuímos medicamentos genéricos e de marca através de nossos negócios da Anda Distribution.
 Em 2011, a Watson foi a terceira maior empresa de genéricos nos Estados Unidos. Também temos operações comerciais nos principais mercados internacionais, inclusive no Canadá, Europa Ocidental, Ásia/Pacífico, África do Sul e América Latina. A Watson distribui cerca de 8.500 unidades armazenadas nos EUA diretamente para mais de 60.000 clientes através de nossa Divisão Anda Distribution. [www.watson.com].
 A Actavis é uma das principais empresas farmacêuticas de genéricos do mundo, especializada no desenvolvimento, fabricação e venda de medicamentos genéricos. A empresa tem operações em mais de 40 países, com mais de 10.000 funcionários. Atualmente, a Actavis tem um portfólio que inclui mais de 1.000 medicamentos presentes no mercado e registrados em mais de 70 países.



Marco Stefanini torna-se CEO mundial da Stefanini; Monica Herrero assume Brasil

Marco Stefanini, CEO da bilionária empresa brasileira que leva seu nome, aproveitou o IT Forum 2012 – encontro realizado pela IT Mídia na Praia do Forte (BA) com quase 200 CIOs das 500 maiores empresas do Brasil e cerca de 70 patrocinadores do mercado de TI – para anunciar que Monica Herrero, vice-presidente da empresa há cinco anos, torna-se, agora, CEO das operacionais nacionais.

O executivo se dedicará ao cargo de gestão mundial da companhia, que já conta com verticais para Estados Unidos, Ásia, Europa e América Latina (neste caso, para países que falam língua espanhola).

 Formada em matemática e com especialização em administração de empresa, Monica está na companhia há 20 anos. “Normalmente as pessoas têm de trocar de empresas para conseguir crescer profissionalmente. Já eu cresci junto com a empresa”, disse a executiva, em entrevista ao IT Web. O principal desafio da executiva é fazer com que as operações nacionais, que representam cerca de 60% do faturamento total, ajudem a marca global a atingir um faturamento de US$ 1,1 bilhão projetado para este ano.

A executiva ainda adiantou que, nos próximos dias, a companhia vai anunciar a aquisição de uma empresa de software na América Latina para complementação de suas ofertas atuais. E esta não deve ser a última a ser apresentada neste ano. “Mais recentemente, com a aquisição da Orbitall, a empresa foi dividida nesses cinco grandes mercados”, justificou Monica sobre a nova estrutura organizacional da empresa. O processo de transição foi iniciado em janeiro deste ano. “A ideia, com isso, é utilizar o melhor de cada região em termos de expertise, com atendimento global para vários clientes.

Hoje temos 40 contas internacionais, sendo algumas originadas no Brasil”, disse a CEO, citando uma pesquisa da Fundação Dom Cabral que indica a companhia como a segunda brasileira em termos de perfil transnacional. “Ficamos atrás do grupo JBS/Friboi e à frente da Gerdau”, comemorou. Inovação

 Como parte da estratégia de crescimento, além do processo de crescimento inorgânico e orgânico, a companhia acaba de anunciar um processo de inovação, baseado em três pilares:

  • estímulo de ideias novas dentro da organização, premiando boas ideias;
  •  busca de parcerias nas universidades (desafios de buscas de novas soluções, e incentiva o empreendedorismo); e 
  • busca de startups de tecnologia, que, com boas ideias em projetos, precisem ou de um parceiro forte de estratégia ou de sócio com investimentos financeiros. 
 Sobre o desafio de uma mulher à frente de uma empresa global, especialmente em um setor predominantemente masculino, Mônica é direta. “A Stefanini é uma empresa que sempre incentivou a diversidade, seja cultural, de origem, de gênero… nunca tivemos restrição a nada e trabalhamos com meritrocacia. Nosso negócio é baseado em pessoas, e este é o grande valor da empresa”, finalizou.
Fonte:itweb28/04/2012



Conselho limita compensação de prejuízo em caso de incorporação

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) decidiu ontem que, mesmo em caso de incorporação de empresas, a compensação de prejuízos está limitada a 30% do lucro líquido ajustado. O caso julgado envolve a Metropolitana Incorporação e Locação de Bens, que queria deduzir integralmente prejuízos registrados pela empresa Fazenda Ana Paula e, assim, pagar menos Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

 Normalmente, a compensação de prejuízos é feita ao longo dos anos, sendo limitada a 30% do lucro. Essa "trava", segundo defendeu a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), deve ser mantida mesmo em casos de incorporação de empresas.

 A Metropolitana, por sua vez, entende que a limitação não deve ser aplicada aos casos de incorporação, pois a empresa com prejuízo é extinta e as deduções não poderiam ser feitas em anos posteriores. "A norma não quis retirar o direito do contribuinte de poder compensar os prejuízos", afirma o advogado César Pereira de Souza, que defende o contribuinte, ao se referir ao artigo 15º da Lei nº 9.065, de 1995, que não faz menção expressa sobre esses casos.

 No julgamento, o relator do caso, conselheiro Valmir Sandri, explicou, porém, que a compensação não é um benefício concedido à empresa, mas uma regra para evitar tributação do que não representa "uma renda, um acréscimo patrimonial". Depois de um desempate, a Câmara Superior da 1ª Seção do Carf definiu que não havia previsão legal para a empresa fazer a compensação integral dos prejuízos e manteve a autuação fiscal. A Metropolitana ainda pode recorrer da decisão. Por Thiago Resende Fonte:Valor Econômico 27/04/2012



27 abril 2012

Um jogo para profissionais

Com o mercado do ensino superior aquecido é preciso estar preparado para fazer parte do jogo

 O ensino superior no Brasil vive um momento ímpar na história da educação superior mundial. Os negócios de fusão e aquisição já envolveram 182 instituições desde março de 2007, quando foi realizada na bolsa de valores a primeira oferta pública oficial pela Anhanguera Educacional, revela levantamento da Hoper Educação. A previsão de especialistas de mercado é de que o processo de compra e venda se mantenha por mais alguns anos, o que vai dar uma nova cara para o setor. Os grandes grupos educacionais vão continuar comprando, mas vão dividir o mercado com pequenas e médias instituições, unidas por parcerias e estratégias de gestão capazes de garantir a sobrevivência entre os gigantes.

 O fato é que em nenhum outro país ocorreram tantas transações envolvendo instituições de ensino como no Brasil nos últimos cinco anos, analisa o presidente da Hoper, Ryon Braga. Ele considera ainda a concentração de alunos nas mãos de grandes grupos educacionais no país como outro fenômeno brasileiro. Além de contabilizar o volume de transações no setor educacional, a Hoper constatou que 34% dos alunos do setor privado frequentam um dos campi dos 12 maiores grupos educacionais.

 "Não há registro de tamanha concentração nas mãos de instituições com fins lucrativos em todo o mundo", diz Ryon Braga. O ritmo acelerado de fusões e aquisições, ele prevê, será mantido por pelo menos mais dois anos. Segundo o consultor, à frente das novas transações estarão grupos como Kroton Educacional, Rede Internacional de Universidades Laureate, Estácio Participações, Anhanguera, entre outros.

 O foco está nas oportunidades de crescimento, como demonstrou a transação em dezembro passado entre a Kroton e a Universidade Norte do Paraná (Unopar). A aquisição da instituição com sede em Londrina, uma das líderes no mercado de educação a distância, demonstra a disposição do grupo de ampliar a participação em novos nichos por meio de fusões e aquisições. "Ainda existem muitos upsides e oportunidades para serem desenvolvidos internamente", diz o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo.

 Ele avalia que dois fatores devem continuar estimulando o mercado: a demanda e a fragmentação do setor. Galindo lembra que apenas 30% (taxa bruta) dos alunos entre 18 e 24 anos têm acesso à universidade no Brasil, enquanto nos Estados Unidos a proporção de estudantes no ensino superior chega a 80%. "Além disso, existem mais de 2.300 instituições espalhadas em todo o território nacional", destaca.

 Mercados em expansão 
Apesar da capilaridade do sistema de ensino superior no país, é para as regiões Norte e Nordeste, com índices de crescimento econômico acima da média nacional, que se voltam os olhares de grandes grupos educacionais em expansão. No caso da Kroton, além de investir no nicho de educação a distância, o grupo busca instituições presenciais, de pequeno e médio portes, localizadas em especial naquelas regiões, incluindo Centro-Oeste. "São regiões com alto crescimento econômico, onde a companhia possui boa parte das operações e tem sua marca reconhecida", considera Galindo.

 Já a Estácio de Sá, que iniciou 2012 dando sequência ao projeto de expansão impulsionado a partir de 2008, adquiriu em fevereiro, por R$ 21,7 milhões, a Associação Educacional do Amazonas (Asseama), mantenedora da Faculdade Seama, líder no Amapá. De acordo com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Estácio Participações, Rogério Melzi, um dos objetivos do plano de expansão do grupo é agregar instituições para fortalecer e ampliar o market share em mercados em que a instituição já está presente.

 Outra meta é complementar a oferta do portfólio de cursos. Foi essa a estratégia adotada em outras transações, como na aquisição, no ano passado, da Faculdade de Natal (FAL), no Rio Grande do Norte, e na compra em 2010, em Roraima, da Sociedade Educacional Atual da Amazônia, o que a levou ao topo do ranking entre as instituições privadas de ensino superior de Roraima.

A qualidade da instituição, no entanto, tem sido o principal atrativo para os investidores independentemente do porte. "Depois da qualidade, a sustentabilidade financeira e o potencial de crescimento, além da adaptação com a gestão do grupo comprador, são fatores de atratividade", analisa o presidente da CM Consultoria, Carlos Antonio Monteiro.

 Sinergia na gestão 
Para melhorar as condições de competição com os grandes grupos educacionais, novas estratégias de gestão estão sendo adotadas, baseadas na sinergia como alternativa para profissionalizar, otimizar custos e aprimorar a qualidade de ensino entre instituições. É o exemplo do modelo adotado pela União Brasileira Educacional (Unibr).

 Surgido a partir da Faculdade de São Vicente, o grupo conta com outras quatro instituições: a Faculdade de Caraguá, a Faculdade de São Sebastião, a Faculdade da Vila Matilde, e as Faculdades Integradas Paulistas, ambas as últimas na capital paulista. Hoje, com atuação ampliada em 12 municípios, conta com mais de 10 mil alunos e, além das faculdades, mantém oito colégios de ensino infantil, fundamental, médio e técnico.

 Cada unidade mantém identidade própria e constituição jurídica. A diferença está no compartilhamento de alguns serviços. Para isso, foi criada a Unidade de Serviços Compartilhados, que este ano passou a funcionar de forma integrada nas áreas acadêmicas, administrativa, marketing, recursos humanos e tecnologia de informação. "O compartilhamento permite a definição de uma estratégia única para o grupo, possibilitando melhores negociações, maior rapidez, relatórios gerenciais mais eficientes com aferição de resultados em todos os níveis", explica o presidente da Unibr, Valdir Lanza.

 Por meio da iniciativa é possível viabilizar, por exemplo, a contratação de profissionais tão qualificados quanto os que trabalham para os grandes grupos educacionais. Além disso, facilita ainda o acesso dos alunos da Unibr ao financiamento privado. "Para obter o crédito universitário PraValer é preciso que o volume da demanda seja alto o que se tornou possível quando juntamos os pedidos de todas as instituições", explica Lanza. Além da melhoria da qualidade e da ampliação da oferta de serviços, o grupo conseguiu oferecer mensalidades competitivas em relação às grandes instituições de ensino superior. "Podemos manter laboratórios sofisticados sem termos de repassar o custo para as mensalidades", conta. 

Outra forma de sinergia começa a ser introduzida também pela Golf Investimentos em parceria com a Prismapar, empresa de consultoria de negócios. Trata-se da BR Education, um projeto conhecido como roll-up - nesse caso uma holding de empresas do setor de educação.

 O modelo de negócio foi desenhado para acompanhar a tendência do mercado sem perder a identidade. De acordo com o sócio-diretor da Prismapar, Renato Souza Neto, o objetivo é ter entre 15 e 20 empresas educacionais de pequeno e médio portes sob a BR Education para que, com a união de esforços, possam ser obtidos ganhos de escala e recursos financeiros. "Hoje, grande parte das instituições de pequeno e médio portes, com até 30 mil alunos, sofrem os efeitos da concorrência de grandes grupos consolidadores ou não se encaixam no modelo de padronização dessas instituições", avalia Souza. Ele lembra que quanto maior a instituição, melhores condições terá de atrair um bom time de gestão e acessar melhores soluções de tecnologia e de currículo, entre outras vantagens.

Vocação para os negócios
A capitalização junto a grupos financeiros é outro caminho escolhido pelas instituições para ganhar fôlego necessário à expansão dos negócios. A incorporação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) é um exemplo. A transação foi realizada após a transferência de 37% da Unicsul para a Actis, empresa gestora de fundos de private equity.

 Por razões de contrato, os valores da transação não são confirmados pela Cruzeiro do Sul, que reconhece a importância da participação de um fundo de investimento para a boa governança e potencial de crescimento da instituição. "Além do capital aportado, que permitirá à companhia acelerar o seu projeto, a contribuição dos gestores da Actis no delineamento das estratégias e nos controles de performance da companhia são diferenciais fundamentais no segmento", diz Fábio Figueiredo, diretor de Desenvolvimento do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional.

 A estratégia, neste caso, é atrair marcas fortes e relevantes do ponto de vista acadêmico para agregar valor a todo o grupo. De acordo com Figueiredo, oferecer qualidade num mercado em desenvolvimento e fragmentado, em que muitas instituições ainda não estão profissionalizadas, torna o investimento atrativo e ao mesmo tempo pode ser o diferencial que investidores buscam.

O mercado de ensino superior no Brasil é bastante promissor para investir, segundo o sócio da Actis, Chu Kong. "É um setor que demanda qualidade e que também precisa ter retorno financeiro porque somos uma empresa de private equity", comenta o executivo. "Existem muitas instituições interessantes e matéria-prima para os próximos dez anos", prevê Kong.

 Fora da curva 
O ingresso de grupos financeiros no controle das universidades parece um caminho sem volta num setor que movimenta cerca de R$ 30 bilhões por ano, segundo estimativas do mercado. Mas é preciso ter cautela, adverte o consultor Ryon Braga. Ele lembra que no setor educacional uma instituição em dificuldade leva pelo menos cinco anos para ser saneada. "Educação não combina com curto prazo e para o setor financeiro, acostumado com relatórios trimestrais, um ano é uma eternidade", compara.

Unanimidade entre os especialistas, o planejamento estratégico e de desenvolvimento institucional é fundamental para pequenas e médias instituições que pretendem permanecer no mercado. A recomendação do consultor Carlos Monteiro é investir na gestão do marketing e manter uma boa comunicação com alunos e colaboradores para obter melhores retornos. "As instituições devem manter uma gestão focada em resultados, pois esse é o único caminho para alavancar a qualidade", conclui Monteiro.

 Com foco na qualidade e na segmentação, aliás, há instituições que pouco ou nada serão abaladas pela reestruturação do mercado. Para essas, o plano é justamente o de não mudar a estratégia adotada até então.

 Trata-se especialmente de instituições tradicionais, com nicho de mercado próprio, direcionadas ao público classe A e cujas marcas estão associadas à qualidade e credibilidade no segmento em que atuam. "Atuamos num nicho particular e não temos intenção de ir para outros mercados nem abrir outros campi", revela o presidente do Insper, Claudio Haddad. Segundo ele, o ensino superior no Brasil deve caminhar para um modelo similar ao dos Estados Unidos onde há diferentes perfis de universidades, uma para cada tipo de público.

 A união faz a força 
O processo de consolidação do ensino superior no Brasil ocorre em quatro estágios, segundo o consultor educacional Carlos Monteiro.

  • No começo se caracterizou pela ausência de barreiras, o que facilita o aparecimento de novos players até meados de 2005. 
  • Então o setor se expandiu e ingressou no segundo e atual estágio em que as instituições maiores incorporam as menores. 
  • No próximo estágio, o ensino superior estará consolidado com poucos players na liderança do mercado. 
  • Depois disso, irá para o quarto estágio, em que a principal característica serão as megafusões entre os grandes grupos. "Haverá uma hora em que os grandes só vão se interessar por outros grandes e as pequenas instituições vão se agrupar para obter poder de fogo para competir, como já está fazendo a Unibr, por exemplo", diz. 
 Desafios da conglomeração 
O maior desafio para o modelo de gestão adotado pela União Brasileira Educacional (Unibr), segundo Valdir Lanza, é manter o pessoal das unidades estimulado. A mudança na forma de se relacionar, ele explica, pode dar a falsa impressão aos colaboradores de que passaram a pertencer a um grupo e não mais a uma instituição. "Alguns podem achar que vão perder espaço com isso, o que não é verdade", salienta.

A ideia do sistema é justamente manter as características e a cultura de cada unidade. O departamento de Recursos Humanos, segundo ele, realiza um trabalho para transmitir essa filosofia e manter as pessoas motivadas. "Não existe matriz e sim um compartilhamento de serviços operando em rede", explica. Essa filosofia, segundo ele, também é transmitida aos alunos. O objetivo é que eles se sintam inseridos num amplo sistema de ensino e não limitados a uma unidade. "Assim vão perceber que é possível pensar grande, trazer experiências internacionais sem se restringir ao seu bairro", afirma. Para atingir esses objetivos, no entanto, o presidente do grupo faz um alerta: "esse caminho só é viável quando a associação é feita entre instituições afins". É preciso que elas tenham o mesmo objetivo e as mesmas metas.

 Qualidade x Expansão 
Qualidade é a palavra que todas as instituições planejam agregar a seus negócios de expansão, assim evitando a ideia de que crescer significa ganho de escala e perda de qualidade.

 Investir na organização interna para crescer com qualidade é a estratégia adotada pela Estácio de Sá.
A Kroton também criou um núcleo central para estruturar a avaliação institucional que apoia todas as 45 unidades de ensino presencial nesse trabalho, além de adotar outras medidas como projetos pedagógicos integrados em todo o país para facilitar o acompanhamento de padrões de qualidade nacionais.

Para os especialistas é mesmo possível conciliar as duas coisas. "Outro dia vi uma foto de uma sala de aula da Universidade Harvard com 150 alunos, mas com os equipamentos necessários para uma boa aula", diz Sergio Duque Estrada, sócio da Valormax.

A qualidade do ensino não está atrelada ao tamanho das instituições ou do grupo, concorda Ryon Braga, presidente da Hoper Educação. "Há pequenas instituições muito ruins e há grandes muito boas", compara. A busca pela qualidade, ele avalia, depende de quem está no comando da instituição. O Brasil, segundo ele, é muito heterogêneo nesse quesito.

 Movimentação na EAD 
Se o movimento de fusões e aquisições é estimulado pelo objetivo de atender à demanda e conquistar ganhos de escala, o investimento na educação a distância (EAD) é a melhor forma de alcançar tal meta.

 Essa é uma das explicações para o grande interesse dos grupos educacionais por essa modalidade. Mas não é só isso. "Além da relevância econômica, os investimentos em EAD têm importância social", diz o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, que recentemente adquiriu a Unopar, que já formou 120 mil alunos na graduação.

Para Carlos Monteiro, da CM Consultoria, os grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, também impulsionam os negócios na área. Ele ainda prevê para os próximos anos o aquecimento do mercado de cursos superiores de tecnologia, técnicos e de línguas. Os cursos a distância vão beneficiar, segundo ele, em especial os alunos que já estão no mercado de trabalho e sem muito tempo para aprimorar os conhecimentos.

A EAD é um jogo de "gente grande", segundo Ryon Braga, presidente da Hoper. Para ele, as pequenas instituições terão dificuldades de competir com os grandes grupos nessa modalidade. "Elas devem evitar entrar sozinhas nesse mercado", recomenda. Monteiro concorda. "A educação a distância é interessante para instituições que trabalham em rede, com escala", diz.     Por Salete Silva

Fonte:revista ensino superior 27/04/2012

27 abril 2012