05 março 2012

Mercado de drogarias deverá dobrar de tamanho até 2015

Crescimento orgânico é a aposta das varejistas para os próximos anos. Com lucro líquido de 2,5%, redes ampliam volume de vendas para justificar investimentos.

Sétimo maior mercado mundial no setor de farmácias, o Brasil deverá subir uma posição até 2015, quando promete dobrar de tamanho em comparação com os resultados de 2010, ano que o setor fechou com movimentação na ordem dos R$ 35,1 bilhões, e ultrapassar R$ 70 bilhões. É essa a aposta da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que registrou um crescimento de 19,1% no segmento já em 2011, o equivalente a uma quantia de R$ 41,8 bilhões.

Alinhado com uma tendência mundial na qual as maiores redes varejistas detêm a maior parcela de mercado, o Brasil ainda possui espaço para um crescimento acelerado nos próximos anos, garante Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma. “Em países com o setor mais consolidado, como os Estados Unidos, 8 grandes redes detêm 70% do mercado.

Hoje, no Brasil, se contarmos as 29 redes da Abrafarma, as supermercadistas e as maiores redes independentes, ainda chegamos a 51% do total do País”, diz ele, sendo que somente os associados Abrafarma possuem 36%.

O número de lojas das maiores redes, no entanto, não representa grande fatia do segmento. Das 65 mil lojas espalhadas pelo País, as 29 redes da Abrafarma possuem pouco mais de 5%, o equivalente a 3.588. Para ganhar destaque no mercado, no entanto, o que impulsiona o melhor rendimento e a liderança do setor por parte das grandes redes é uma otimização na operação de seus pontos de venda. “Uma drogaria, seja no Brasil ou nos Estados Unidos, possui margem de lucro líquido pequena, de 2,5%”, explica Barreto. “Uma rede bem administrada lucra 4%, e por isso as bandeiras precisam de um volume de vendas que justifique o investimento. Uma rede chega a vender quase 20 vezes o que vende uma loja independente, e é neste sentido que anda o mercado”, como ressalta ele.

Expansão

Ainda que no último ano o mercado tenha visto uma grande movimentação entre as redes com a fusão entre a Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo — que criou a DPSP —, além dos recentes rumores sobre a negociação da Drogaria Onofre para as redes americanas CVS e Walgreens — negada pela diretoria —, Barreto não enxerga uma grande movimentação no sentido de aquisições e fusões entre as maiores varejistas do País.

“A aquisição acontece em situações muito especiais, não é habitual empresas comprarem outras ou se fundirem, mas as maiores redes têm apostado em uma maior cobertura nacional através da abertura de novas unidades. Cada uma delas tem seu destaque em determinados mercados”, aponta Barreto.

Exemplo disso é que, mesmo com a criação da DPSP, tanto a Drogarias Pacheco quanto a Drogaria São Paulo mantiveram lojas da marca anterior nos estados em que já possuíam presença mais forte — respectivamente Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que a fusão veio para complementar os negócios, como declararam os executivos na época.

A aposta do presidente da Abrafarma, cujos associados ampliam cerca de 13% ao ano através da abertura de novas lojas, ainda é no crescimento orgânico das varejistas. Já que fusão e aquisição e aquisição não parece ser a promessa para os próximos anos, redes como a cearense Pague Menos já brigam por uma expansão maior em cidades com operação menos consolidada.

A rede, por exemplo, projeta inaugurar entre 80 e 100 novos pontos apenas neste ano de 2012, quando promete atingir a marca de R$ 3 bilhões. A bandeira conta com mais de 500 lojas, após a abertura de 67 unidades em 2010 e 89 durante o ano de 2011, quando registrou faturamento na ordem de R$ 2,9 bilhões. Diante disso, a rede comemorou alta de 28% ante 2010, índice acima dos resultados do mercado no Brasil.

De acordo com o presidente Deusmar Queiroz, a Pague Menos planeja fortalecer as operações em mercados ainda pouco representativos, mas promissores. “Como não temos no DNA da rede grande movimento para aquisição, investimos em crescimento orgânico. Temos uma equipe que trabalha na procura de novos pontos e damos prioridade a cidades com mais de 80 mil habitantes”, declara ao DCI.

Em destaque na rede para este ano estão regiões como Centro-Oeste e Sul, já que a maior representatividade da empresa cearense ainda está no Nordeste. A Pague Menos, no entanto, procura também oportunidades de ampliação em todos os Estados brasileiros. A rede realizou inaugurações recentes em cidade fronteiriça com o Paraguai e em Cruzeiro do Sul (AC).

Feira

De 21 a 23 de março, a Associação Brasileira dos Distribuidores dos Laboratórios Nacionais (Abradilan) promoverá a Abradilan Farma & HPC, que contará com representantes da indústria e varejistas. A feira movimentou R$ 210 milhões em negócios em 2011.Por: Cínthia Zagatto
Fonte:dci05/03/2012

05 março 2012



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