18 março 2012

Aceleradora traz americanos para investir em startups brasileiras

21212, empresa de sócios americanos e brasileiros, lança oito empresas digitais que esperam captar até US$ 4 milhões em investimentos

O crescente interesse de investidores estrangeiros no mercado brasileiro se materializou no Rio na tarde desta sexta-feira. A aceleradora 21212 reuniu fundos americanos e brasileiros para participar do DemoDay, um evento no qual oito startups digitais que passaram por um programa de seis meses na empresa apresentaram seus serviços e pediram investimentos superiores a US$ 1 milhão para estrearem no mercado.

Ao todo, 250 pessoas participaram do evento, sendo que estavam representados 35 fundos de investimento estrangeiros e 30 brasileiros.

Palestrante do DemoDay, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, sócio da Gávea Investimentos, se mostrou otimista quanto ao cenário para o desenvolvimento de empresas digitais brasileiras. “É um bom momento para investir no Brasil. O País tem pessoas jovens e empreendedoras que pensam em tecnologia”, disse. Ele acrescentou que os negócios digitais são “a cara do Rio”. “O Rio é um lugar natural para os serviços”, avaliou.

A 21212 foi fundada pelo carioca Marcelo Sales e o americano Benjamin White e sua natureza binacional impulsiona os empreendedores a pensarem seus negócios em nível global. “Um dos nossos desafios é mostrar para os empreendedores que é possível criar uma enorme empresa brasileira global”, diz Sales.

As empresas novatas apresentaram serviços digitais variados, como um chef online e um site que ajuda o usuário a planejar suas viagens. O empreendedor mais ambicioso foi Marcio campos: ele pediu investimentos de US$ 4 milhões para expandir seu sistema de pagamentos com cartão de crédito via celular, batizado de Pagpop.

Mas a maioria dos empreendedores espera conseguir investimento de cerca de US$ 1 milhão no máximo. A Bloompa, por exemplo, é uma ferramenta criada para otimizar as vendas de lojas online a partir de informações de navegação do usuário e de seus amigos em redes sociais. Inicialmente, ela foi pensada para ser uma rede social de compras, mas os sócios, os curitibanos Thiago Nascimento e Ricardo Dantas, tinham dificuldades para ganhar dinheiro com a ideia. Cerca de seis meses atrás, quando entraram para a primeira edição do programa de aceleração da 21212, mudaram o foco da sua ferramenta. Agora eles cobram das lojas que usam o sistema. “Nossa versão beta está em cinco clientes. Já conseguimos um aumento de 33% na conversão de vendas nessas lojas online”, afirma Nascimento.

Dantas e Nascimento buscam um investimento de US$ 1,1 milhão para associar novos recursos à sua ferramenta. Entre os expectadores que podem contribuir com o crescimento da Bloompa está, por exemplo, Yann de Vries, diretor do Redpoint e.Ventures, um fundo global que está em busca de oportunidades no Brasil. “Nós acreditamos em um crescimento de longo prazo para as empresas brasileiras”, afirma. Ele acredita que o Brasil é um mercado empolgante em diversas áreas , e, especialmente para serviços digitais, há um grande número de usuários e uma população jovem. “É difícil entrar no mercado brasileiro, mas as empresas locais oferecem os serviços com potencial. É possível criar uma grande companhia aqui.”

A 21212 está com inscrições abertas para startups que queiram participar de seu próximo programa, que começa em abril. Sales tem em mente o que procura: “Soluções de pagamento, marketing digital, e-commerce e entretenimento são os tipos de empresas que o mercado brasileiro está mais preparado para absorver”, afirma. Por Mariana Sant'Anna,
Fonte:iG16/03/2012

18 março 2012



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