02 fevereiro 2012

Quem quer a Gafisa – e por que

Sam Zell e GP, PDG, Cyrella, Eztec, Brooksfield... entenda por que não faltam interessados em comprar a companhia

Enquanto rumores de que a Gafisa está à venda aquecem o mercado e as ações da companhia disparam, propostas das construtoras PDG, Cyrella, Eztec e Brooksfield já passaram pelas mãos dos conselheiros da companhia nos últimos dias, segundo executivos próximos à empresa. A proposta mais bem recebida e mais provável de seguir adiante, segundo eles, foi feita pelo ex-acionista da companhia, o investidor americano Sam Zell, por meio de um fundo americano e da GP Investimentos.

A empresa confirmou o interesse dos investidores por meio de um comunicado.
Uma definição de quem levará para a casa uma das empresas mais tradicionais do setor no país deverá ser divulgada no mercado nos próximos dias, de acordo com fontes de dentro da empresa.

Mas por que todos querem a Gafisa? Afinal, a empresa enfrenta grandes dificuldades, desde que comprou a Tenda, em 2008, para atuar na baixa renda. Pontuamos algumas respostas para isso:

Valor de mercado abaixo do real
No ano passado, a Gafisa perdeu mais da metade de seu valor de mercado e, hoje, é avaliada em cerca de 2 bilhões de reais, praticamente o mesmo que empresas menores, como Eztec e JHSF. A queda é resultado de uma punição dos investidores que, de maneira geral, cobraram maiores resultados às construtoras no ano marcado pela elevação de custos de mão-de-obra, material e crise econômica. Isso, é bom lembrar, depois da onda de abertura de capital das empresas do setor, a partir de 2004, a preços superestimados pelo mercado.

Porém, o patrimônio da companhia vale cerca de 75% mais que o valor em bolsa. A tradição do nome da companhia no setor, aliada ao estoque de terrenos grande e bem diversificado regionalmente, acabam atraindo qualquer empresário ou investidor do mercado.

“O valor da companhia no mercado é baixo por conta do preço das ações hoje mas, aos olhos do setor, a Gafisa tem um valor para o mercado de construção altíssimo”, diz um concorrente da companhia.

O estoque de terrenos da Gafisa, no terceiro trimestre de 2011, era de 21 bilhões de reais, divididos entre cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, Nordeste e outras regiões.

A jóia da alta renda
A Gafisa tem, hoje, o pior desempenho entre as grandes companhias do setor, com rentabilidade 79% menor que a média das concorrentes Brookfield, Cyrela, MRV, PDG e Rossi. Porém, entre as marcas que possui, a Alphaville, destinada para consumidores de alta renda, tem se destacado ao ponto do segmento já representar a venda de quase 75% do total da companhia no terceiro trimestre de 2011. Por Tatiana Vaz,
Fonte:exame02/02/2012

02 fevereiro 2012



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