14 fevereiro 2012

KPMG espera menos fusões e aquisições em 2012

Mesmo com estrutura de capital equilibrada, as empresas devem reduzir seu apetite por fusões e aquisições ao longo deste ano no mundo. Essa tendência, aparentemente contraditória, está exposta num estudo da firma de auditoria KMPG - intitulado Global M&A Predictor - que mediu a capacidade das empresas para realizar transações e contrapôs ao nível de confiança do mercado.

A conclusão é de que chegou ao fim o crescimento gradual, ano após ano, da confiança do mercado desde o ponto mais baixo da desaceleração em 2009.

Segundo a pesquisa, há previsão de queda global de 12% no endividamento líquido e de redução de 18% nos índices de endividamento líquido sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação). Esses números poderiam significar uma expectativa de melhora das condições para captação de dinheiro no mercado.

Por outro lado, a redução da confiança no desempenho das empresas leva a KPMG a acreditar em uma desaceleração das fusões e aquisições. O índice que mostra a expectativa dos investidores, medido pela relação preço/lucro, recuou 14% desde janeiro de 2011.

Para Luis Motta, sócio da KMPG, o cenário de incertezas na economia global deve fazer com que as empresas retenham a sua geração de caixa para, por exemplo, reduzir o seu endividamento. "A percepção geral é de que o melhor momento para as compras pode não ser este", explica.

Com o forte motor da economia doméstica, o Brasil desvia da rota de desaceleração global até certo ponto. Em algum momento, acredita Motta, as incertezas externas devem afetar o ritmo de operações no país. E isso pode ser sentido já no primeiro semestre do ano. "A crise, que começou no segundo semestre do ano passado, pode ter intimidado o início de negócios que poderiam ser fechados nos primeiros meses deste ano."

Por isso, ele considera duvidosa a expectativa de que o Brasil supere o volume de fusões e aquisições do ano passado, um recorde de 817 operações. Por Marina Falcão | De São Paulo
Fonte:ValorEconômico14/02/2012

14 fevereiro 2012



0 comentários: