16 fevereiro 2012

Biscoito Piraquê não cairá na boca de gringos

"A empresa nunca esteve à venda e não está agora", disse Alexandre Colombo, herdeiro e diretor de marketing da Piraquê

Mesmo após morte recente do fundador, família assegura que não venderá a empresa.

Desde que a Mabel foi comprada pela Pepsico e que a Marilan passou a ser disputada por grandes grupos estrangeiros, o mercado todo passou a questionar qual seria o futuro da Piraquê, fabricante carioca de biscoitos, massas e margarinas fundada nos anos 50 por Celso Colombo, o inventor da "goiabinha".

Com a morte de Colombo em dezembro, vítima de um enfarte fulminante após dar expediente na empresa situada em Madureira, a presidência da Piraquê ficou vaga e rumores de que a empresa poderia ser vendida começaram a surgir.

"A empresa nunca esteve à venda e não está agora. Vários bancos já vieram aqui para nos sondar. O que a gente faz é escutar para ter o termômetro do mercado. O que ocorre é que o negócio de biscoitos se encontra à flor da pele no Brasil, com multinacionais querendo entrar no país e a M.Dias Branco querendo se defender das companhias estrangeiras", afirma Alexandre Colombo, neto do fundador da marca e diretor de marketing da Piraquê, em entrevista ao Brasil Econômico.

Com um faturamento de R$ 550 milhões em 2011 e R$ 200 milhões em caixa, a Piraquê continuará a ser familiar, garante Colombo. A presidência, por sua vez, será revezada por três membros da segunda geração da família - Celso Colombo Filho, Sérgio Colombo e Eduardo Colombo.

A família não quer abrir mão de um negócio que lidera o segmento de biscoitos no Rio de Janeiro, com mais de 40% de participação, e apresenta uma das margens mais altas dentre todos os fabricantes de cream crackers, waffers, maizenas e bolachas recheadas.

Reestruturação

Diferentemente do pai do fundador da Piraquê, que criou a marca de biscoitos São Luiz e a vendeu nos anos 70 para a suíça Nestlé, a Piraquê começa agora a desenhar um novo capítulo de seus 62 anos de história, o que deverá resultar na abertura de uma nova fábrica e na entrada em novas categorias.

Embora a empresa tenha crescido 20% em valor e 4% em volume no ano passado, um percentual bem maior que a média do mercado que avançou 6% em preço, a empresa se prepara para implementar uma série de mudanças e modernizações.

A primeira delas é a entrada em novas categorias de produtos que apresentem sinergia com o segmento de biscoitos e massas, como salgadinhos, mistura para bolos, farinha de trigo, achocolatado e refresco em pó. Até o final deste semestre, Colombo promete novidades que devem fortalecer a Piraquê nas gôndolas.

Para produzir esses itens, os herdeiros vão quebrar uma das regras do fundador, que era contra o conceito de terceirização parcial da produção.

"Ele não queria que outras empresas vendessem com a qualidade da Piraquê assim como não acreditava que outros poderiam produzir com a mesma qualidade que a gente. Esta era uma mentalidade de um tempo em que os terceiristas não eram tão modernos quanto hoje", diz.

Para os herdeiros, terceirizar a produção de novos itens ajudará a empresa a evitar investimentos em linhas que poderão custar até R$ 30 milhões, principalmente em fase de teste.Por Françoise Terzian
Fonte:brasileconomico15/02/2012

16 fevereiro 2012



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