11 novembro 2011

Kepler Weber mira aquisição no exterior

O diretor vice-presidente da Kepler Weber, Olivier Colas, disse ontem que a "reflexão" da empresa a respeito da aquisição de uma unidade no exterior está "bem madura". De acordo com o executivo, a ideia foi bem aceita pelos acionistas (os maiores são o fundo de previdência Previ e o BB Banco de Investimentos) e agora a companhia vai buscar "oportunidades concretas" de novo negócio.

A fabricante de silos e equipamentos para armazenagem de grãos ainda não definiu prazos nem contratou um banco de investimentos para estruturar a operação, mas Colas vê a Europa ocidental e os Estados Unidos como alvos interessantes. No fim do ano passado, a empresa disse que estudava implantar uma base industrial no leste europeu, mas o vice-presidente explicou ontem que considera a região mais "complicada".

Conforme o executivo, uma filial no exterior aumentaria a capacidade exportadora da empresa em outra moeda, ampliaria o "poder de fogo" junto aos fornecedores de matérias-primas e facilitaria o intercâmbio tecnológico. Uma base no hemisfério norte também compensaria a sazonalidade do mercado na América do Sul, pois os ciclos agrícolas são inversos em cada uma das regiões.

A Kepler fechou o terceiro trimestre com lucro líquido consolidado de R$ 8,2 milhões, com expansão de 24,2% sobre igual período do ano passado.

A receita líquida avançou 28,4% no período, para R$ 125,7 milhões, mas a margem bruta encolheu de 24,8% para 21,3%. Da mesma forma, o lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) passou de R$ 14,5 milhões para R$ 18,3 milhões, enquanto a margem foi um pouco menor: 14,6% ante 14,8% em 2010.

Segundo Colas, as margens foram prejudicadas pelo crescimento proporcionalmente mais acentuado das exportações, que passaram de R$ 11,9 milhões para R$ 23 milhões mas têm rentabilidade menor do que a média devido à valorização do real.

Houve ainda um crescimento mais forte no segmento de peças e serviços (de 82,9%, para R$ 4,5 milhões), que também gera retorno menor.

Conforme o executivo, a empresa também enfrentou um cenário de queda de preços dos produtos finais no mercado interno devido ao aumento da oferta por parte de pequenos fabricantes, que já suprem 18% do mercado.

Essa "pulverização", de acordo com Colas, provocou uma redução de 59% para 56% na participação de mercado da Kepler no trimestre porque a empresa decidiu conter as reduções de preços para evitar danos maiores a sua rentabilidade. Por Sérgio Ruck Bueno
Fonte:Valor11.11.2011

11 novembro 2011



0 comentários: