01 novembro 2011

Eastman planeja crescer por meio de aquisições no Brasil.

Apenas um mês depois de realizar sua primeira aquisição no Brasil, a fabricante química americana Eastman Chemical já fala em novas compras. A empresa, com sede no estado do Tennessee, acredita no crescimento inorgânico como forma de executar sua estratégia de diversificação dos negócios, se focando nas economias que chama de “rápido crescimento”.

“Estamos discutindo novas aquisições. Gostaríamos de fazer algo maior do que o da Scandiflex nos próximos anos”, afirmou ao Valor o presidente mundial da empresa, James Rogers. No Brasil, o executivo aproveitou para visitar as instalações da empresa recém-adquirida e destacou a importância do país para o crescimento da multinacional. “Nós temos caixa e queremos aplicar em países de rápido crescimento”, enfatizou.

A compra da Scandiflex, fechada no início de setembro, representou a entrada da Eastman na fabricação de plastificantes – aditivos que tornam o plástico flexível – no país. Antes da operação, a multinacional atuava apenas na comercialização e distribuição de seus produtos.

Hoje a subsidiária brasileira representa cerca de metade dos negócios da companhia na América Latina

Dentre os fatores que estimularam a empresa a se voltar para a economia brasileira está o crescimento das classes média e alta do país. Os químicos produzidos pela Eastman são utilizados como matéria-prima para uma série de indústrias, como a de brinquedos, automobilística, médica e materiais de construção. Mas são produtos de maior valor agregado, especializados, cuja demanda cresceu junto com o avanço da renda da população e das exigências dos consumidores.

Hoje o Brasil representa cerca de metade dos negócios da empresa na América Latina, cujo faturamento soma US$ 400 milhões. Nesse patamar, a região gerou 7% dos US$ 5,8 bilhões de receita acumulados pela companhia globalmente no ano passado. A multinacional tem fábricas no México e no Brasil na América Latina. Ao todo, são vinte fábricas ao redor do mundo, em dez países.

Segundo as estimativas da Eastman, nos próximos cinco anos, a subsidiária brasileira deve dobrar os resultados, e parte desse crescimento virá de novas aquisições.

“A Eastman precisa crescer. Realizar transações no Brasil é mais confortável. O país está prosperando”, destacou Rogers. O foco da companhia são as empresas ligadas à fabricação de plásticos especiais, de alta performance. Não são muitas as companhias que têm portfólio semelhante ao que a multinacional busca, mas há a possibilidade de se comprar uma fábrica, que possa ser modificada, adicionando-se as novas características de alta performance desejadas.

Somente na área de plastificantes, a Eastman já realizou três aquisições nos últimos doze meses: além do Brasil, uma subsidiária na Europa e a empresa nos EUA fecharam transações.

As atenções têm se voltado mais especificamente para o segmento dos plastificantes verdes – que não contêm os ftalatos, compostos químicos que têm sido limitados em alguns países por haver a possibilidade de causarem mal à saúde, quando em contato com as pessoas. Esses produtos verdes são fornecidos pela empresa para a indústria de brinquedos e para as aplicações médicas, por exemplo.

Hoje, a capacidade produtiva global da multinacional americana soma 300 mil toneladas por ano de plastificantes. A tendência é que a maior parte dessa produção vá se convertendo para os químicos verdes.
Fonte:Valoronline01/11/2011

01 novembro 2011



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