03 setembro 2011

Soares da Costa quer ir às compras ao Brasil

Soares da Costa quer ir às compras ao Brasil

A Soares da Costa SGPS quer comprar uma empresa de média dimensão no Brasil, no próximo ano, declarou hoje o novo CEO da construtora, António Castro Henriques.
A aquisição de uma média empresa no Brasil ajudará a Soares da Costa a impulsionar as suas vendas no Brasil para cerca de 15% das receitas totais, num prazo de três anos, numa altura em que a empresa portuguesa procura oportunidades de crescimento em países como Angola e Moçambique para contrariar a queda da procura no sector da construção em Portugal, resume o seu novo presidente executivo.

“Acabámos de arrancar com as operações no Brasil, que é um mercado muito interessante para nós”, declarou Castro Henriques numa entrevista à Bloomberg. “Estamos à procura de aquisições e queremos comprar uma empresa de média dimensão no Brasil, no próximo ano, através de um acordo de parceria”, referiu.

Recorde-se que Castro Henriques (na foto) disse, em entrevista ao Negócios publicada ontem, que “a abertura do capital em Angola pode permitir-nos eleger um alvo com maior dimensão no Brasil”. “Uma entrada eficaz no Brasil deve fazer-se por via de uma aquisição, mas vamos fazer depender essa aquisição da parceria em Angola por razões financeiras. A abertura do capital em Angola pode permitir-nos eleger um alvo de maior dimensão, mais consentâneo com as ambições que temos a prazo”, declarou o novo CEO da Soares da Costa, que substituiu Pedro Gonçalves no final do mês de Agosto.

Na apresentação de resultados, esta semana, quando questionado sobre a abertura de capital da empresa que o grupo detém em Angola a parceiros locais, o novo CEO disse pretender “acelerar o ritmo de concretização do processo”, sublinhando que “não é verosímil que esteja finalizado até ao final do ano”, mas admitindo que possa ser anunciada alguma evolução até lá.

No final de Julho, a construtora informou a CMVM que a sua participada Sociedade de Construções Soares da Costa, S.A., em associação com a empresa brasileira SERPAL, tinha contratado duas empreitadas com a Votorantim Cimentos, uma no Estado do Paraná e a outra no Estado do Maranhão, no Brasil, com um valor global aproximado de 50 milhões de reais, correspondendo a 21,7 milhões de euros.

“Estas adjudicações são a primeira concretização da estratégia delineada pelo Grupo, e oportunamente anunciada, que apontou o mercado brasileiro como um dos vectores geográficos da sua expansão”, referiu na ocasião.

Recorde-se que a construtora apresentou recentemente o plano até 2014, onde revelava querer entrar no mercado brasileiro da construção e abrir o capital da sua construtora angolana a um parceiro local.

Na entrevista publicada ontem no Negócios, Castro Henriques declarou que a empresa não pode operar em geografias tão diversificadas e com requisitos de capital tão importantes, nos próximos tempos. E a aposta, em termos sectoriais, vai para o “core”, que é a construção. “Temos de suspender ou adiar investimentos na área do ambiente e energia até que as condições de financiamento sejam menos desfavoráveis”.

A opção pelo mercado brasileiro prende-se com o conjunto de obras que estão a ser lançadas, não só nos Jogos Olímpicos e na Copa, mas também com os projectos da Petrobrás.
Fonte:jornaldenegocios02/09/2011

03 setembro 2011



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