11 julho 2011

Fusões e aquisições caem, mas mercado segue aquecido

Apesar de declínio de 8% no primeiro semestre do ano, ação de fundos de participação e capital estrangeiro estimulam negócios

O ritmo das fusões e aquisições de empresas no país caiu no primeiro semestre do ano, embora tenha continuado intenso sob a influência de fundos de participação em empresas (private equity) e de capital estrangeiro.

Segundo relatório da PwC, 359 transações foram registradas até junho, queda de 8% em relação ao total do mesmo período de 2010. Mas a retração não deve ser interpretada como reflexo de desaceleração econômica.

"Não vejo a queda de 8% como sinal de mudança de tendência da curva [de crescimento]. Pelo contrário, o primeiro semestre reforça que estamos em um novo patamar no volume de transações no Brasil, em torno de 800 por ano", afirma Alexandre Pierantoni, sócio da PwC.

Ele destaca que o volume do primeiro semestre ainda é superior ao registrado no mesmo período de 2007, marcado por intensa atividade econômica, e que os meses de fevereiro, abril e maio registraram recorde no número de negócios. O desempenho de junho puxou a média do semestre para baixo.

Fatores macroeconômicos, que tornaram o ambiente mais estável para os investimentos, e a elevação do poder de compra aumentaram a atratividade do país e a concorrência entre as empresas na aquisição de ativos.

"Existe maior competitividade nas transações porque há no país mais investidores estratégicos, com destaque para os fundos de private equity", diz Pierantoni.
No primeiro semestre, a fatia dos fundos de participação atingiu 43% no Brasil. Nos últimos cinco anos, o aumento foi de 32%.

Segundo o sócio da PwC, o percentual supera o de países desenvolvidos onde a média de participação dos fundos era de cerca de 30% antes da crise, quando a economia ainda estava aquecida.

Pesquisa divulgada recentemente pela Empea (associação dos fundos de participação em empresas em mercados emergentes) mostrou que o Brasil superou a China como o maior destino para investimentos desses fundos.

"Estamos acima da média mundial porque existem muitas oportunidades de consolidação em diversos setores e empresas demandando recursos para investir", diz.

Os dados da PwC mostram equilíbrio entre os setores no número de transações, mas tecnologia da informação e alimentos lideram a lista, com 43 e 37 negócios respectivamente.

CAPITAL ESTRANGEIRO

A maior participação dos fundos em fusões e aquisições contribui para o aumento do capital estrangeiro nas transações - em média, 70% dos recursos desses fundos são internacionais, apesar da gestão local.

Os investidores estrangeiros estiveram presentes em 40% das transações neste primeiro semestre, ante 33% no mesmo período de 2007.
"Essa curva se recuperou rapidamente, ultrapassou o nível pré-crise e está indo para um patamar histórico. Nos próximos meses e anos, ainda veremos crescimento por causa da atratividade do Brasil", afirma o sócio da PwC.

Fonte: FolhaSP11/07/2011

11 julho 2011



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