06 julho 2011

Francesa Ileos compra a Mappel para entrar no Brasil

Dono de uma receita anual da ordem de € 275 milhões, o grupo francês Ileos ainda não tinha atuação no Brasil. Com atividades em diversos setores, como o de embalagens de luxo, farmacêuticas e amostras, já está presente na China, Europa e Estados Unidos. Para encurtar o acesso a um dos mercados considerados com maior potencial de crescimento no mundo, os franceses optaram por comprar uma companhia já em operação. Na sexta-feira, fecharam a compra da Mappel.

O valor do negócio não foi revelado, mas a Mappel teve faturamento de R$ 60 milhões no ano passado e os franceses pagaram seis vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da brasileira.

Criada em 1955, a companhia paulista embala produtos cosméticos e medicamentos, além de produzir cosméticos para outras empresas, em serviço terceirizado. Ela tem duas fábricas, uma em Diadema e outra em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. Em Diadema, são produzidos cerca de 10 milhões de unidades de embalagens por mês (entre bisnagas, frascos de plástico e sachês), já em São Bernardo fabrica 26 milhões de sachês por mês.

"Muitos de nossos clientes pediam nossa presença no Brasil. Vemos boas oportunidades no segmento de amostras", afirmou ao Valor presidente do braço fabricante de embalagens em amostras do grupo francês, Ludovic Anceau, em entrevista por telefone.
Com a aquisição da Mappel, a Ileos pretende reforçar sua presença global. "Queremos estar em países de forte crescimento", completou o executivo. O modelo de negócios da francesa se assemelha com o da brasileira. Entre seus clientes estão Unilever, Avon, Natura, Colgate e Hypermarcas.

"A Mappel apenas terceiriza a produção. Nunca tivemos produtos próprios, para não competirmos com os nossos clientes", afirmou a presidente da empresa Marion Appel. Isso significa que a empresa produz os cosméticos sob a tecnologia das empresas que a contratam. Na área de embalagens, ela recebe o filme dos fornecedores, faz a embalagem e envasa.

Segundo a executiva, os resultados de 2010 representaram um avanço de 20% frente ao ano anterior. "Para 2011, estamos prevendo um crescimento de mais 20%", disse, enfatizando a forte alta da demanda por cosméticos no país. Ela calcula que sua empresa detém 55% do mercado de amostragem de sachês no Brasil. Entre os concorrentes está a Artpack.

A lógica do negócio, além de envolver maior alcance geográfico para o Ileos, é reforçar sua fabricação de cosméticos. A francesa, por sua vez, vai trazer ao país suas embalagens de amostras de perfume, entre outros produtos complementares ao portfólio da Mappel. "Em nosso portfólio, 60% são produtos que ambas empresas têm, enquanto 40% são produtos complementares", afirmou Anceau.

Para a Mappel, a aquisição representa uma continuidade da empresa familiar, fundada pelo pai de Marion, Leopold Appel. Os irmãos e filhos da presidente da companhia seguiram para outros negócios. Hoje, com 59 anos, Marion já pensa na sucessão. "Ao invés de procurar investidores, eu queria um parceiro estratégico, do mesmo ramo, para a empresa continuar se desenvolvendo", explicou a executiva.

Fonte:Valor06/07/2011

06 julho 2011



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